Seitas
Modalistas
O gnosticismo não obteve êxito. Os membros deste movimento
ensinavam a salvação através do conhecimento místico, e não pela fé em Jesus.
Eles constituíam grupos muito diversificados em suas doutrinas, pois diferiam
de lugar para lugar, e em seus períodos. Essa doutrina era nada mais que um
enxerto das filosofias pagãs nas doutrinas cristológicas. Negava o Cristianismo
histórico (segundo ela, o Senhor Jesus não teve um corpo, isto é, não veio em
carne, e seu corpo seria mera aparência, que chamavam de corpo docético). Seu
período áureo foi entre 135-160 d.C., mas o gnosticismo já dava trabalho às
igrejas na época dos apóstolos. O evangelista João enfatiza que “o Verbo se fez
carne” (Jo 1.14); e “todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em
carne não é de Deus…” (1 Jo 4.3). É bom lembrar que os escritos joaninos são do
final do primeiro século, escritos na cidade de Éfeso, então capital da Ásia menor,
de onde surgiu o gnosticismo.
A Igreja
saiu ilesa nessa batalha contra o gnosticismo, mas deixou de saldo a
preocupação dos cristãos sobre a divindade do Logos e o monoteísmo. Os pais da
Igreja se empenharam muito nessa luta contra as heresias. Se Jesus é Deus
absoluto, como fica o monoteísmo judaico-cristão? Por outro lado havia outra
questão:
se o
Logos é subordinado ao Pai, não se compromete a divindade absoluta de Jesus?
Havia na época os alogoi e os ebionitas.
Os
alogoi eram contra a doutrina do Logos: negavam a divindade de Jesus. Os
ebionitas constituíam a seita do segundo século, que negava a deidade absoluta
de Cristo. Formavam uma comunidade de judeus-cristãos. O nome vem do hebraico e
significa “pobre”. Eles criam em Jesus como o seu Messias, mas negavam sua
deidade — o embrião da doutrina cristológica das Testemunhas de Jeová. Os
ebionitas tinham horror aos escritos paulinos, pois Paulo colocava judeus e
gentios no mesmo bojo: “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Rm 3.23), e pelo fato deste apóstolo pregar a divindade de Cristo (Rm 9.5; Cl
2.9; Tt 2.13, etc.). Viviam o ritual da Lei e os costumes judaicos, e eram
hostilizados tanto pelos judeus como pelos cristãos. Eram numerosos no final do
primeiro século, mas aos poucos foram desaparecendo do palco, sumindo de vista
no cenário da história da Igreja. Hoje estão manifestos com nova roupagem.
*Monarquianismo
Nessa época surgiram os que Tertulíano chamou de monarquianistas (do grego
monarchia – governo exercido por uma única pessoa). Os monarquianistas
dinâmicos (do grego dynamis “força, poder”, pois diziam que Deus deu força e
poder a Jesus, adotando-o como Filho), negavam a divindade absoluta de Jesus, e
também a Trindade. Esta heresia era o prenúncio do arianismo, que, no início de
terceiro século, negava a eternidade de Jesus, pois considerava Cristo um deus
de segunda categoria, igual ao ensino das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina
dos dinâmicos era defendida por Teodoro de Bizâncio, Artemão e Paulo de
Samosata.
Monarquianistas
modais ou modalistas ensinavam que as três pessoas da Trindade manifestavam-se
de vários modos, daí o nome modalista. Defendidos por Noeto de Esmirna e
Práxeas de Cartago, ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, e que Jesus era o
Pai. Por essa razão, no Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do
latim Pater “Pai” e passus de patrior “sofrer” – o Pai encarnou-se em Cristo e
sofreu com Ele). No Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca
Sabélio foi quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa
doutrina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas três aspectos da
Divindade, sendo, portanto, uma só Pessoa. Esse ensinamento do bispo Sabélio é
hoje chamado de sabelianísmo ou modalismo.
Sabélio
usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da Trindade, mas para ele essa
“pessoa” tinha o sentido de máscara ou manifestações diferentes de uma mesma
Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo são nomes de
três estágios ou fases diferentes. Ele era Pai na criação e na promulgação da
Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na regeneração. Essa doutrina foi
combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas, quando pela primeira vez este
apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para a Divindade:
“Todos
são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da
dispensação que distribui a unidade em uma Trindade, colocando em sua ordem os
três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,… não em substância, mas em
forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de
uma só essência e de um poder só, pois é de um só Deus que esses graus, formas
e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.”
*Modalismo moderno
Restauração do modalismo. O sabelianismo ganhou espaço por mais ou menos cem
anos em Roma, Ásia Menor, Síria e Egito. Em 263 A.D., Dionísio de Alexandria
enfrentou o próprio Sabélio, derrotando o sabelianismo. Depois disso o
cristianismo passou a repudiar o sabelianísmo, e o combate a essa heresia continuou
até que ela desapareceu completamente da história. Depois de muitos séculos,
esse ensinamento retornou das profundezas do Inferno, por John G. Schepp,
fundador da seita “Só Jesus”, em 1913. Temos no Instituto Cristão de Pesquisas
(ICP) uma lista de mais de quinze seitas modalístas. Não é possível, aqui, um
comentário sobre todas elas, mas apresentaremos apenas as principais:
*Só Jesus
Fundada por John 8. Schepp em 1913, ensina que o batismo salva, igual à
doutrina da Congregação Cristã no Brasil, e deve ser realizado só em nome de
Jesus. Seus adeptos não seguem a fórmula batismal de Mateus 28.19:
“Em nome
do Pai, e do Filho, e do Espfrito Santo”. Essa seita provocou muitas divisões
nas igrejas evangélicas da época. Ela mesma depois se dividiu em várias
facções, entre as quais a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, presente em
outros países, que também é modalista e batiza só em nome de Jesus. (Não
confundir com a Igreja Unida.)
*Tabcrnáculo da Fé
Fundado por William Marrion Branham (1906-1965), chamado por seus adeptos de “o
profeta do século e mensageiro do Apocalipse”, William Marrion Branham, como
os demais funda dores de seitas, arroga para si a mesma autoridade dos
profetas e apóstolos da Bíblia e nega a doutrina bíblica da Trindade. Seus
adeptos são modalistas, pois seguem o ensino de seu líder, e o batismo nas
águas é realizado só em nome de Jesus.
*Voz da Verdade
Igreja que utiliza o mesmo nome do conjunto Voz da Verdade. Suas músicas são
cantadas sem restrição alguma na maioria de nossas igrejas. Muitos ainda não se
deram conta dessa gravidade. Eles são uma seita e atacam a doutrina bíblica da
Trindade, e seu batismo nas águas é realizado em nome de Jesus. Seus hinos que
enfatizam a divindade de Jesus constituem a doutrina unicista, e estão
“sacrificando o Pai”, como disse Tertuliano, dos modalistas de sua época.
*Igreja Local de Wltness
Lee
Conhecida por seu ônibus “Expo-livro” e por
seu
jornal Árvore da Vida. É a que mais suscita problema entre os evangélicos, por
causa de seu proselitismo sectário e desleal. Eles perturbam nossas igrejas e
camuflam-se facilmente em nosso meio. Dizem que não são modalistas porque
Sabélio dizia que Pai, Filho e Espírito Santo são três aspectos temporários da
Divindade, ao passo que a Igreja Local afirma que são três aspectos eternos da
Divindade. O ponto divergente entre eles é que ambos declaram ser a Divindade
uma só Pessoa. Como Sabélio, usam com freqüência a palavra “pessoa” para cada
Pessoa da Trindade, mas com outro sentido. Empregam até o nome Trindade, mas
não é o mesmo trinitarianismo do Credo Atanasiano.
*Testemunhas de
Ierrochua.
Fundado em 1987, em Curitiba, PR. Além de modalistas, pregam que o nome do
Salvador não é Jesus, mas Yehoshua, forma hebraica do nome “Josué”. Os
manuscritos gregos do Novo Testamento destroem completamente essa teoria das
Testemunhas de Ierrochua. Há diversos disparates em sua doutrina.
*Refutando o
sabelianismo
A Bíblia apresenta o Deus verdadeiro como Pessoa, muito longe das idéias do
panteísmo, mas não há nas Escrituras uma referência sequer de que Deus seja
uma Pessoa única. Falam de um só Deus (Dt 6.4; Mc 12.29; 1 Co 8.6; Ef 4.6).
*No batismo de Jesus
Jesus é o Filho do Pai (2 Jo 3) e não próprio Pai. Basta uma leitura simples da
Palavra de Deus, principalmente dos quatro evangelhos, para descobrir o absurdo
dessa doutrina sabelianista. No batismo de Jesus manifestam-se as três pessoas
distintas da Trindade – o Pai falando do Céu, o Filho saindo das águas do
Jordão, e o Espírito Santo repousando sobre Ele (Mt 3.16,17). Como os três
podem ser uma só Pessoa? Nos evangelhos encontramos com freqüência Jesus
referir-se a seu Pai como outra Pessoa. Muitas vezes Ele se dirigiu ao Pai em
oração (Jo 17). Afirmar que Pai e Filho são uma mesma Pessoa é um disparate.
*Jesus disse que o Pai era
outra Pessoa
Jesus disse que era uma Pessoa, e o Pai outra (Jo 8.17,18). Cristo declarou: “E
na vossa lei também está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.
Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai, que me
enviou” (Jo 8.17, 18). Jesus falava de duas pessoas, e não de uma. Ele afirmou
que veio do Pai e voltava para Ele (Jo 8.42; 16.5; 17.3, 8). Mais de 80 vezes
Cristo afirmou que não era o Pai.
*Batismo em nome do
Jesus
Os adeptos das seitas unicistas defendem o batismo somente em nome de Jesus.
Essa prática é um desvio da Palavra de Deus. A Bíblia não nos autoriza esse
procedimento. A fórmula determinada por Jesus foi “em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo” (Mt 28.19).
O
Didache, palavra grega que significa “ensino”, pronuncia-se “didaquê”, também
chamado “Ensino dos Doze Apóstolos”, documento encontrado em Constantinopla em
1785 e datado de 150 A.D., que, juntamente com todos os pais da Igreja, fala
do batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Reconhecemos que a
Bíblia é a palavra final. A patrística pode, às vezes, servir como
jurisprudência. Longe de fundamentar nossa doutrina em outra fonte que não seja
a Palavra de Deus. Essas citações servem para mostrar que a Bíblia é
confirmada pela história da Igreja.
Esses
unicistas apelam para quatro passagens no livro de Atos, as quais fazem menção
do batismo em nome de Jesus (At 2.38; 8.16; 10.48, 19.5). A inconsistência
dessa doutrina unicista é que essas passagens bíblicas não nos concedem a
fórmula batismal. A prova disso é que em Atos 2.38 se diz: “em nome de Jesus
Cristo”; 8.16: “em nome do Senhor Jesus”; 10.48: “em nome de Jesus Cristo”;
19.5: “em nome do Senhor Jesus”. As versões que seguiram o texto grego de
Erasmo (Textus Receptus) trazem Atos 10.48: “em nome do Senhor”, como a Almeida
Corrigida. Dessas quatro passagens três são diferentes, ou duas, dependendo da
versão. Se elas revelassem a fórmula batismal, seriam
iguais,
pois o método é padronizado. Isso mostra que não se trata de uma fórmula
batismal. Revela que essas pessoas eram batizadas na autoridade do nome de
Jesus.
A Bíblia diz que negar o Pai e o Filho traz a condenação (1 Jo
2.22, 23). Os sabelianistas mutilam a personalidade do Pai e do Filho, com a
doutrina das “manifestações”, que é uma maneira camuflada de negar Jesus como o
Filho de Deus (1 Jo 5. 5, 9). O “Jesus” dos sabelianistas não é o Jesus da
Bíblia (1 Co 11.4).
*Explicando os textos
usados pelos sabelianistas
Todas as seitas pinçam a Bíblia aqui e ali em busca de subsídios para
consubstanciar suas heresias e assim poderem dar às suas doutrinas uma roupagem
bíblica. A expressão “Pai da eternidade” (Is 9.6) não afirma que o Filho seja o
Deus-Pai, mas que Ele tem si mesmo a eternidade, pois é o Senhor da mesma.
Assim Ele pode dar a vida eterna aos que nele crêem. Costumam citar João 10.30:
“Eu e o Pai vida eterna aos que nele crêem. somos um; no grego é (Ego kai ho
pater hen esmen). O texto prova que Jesus é Deus absoluto igual ao Pai, e não a
mesma Pessoa do Pai. “Um” no grego, nesse versículo, está no neutro, hen, e não
no masculino, heis, e mostra assim duas pessoas numa só Deidade. Além disso, o
verbo está no plural “somos” e não no singular “sou~ não pode, portanto, Pai e
Filho serem a mesma Pessoa. O Espírito Santo é assunto registrado em outras
passagens, principalmente nos capítulos 14,15 e 16 de João.
Jesus
disse a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.8, 9). Isso foi usado pelo
próprio Sabélio para consubstanciar o seu unicismo. Esta passagem, como a de
João 10.30, é ainda hoje usada pelos modernos sabelianistas para justificar a
sua falsa doutrina, O versículo seguinte destrói completamente os argumentos
sabelianistas: “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o
Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (v. 10)
Fonte de
Pesquisa:
Revista
Defesa da Fé
HUnicismo
Dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas,
o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza
e atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus.
Há
muitos cristãos evangélicos que consideram o movimento Pentecostal Unicista
(também conhecido como “Só Jesus”) como um movimento cristão evangélico. A
realidade é que este movimento está muito longe de ser considerado como
cristão; está mais para uma seita. Uma das definições teológicas de seita é:
Qualquer grupo que se desvia das doutrinas fundamentais do cristianismo, como a
Trindade, a divindade de Jesus Cristo e a salvação pela graça, através da fé em
Jesus Cristo somente.
Os maiores grupos o melhores conhecidos que compõem o movimento
Pentecostal Unicista são:
• Igreja Apostólica da Fé em
Cristo Jesus
• Igreja Pentecostal Unida
• Igreja Pentecostal da Fé
Apostólica
• Igreja Evangélica Cristo
Vive (Miguel Angelo)
• Outros grupos
independentes que também crêem na unicidade de Deus, como por exemplo, a Igreja
Voz da Verdade, Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus
do Sétimo Dia etc.
Os pentecostais unicistas negam uma doutrina fundamental do Cristianismo: a
doutrina da Trindade.
Este artigo foi escrito exclusivamente para alertar ao corpo de
Cristo acerca deste movimento sectário e demonstrar à luz das Escrituras como
os Unicistas estão equivocados sobre a verdadeira natureza de Deus. Seguimos a
orientação de Judas 3, que nos exorta a lutar ardentemente pela fé que uma vez
por todas foi dada aos santos.
O ARGUMENTO UNICISTA
A
doutrina unicista está baseada no entendimento de duas verdades bíblicas. Estas
bases bíblicas são usadas como fundamentos sobre o ponto de vista que tem de
Deus e Jesus Cristo. A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e que
Jesus é Deus. Destas duas verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é
Deus em sua totalidade, sendo assim, Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.
O ARGUMENTO TRINITÁRIO
A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade do único
Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estás
três pessoas compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito,
estas três são o único Deus.
A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e
que o Espírito Santo é Jesus Cristo também. Estes ensinamentos são o pilar da
teologia unicista. Vejamos se esta noção está em harmonia com as Escrituras.
É JESUS O PAI?
Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Pai.
Isaías 9:6 – o “Pai Eterno”
Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título “Pai eterno”, refere-se
ao fato de que Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre
existiu (João 1:1); Ele não foi criado, não teve princípio (João 17:5).
O termo “Pai” não era o título que se costumava usar para
dirigir-se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este versículo não ensina que
Jesus é o “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Pedro 1:3); em outras
palavras, Jesus não é seu próprio Pai.
João 10:30 – “Eu o Pai somos
um”
Se Jesus
houvesse querido dizer que ele é o Pai, haveria dito: “Eu e o Pai sou um” ou
“Eu sou o Pai”, que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser
acusado de ter sido um mal comunicador.
“Somos” (gr. esmen), a primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai
são um em natureza e em essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o
Pai.
João 14:8, 9 – “Disse
Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu: “Você não
me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto
tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?”
Jesus NÃO disse a Filipe que era o Pai.
Jesus
veio como representante do Pai; veio demonstrar-nos o caminho ao Pai (v.6). Em
João 5:43, Jesus disse: “Eu vim em nome de meu Pai [na autoridade do Pai, com
as credenciais do Pai], e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio
nome [em sua própria autoridade, com suas próprias credenciais; como o
anticristo], a esse receberíeis”.
Quantas
vezes temos orado: “Pai, ajuda-me para que as pessoas te vejam em mim”. Acaso
isso quer dizer que quando as pessoas virem você, estarão vendo literalmente ao
Pai? Certamente que não, nem tampouco você estaria realmente pensando nisso,
mas sim, estaria pedindo que Deus o ajude a representá-lo corretamente diante
das pessoas para que possam ver a Deus através de sua vida. Por isso Jesus
disse a Felipe: “O que me viu, viu ao Pai”, porque ver a Jesus, quem
representou ao Pai foi como se estivesse vendo ao Pai. Mas Jesus NÃO estava
dizendo que ele era o Pai.
QUE DIZ A BÍBLIA ACERCA
DE JESUS E O PAI?
Jesus é
referido como “Filho” mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de
“Pai”.
Jesus
referiu-se ao Pai mais de 200 vezes como alguém distinto dele.
Em mais
de 50 versículos podemos observar o Pai e a Jesus, o Filho, lado a lado.
No Novo Testamento repetidamente encontramos expressões como
estas:
Romanos 15:5-6 — “O Deus que
concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo
Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo”.
2ª Coríntios 1:3 — “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação…”
Filipenses 2:10-11 — “…Para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.
1ª João 1:3b — “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus
Cristo”.
1ª João 2:1 — “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que
vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai,
Jesus Cristo, o Justo”.
2ª João 3 — Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de
Jesus Cristo, o Filho do Pai, estarão conosco em verdade e amor”.
No Evangelho de João, Jesus refere-se a si mesmo como enviado pelo Pai, mas
nunca referiu-se a si mesmo como o Pai que enviou ao Filho.
O Pai enviou a alguém separado dele, chamado Filho.
1ª João 4:9-10,14 — “Foi
assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao
mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em
que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho
como propiciação por nossos pecados. (…) E vimos e testemunhamos que o Pai
enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo”.
É JESUS O ESPÍRITO
SANTO?
Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o
Espírito Santo.
2ª Coríntios 3:17 — “Ora, o
Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”.
O texto não diz que “Jesus é o Espírito”. Se a passagem dissesse isto, talvez
os Unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a
palavra “Senhor” se refere a Jesus Cristo.
O
“Espírito” aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé
(Jeová) ou Deus, e NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: “Mas quando alguém
se converte ao Senhor, o véu é retirado”. Trata-se de uma referência a Êxodo
34:34: “Porém, vindo Moisés perante o SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o
véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido
ordenado”.
O
contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra
“Senhor” é usada. No versículo 17 a palavra “Senhor” está referindo-se a Javé e
não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstra.
Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar
“Senhor” como “Jesus”, como ficaria Filipenses 2:11? O texto diz: “E toda
língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.
Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente
que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus…”. Isto não é o que
este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: “E toda língua
confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo
versículo diz que isso será feito “para a glória de Deus Pai”.
Romanos 8:9 — “Entretanto,
vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito
de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não
pertence a Cristo”.
Este versículo NÃO mostra que Jesus é o Espírito Santo. A única coisa que está
dizendo é que se alguém não tem o Espírito que produz fé em Cristo e demonstra
o caráter de Cristo ou seja “o Espírito de Cristo”, ele não é parte do corpo
daquele que morreu por nossos pecados. Ele é todavia controlado pela “natureza
pecaminosa”.
O
versículo 11 faz distinção bem clara entre o Pai que levantou a Jesus dos
mortos, o Espírito pelo qual Jesus foi levantado e Jesus, quem foi levantado.
Não se pode ignorar a distinção de pessoas apresentada neste versículo.
QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE
JESUS E O ESPÍRITO SANTO?
Mateus 12:31-32 — O texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A
conclusão lógica que é extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o
Espírito Santo não vai ser perdoada, mas a blasfêmia contra o Filho vai ser
perdoada, então o Filho NÃO é o Espírito Santo.
João
14:16 — O Espírito Santo é o “outro Consolador”.
João
15:26 — Jesus enviou o Espírito Santo.
João
16:13 — O Espírito Santo demonstra humildade e busca glorificar a Jesus.
Depois
de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos
nos dar conta de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira
natureza de Deus.
Se Jesus
não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é
Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que
dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos;
então, com efeito, estas três são o único Deus.
Uma coisa é dizer “Eu não entende a doutrina da Trindade” e
outra coisa é dizer que “a doutrina da Trindade é falsa”, “pagã”, “diabólica”,
“antibíblica”. A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de
pessoas quando nos diz: “…Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho.
Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o
Filho tem também o Pai” (1ª João 2:22b-23).
FONTE CACP
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