segunda-feira, 30 de março de 2015

METEOROS QUE CAIRAM DO CÉU E O DESAPONTAMENTO


           METEOROS QUE CAÍRAM DO CÉU?


Ellen. G. White, profetisa e baluarte da Igreja Adventista do Sétimo Dia e da Igreja Adventista da Reforma, tem nos seus escritos grande credibilidade e admiração por todos os membros dessas seitas. Diz, em êxtase, o autor do livro Sutilezas do Erro (p. 30): ...Os testemunhos orais ou escritos da Sra. White preenchem plenamente este requisito, no fundo e na forma. Tudo quanto disse e escreve foi puro, elevado, cientificamente correto e profeticamente exato.

A Palavra de Deus diz que de uma mesma fonte não pode sair bênção e maldição ao mesmo tempo (Tg 3.10). Ou é de Deus ou não. Como nos foi dito por certo adventista: se um elo da corrente está podre, toda corrente está comprometida. Baseado nesse raciocínio, gostaria de levar o leitor ao questionamento, pois a inerrância só pertence a Deus e sua Palavra. Se a Sra. White errou em um ponto, ela pode ter errado em muitos outros, e até comprometido a salvação de alguém. O que vamos relatar abaixo não é com o intuito de ofender ninguém, mas trazer à tona a falibilidade do homem.

Percebemos, no texto extraído do livro O Futuro Decifrado, como a profetisa adventista se preocupa em fazer uma cronologia de eventos que se encaixem na pseudoprofecia de 22 de outubro de 1844 — dia marcado pelos adventistas para a volta de Cristo. Ela citou um evento isolado e o usou para florear a doutrina do suposto advento que, mais tarde, passou a ser chamado de Juízo Investigativo, quando Jesus teria saído do santo lugar e entrado no santíssimo (referindo-se ao templo judaico). Até hoje esse evento é amplamente difundido em seus livros a fim de mostrar que aquele engodo teve fundamento. Não só a doutrina da volta de Cristo e o Juízo Investigativo estavam errados como também os fatos astronômicos citados pela Sra. White estão fora de contexto. Mas os atuais adventistas insistem em admitir que cientificamente estão corretos.

Tivemos, portanto, a alegria de escrever para o Planetário e Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo sobre o fato descrito pela Sra. White e ficamos surpresos com o que obtivemos. É claro que, através da Palavra de Deus, já sabíamos que tudo não passava de um engano, mas depois da carta recebida percebemos que usar esse argumento até hoje é abusar da ingenuidade cultural do povo brasileiro.

1) Ela associa a chuva de meteoros ao texto de Ap 6.13. No entanto, ela se esquece que o v.14 está dentro de um contexto. Se um dos fatos tivesse ocorrido, o outro não poderia passar desapercebido. Vejamos, então, o que nos diz os vv. 13 e 14: E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. É fato concreto que o v.14 não ocorreu, pois todas as ilhas e montes ainda estão intactos, mostrando que esta teoria adventista é, com certeza, infundada. Se a predição do v.14 não ocorreu, por conseqüência a do v. 13 também não. Isso deveria ser compreendido facilmente pelos adventistas, mas o problema é a afirmação de E.G. White, considerada por eles como o espírito da profecia: Esta profecia teve notável e impressionante cumprimento na grande chuva meteórica de 13 de novembro de 1833. Se ela disse que tal profecia teve o seu cumprimento, como dizer o contrário? Como seguidores de E.G.White, os adeptos do Adventismo não têm como desmentir ou corrigir a edificadora e codificadora das doutrinas dessa denominação.

2) De acordo com o Planetário e Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo, o evento em pauta só ocorre com essa intensidade de 33 em 33 anos. Leiamos a carta que nos foi enviada: ...Apesar de a Leonídea (chuva de meteoro) ocorrer anualmente, em intervalos de 33 anos, aproximadamente, as chuvas são mais intensas, fato vinculado ao cometa com a qual os Leonídeos estão associados: O Tempel (1866 I), cujo período orbital é de 32,2 anos. (parênteses nosso.) Ou seja, assim como o cometa de Halley não é um evento apocalíptico, também não o é a chuva de meteoros.

3) Há registros desse acontecimento desde o ano 902 d.C. Assim, esse evento fica desqualificado como sendo sinais eminentes da volta de Cristo. O que percebemos é que os adventistas querem mistificar o dia 22/10/1844, sendo que foi o fato ocorrido em 1833 que concebeu a idéia da suposta volta de Jesus Cristo. O que a Sra. White não imaginava é que, num futuro próximo, a sua teoria a colocaria na posição de falsa profetisa. Vejamos: Há registros de sua ocorrência desde o ano 902 de nossa era. Entretanto, somente a partir do final do século XVIII é que os registros são mais freqüentes, provavelmente pelo fato de os astrônomos profissionais e amadores terem sido despertados ...

A Sra. White errou no fato descrito acima e qualquer estudante da Bíblia que observar as doutrinas adventistas perceberá que eles estão equivocados. Não há dúvidas, esses erros qualificam a Sra. E.G. White como falsa profetisa. A Palavra de Deus diz o seguinte: Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás (Dt 18.20-22).

Em seu livro O Futuro Decifrado, Ed.32º, p.36, a Sra. White narra o seguinte: Em 1833... apareceu o último dos sinais prometidos pelo Salvador como indícios de seu segundo advento. Disse Jesus: As estrelas cairão do céu (S. Mateus 24.29). E S. João, no Apocalipse, declarou, ao contemplar em visão as cenas que deveriam anunciar o dia de Deus: E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte (Apocalipse 6.13). Esta profecia teve notável e impressionante cumprimento na grande chuva meteórica de 13 de novembro de 1833.



DOMINGO - O DIA QUE O SENHOR FEZ!

“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”
(Sl 118.24)

Por Edmar Cunha de Barcellos

“Domingo, no Novo Testamento, é chamado de ‘O dia do Senhor’. Em latim, dominica die, de onde deriva seu nome nas línguas neolatinas, por exemplo: no espanhol, ‘domingo’; no italiano, ‘domenica’; e no francês, ‘dimanche’, faladas por cerca de 400 milhões de pessoas”.

Domingo é um vocábulo exclusivo do cristianismo. Essa palavra, bem como as suas análogas, não existia em nenhuma língua do mundo até o final do século 1o, quando o apóstolo João criou a expressão grega: Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), vertida para o latim como: dominica die.

Antigos documentos da Igreja primitiva, transcritos para o russo, relatam que João, encarcerado na ilha de Patmos, chorava muito ao chegar o primeiro dia da semana, ao lembra-se das uniões para a Ceia do Senhor, celebrada sempre nesse dia: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão...” (At 20.7). E foi justamente em um “primeiro dia da semana” que Jesus, ressuscitado, lhe apareceu e lhe revelou os maravilhosos eventos do Apocalipse (Ap 1.10).

Certamente que todo o livro não foi elaborado naquele mesmo dia. Mas o fato indiscutível é que Jesus apareceu a João exatamente no “primeiro dia da semana”. Isso explica porque a Ucrânia e a Rússia trocaram os nomes do primeiro dia da semana, que entre os pagãos era chamado “dia do sol”, por uma expressão tão ou mais significativa do que aquela adotada nos países de línguas neolatinas.

Lemos na Bíblia ucraniana João afirmando que foi arrebatado no “dia da ressurreição” (Dien voscrecii). De igual modo, na Bíblia russa também lemos: “Eu fui arrebatado em espírito, no dia da ressurreição”. Aliás, na língua russa, todos os dias da semana ficaram subordinados ao dia da ressurreição! Por exemplo: segunda-feira, em russo, é pondielnik (“o dia após a ressurreição”); terça-feira, voftornik (“o segundo dia após a ressurreição”); quarta-feira, sreda (“terceiro dia após a ressurreição”), e assim por diante.

Vale realçar que o apóstolo João, ao frisar o dia da semana em que Jesus lhe apareceu, criou uma nova expressão na língua grega: Kuriakh hmera (kyriake hemera). Expressão esta que deu origem à palavra “domingo”, conforme explanaremos a seguir. Mas antes de continuarmos, para melhor compreensão dos nossos argumentos, recorreremos à etimologia, que nos revelará a origem das palavras, o seu desenvolvimento histórico e as possíveis mudanças de seu significado.

Vejamos alguns exemplos de como as palavras evoluem:

•A palavra “efeméride” provém de dois termos gregos: epi (“sobre”) e ‛he hemera, que significa “dia”, de onde veio também o adjetivo efêmero, ou seja, “o que é breve, transitório, passageiro”.

•A palavra “castigar” provém do latim: castus (“irrepreensível”, “puro”, “fiel”) + agere (“fazer”). Temos um emprego bíblico neste sentido quando o escritor aos hebreus declara que Deus “castiga a quem ama” com a finalidade de nos tornar puros e fiéis a Ele (Hb 12.6).

•As palavras “mouco” (ou surdo) e “domingo” possuem também sua origem num texto de João. Vejamos: “Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco” (Jo 18.10). Malcus, do latim, deu origem à palavra “mouco”, em português, significando aquele que não ouve, ou que ouve pouco ou mal; surdo.

Analisemos, agora, Apocalipse 1.10 à luz do original grego, da etimologia, da hermenêutica bíblica, da história e dos escritos patrísticos.

Eis o que os mais abalizados biblicistas afirmam sobre a expressão joanina: kyriake hemera:

“Temos aqui a palavra kyriakos, em um sentido adjetivado, isto é, “pertencente ao Senhor”. Originalmente, esta palavra era usada com o sentido imperial, como algo que pertencia ao César romano. ‘Os crentes primitivos [...] aplicaram-na ao domingo, o primeiro dia da semana’. Esse é o uso que se encontra em Didaché 14 e Inácio, Magn. 9, que foram escritos não muito depois do Apocalipse”.

“‘O dia do Senhor’, em Apocalipse 1.10, é tido pela maioria dos autores como o domingo”.

“O primeiro dia da semana é, sem dúvida. ‘o dia do Senhor’, referido em Apocalipse 1.10”.

“A frase: ‘O dia do Senhor’, Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), ocorre uma só vez, e isto se dá no último livro. Apocalipse 1.10 [...] expressava a convicção de que o domingo era o dia da ressurreição, quando Cristo Jesus conquistou a morte e se tornou Senhor de todos” (Ef 1.20-22; grifo do articulista).

Nem mesmo no texto grego da Septuaginta encontramos a expressão Kuriakh‛mera, criada pelo apóstolo João para aludir ao dia da ressurreição! A expressão hebraica “dia do Senhor” sempre foi vertida para o grego como ‛ (hemera tou kyriou). Mas o que João escreveu foi: Kuriakh ‛mera. Por que João teria usado uma expressão jamais encontrada em qualquer outro escrito, sagrado ou profano? Cremos que pelas seguintes razões:

1) Para indicar algo também inédito na história da humanidade: a ressurreição de Cristo.

2) Para deixar bem claro que se referia ao dia da ressurreição, o domingo, e não aos eventos escatológicos da segunda vinda de Cristo, a parusia, que também é chamada “dia do Senhor”, como nestes versículos:

a) “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor” (At 2.20).

b) “... Seja entregue para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (1Co 5.5).

c) “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1Ts 5.2).

d) “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (2Pe 3.10).

Há uma significativa diferença entre a expressão “dia do Senhor”, alusiva à segunda vinda de Cristo, e a expressão que encontramos escrita em Apocalipse 1.10, “dia do Senhor”, referindo-se ao dia da ressurreição.

Kyriakos é uma forma adjetivada da palavra KurioV (Kýrios – Senhor) e significa literal e exatamente: “que diz respeito ao Senhor”; “concernente ao Senhor”; “pertencente ao Senhor”; “senhorial”, ou “dominical”, e não “do Senhor”, como lemos em algumas das nossas traduções.

A tradução literal de Apocalipse 1.10 seria: “Eu fui arrebatado pelo espírito no dia senhorial”. Mas este adjetivo, “senhorial”, derivado do termo “senhor”, raramente é usado. O seu sinônimo é “dominical”, porque o português é uma língua neolatina. “Senhor”, em latim, é Dominus. Assim, quando dizemos Dom Pedro II ou Dom Evaristo Arns, estamos abreviando a palavra Dominus, para dizer: Senhor Pedro II, Senhor Evaristo Arns. O mesmo processo etimológico acontece com o adjetivo “popular”. Quando algo pertence ao povo, não dizemos “povoal”, mas “popular”, porque, em latim, populus, significa “povo”.

Acertadamente, Jerônimo verteu Kuriakh ‛mera (kyriake hemera) para a Vulgata Latina como Dominica die (“dia dominical”, “domingo”) e não como dia domini (“dia do Senhor”). Veja:

“Fui in spiritu in dominica die et audivi post me vocem magnam tamquam tubae”(Ap 2.10).

Daí, a clássica versão de Antônio Pereira de Figueiredo traduzir: “Eu fui arrebatado em espírito hum dia de domingo, e ouvi por detrás de mim huma grande voz, como de trombeta” (1819).

Resgatando verdades históricas

Documentos escritos nos três primeiros séculos, muito antes de Constantino existir (280-337), adotaram e conservam, todos eles, a mesma expressão concebida pelo apóstolo João para referir-se ao glorioso dia da ressurreição de Jesus Cristo.

Século 1º: O ensino dos apóstolos

Possivelmente, contemporâneo do Apocalipse: “E no dia do Senhor Kyriake hemera, congregai-vos para partir o pão e dai graças”.

Século 2º : Escritos de Melito de Sardes

Nestes escritos, há um tratado sobre a adoração no domingo, intitulado: peri kyriakes (acerca do dia dominical), “dia do Senhor”, isto é, “domingo”.

Ano 115: Epístola de Inácio aos magnesianos

“Porque se no dia de hoje vivermos segundo a maneira do judaísmo, confessamos que não temos recebido a graça [...] Assim pois, os que haviam andado em práticas antigas alcançaram uma nova esperança, já sem observar os sábados, porém modelando suas vidas segundo o ‘dia do Senhor’ (Kyriaken zontes)”.

Ano 130: O “evangelho de Pedro”

É um documento histórico comprovadamente escrito no princípio do século 2o, e também se refere ao dia da ressurreição usando o mesmo adjetivo kyriakes, que, na edição de Jorge Luís Borges, é traduzido corretamente por “domingo”.

Ano 132, ou antes: Epístola de Barnabé

“Portanto, também nós guardamos o oitavo dia ( Kyriake hemera, ‘domingo’) para nos alegrarmos em que também Jesus se levantou dentre os mortos e, havendo sido manifestado, ascendeu aos céus”.

150—168: Justino Mártir, Eusébio, Clemente de Alexandria

Escritores dos séculos 2º e 3º, todos eles também adotaram o Kyriake hemera criado por João para o “dia da ressurreição”, vertido para o latim como Domínica die (“dia dominical”) e passado para o português como “domingo”!

A singularidade do nome domingo

“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana...” (Mc 16.9).

Alguns alegam que a palavra “domingo” não consta na Bíblia. É verdade. Não encontramos nos textos originais a palavra portuguesa “domingo”, como também não encontramos as palavras: Deus, casa, livro, amor ou sábado, mas, sim, as suas correspondentes nas línguas hebraica, aramaica ou grega.

Domingo é a tradução literal da expressão criada pelo apóstolo João: Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), vertida para o latim como Domínica die e corretamente traduzida em todas as versões da Vulgata para as línguas neolatinas como dominu lui, domingo, mingo, domenica, dimanche, e outros nomes semelhantes no galego, no provençal, no franco-provençal, no romeno, no reto-romano, no sardo e no dalmático, faladas por mais de 400.000 000 de pessoas!

As seguintes traduções: de Antônio Pereira de Figueiredo, do Centro Bíblico Católico, dos Monges de Maredsous, de João José Pedreira de Castro, do dr. José Basílio Pereira, do Mons. Vicente Zioni e Matos Soares, bem como qualquer outra versão do Novo Testamento para o português ou para o espanhol, feita da Vulgata Latina, trazem em Apocalipse 1.10 a palavra “domingo”.

Domingo não é um nome importado do paganismo, como saturday (“dia de Saturno”), nem do judaísmo, como shabath (“descanso”).

Domingo não é dia comemorativo da criação do mundo nem da libertação do povo de Israel, tampouco dia de descanso, pasmaceira, televisão, futebol, pescarias, clubes ou jogatina.

Domingo é dia de oração, de adoração, dia de cultuarmos a Deus, dia de atividade espiritual, como evangelismo, visita aos necessitados, aos encarcerados ou enfermos!

Domingo é o nome de um dia exclusivo do cristianismo, criado por João para caracterizar e distinguir o dia da vitória de Jesus sobre a morte, consumando a libertação de toda a humanidade.

Domingo é o dia aclamado por Davi, em sua jubilosa profecia sobre o dia da ressurreição: “Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão. Louvar-te-ei, pois me escutaste, e te fizeste a minha salvação. A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina. Da parte do SENHOR se fez isto; maravilhoso é aos nossos olhos. Este é o dia que fez o SENHOR; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele” (Sl 118.20-24).

Observemos a exatidão do cumprimento de cada sentença, de cada afirmação, de cada palavra desta impressionante profecia escrita por volta de mil anos antes de Jesus nascer.

Esta é a porta

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9).

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).

“Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18).

A pedra

“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11).

Os edificadores rejeitaram

“Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.42,43).

Da parte do Senhor se fez isto

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro” (At 5.30).

Maravilhoso é aos nossos olhos

“Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (At 2.24).

Este é o dia que fez o SENHOR

“E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” (Mt 28.1).

“E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol” (Mt 16.2).

“E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas” (Lc 24.1).

“E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro” (Jo 20.1).

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco” (Jo 20.19).

“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até a meia-noite” (At 20.7).

“No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar (1Co 16.2).

Regozijemo-nos, e alegremo-nos nele

“Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará” (Jo 16.22).

“Regozijai-vos sempre” (1Ts 5.16).

“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” (Fp 4.4).

Notas:

Enciclopédia Encarta 99. 1993-1998 Microsoft Corporation, sobre o verbete: domingo.
Patrísticos. Escritos dos proeminentes líderes cristãos dos primeiros séculos, também chamados “pais da Igreja”.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora e distribuidora Candeia, 1991, vol. 2, p. 213.
HENRY Mattthew. Comentário Bíblico. Editorial Clie (Barcelona),1999, p.1924-c
PETTINGILL William D.D. Bible Questions Answered, p.177. “The first day of the week is doubtless ‘the Lord’s day’ refereed to in Ap 1.10”. Zondervan Publishing House, Ninth Printing, Michigan, 1974.
ELWELL A. Walter. Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã. Soc. Religiosa Edições Vida Nova, 1988.
Septuaginta, Versão dos LXX, ou Alexandrina, é uma tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego feita em Alexandria, a mando de Ptolomeu II (Filadelfo) (284-247 a.C.). Alguns livros não pertencentes ao cânon judaico foram incluídos nessa versão: (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I e II Macabeus, e acréscimos aos livros de Ester e Daniel). Jerônimo verteu para a Vulgata Latina, explicando que tais livros não pertenciam às Escrituras Sagradas judaicas. Mas o Concílio de Trento, em 1548, os anexou ao Antigo Testamento, classificando-os como “Deuterocanônicos”. Para os judeus, e para os evangélicos, porém, continuam sendo “apócrifos”, úteis apenas como subsídios ao estudo da história e da cultura judaica, mas sem a autoridade dos livros canônicos, inspirados por Deus.
IUXTA VULGATAM VERSIONEM Robertus Weber, Editio Altera Emendata, Stuttgart,1975.
Primeira edição completa da Bíblia Católica. Lisboa, MDCCC XVIIII. Na Officina da Acad. R. das Sciencias com licença da Meza do Desembargo do paço e privilégio.
(Didaché Ton Apostollon). O Ensino dos Apóstolos, XIV. Libros Clie. Barcelona, Espanha.
R.N.Chaplin & J.M. Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 1991, vol. 2, p.213.
IGNÁCIO. (Pros tous magnesiai). Aos magnesianos IX.
Evangelios Apócrifos. Vol. 1, p.323-5. Hyspamérica ediciones S.A.Santiago, 12. 28013 Madrid, 1985.
Epístola de Barnabé, 15. LIGHTFOOT, J. B. Los Padres Apostólicos, p. 299-301- Libros Clie. Barcelona, Espanha.
R.N.Chaplin & J.M. Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 1991, vol. 2, p. 214.

O DESAPONTAMENTO ADVENTISTA

Por João Flávio Martinez

Dissertando sobre as frustrações emocionais pelas quais muitas pessoas passam em determinados movimentos religiosos, o psicólogo Henry Gleitman, em seu artigo: “A teoria da dissonância cognitiva”, elucida, do ponto de vista psicológico, a persistente confiança do adepto de seita na doutrina, no grupo ou em seu líder, mesmo após freqüentes decepções. Diz ele em sua introdução:

“As pessoas tentam dar um sentido ao mundo ao redor, mas como? Procuram uma analogia entre as próprias experiências e lembranças, e buscam uma confirmação de que a analogia está certa na opinião dos outros. Se tudo vai dar certo, ótimo. Mas o que acontece quando encontram-se incoerências?”.

Deparar-se com incoerências doutrinárias (heresias) é uma constante que alguns sectários sinceros são incapazes de negar. Prosseguindo em sua declaração, Henry diz que: “O estudo de Asch (Solomon Asch, 1956) mostrou o que acontece quando há discordância entre as próprias experiências (e as crenças fundadas nelas) e as das outras pessoas. Mas, e se a incoerência estiver no interior das próprias experiências ou nas crenças das pessoas? Isso vai provocar uma inclinação a reconstruir uma coerência cognitiva, ou seja: a reinterpretar a situação de maneira a tornar menor o desacordo encontrado. De acordo com as teorias de Leon Festinger, isso acontece porque cada incoerência percebida entre os aspectos do conhecimento, dos sentimentos e do comportamento é causa de angústia — dissonância cognitiva — que as pessoas logicamente tentam aliviar (Festinger, 1956)”.

Cabe salientar que muitos grupos denominados “cristãos” passaram por isto. Entre eles está o grupo religioso da senhora Ellen G. White. Pela analogia, o leitor irá perceber que a “teoria da dissonância cognitiva” explica, de modo satisfatório, o fenômeno vexatório chamado pelos adventistas de “o grande desapontamento de 1844”. Cabe ressaltar, ainda, que a Sra. White fazia parte do movimento adventista de então, que esperava a parousia (o aparecimento de Cristo em glória) para aquela época. Mais tarde, porém, ela se tornou uma das fundadoras e profetisa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, grupo religioso com fortes raízes na doutrina do advento.

A “arte” de “interpretar determinada situação com o objetivo de esconder incoerências foi, sem dúvida, um artifício que envolveu os adventistas daquela época. Henry propõe um fato ilustrativo que se encaixa perfeitamente na frustrante experiência do movimento adventista. Ele explica isso empregando o exemplo de uma seita esotérica que, por meio de sua profetisa, havia recebido uma mensagem dos “guardas do universo” para esperarem o fim do mundo em uma data fixa, à meia-noite, ocasião em que aconteceria uma inundação enorme e apenas os verdadeiros fiéis se salvariam, sendo arrebatados por discos voadores. Empregaremos aqui o mesmo método para traçar um paralelo com o que ocorreu com os adventistas.

Observe que, semelhantemente, os adventistas da primeira geração acreditavam, por meio das teorias de Guilherme Miller (um leigo pregador batista), que Jesus voltaria em 1843. O principal pilar da teoria de Miller eram os 2.300 dias e, ligado a isto, estava a idéia da purificação terrestre do santuário, ambos contidos no livro do profeta Daniel. Como nada aconteceu na data fixada, remarcaram a data, desta vez para 1844. Novamente, a profecia falhou. A Sra. White fazia parte daquela geração que esperava o retorno de Cristo para aquele tempo, conforme acreditavam os adventistas. Posteriormente, Ellen White declarou que os estudos de Miller foram guiados por Deus, confirmando, assim, a crença na predição do segundo advento com data fixa.

Mas o que o desapontamento adventista tem de comum com o grupo esotérico apontado por Henry? Deixemos que a profetisa White nos ajude a encontrar a resposta.

A primeira pergunta é: Há alguma prova de que Miller havia recebido seu cálculo profético de Deus? Veja o que pensava Ellen G. White acerca disso: “Deus encaminhou a mente de Guilherme Miller para as profecias, e deu-lhe grande luz quanto ao livro do Apocalipse”.1

Mas será que os adventistas acreditavam, de fato, que seriam arrebatados naquela ocasião? Segundo Ellen White, os adventistas que vivenciaram aquela frustração não “desejavam ser instruídos ou corrigidos por aqueles que estavam indicando o ano em que acreditavam expirarem os períodos proféticos, e os sinais que mostravam estar Cristo perto, às portas mesmo2 [...] Os santos esperaram ansiosamente pelo seu Senhor, com jejuns, vigílias, e oração quase constante”.3

Como podemos perceber, a Sra. White não só afirmava em seus escritos que Miller fora instruído por Deus como também dizia que Cristo voltaria num dia prefixado para buscar os que acreditavam naquela profecia, circunstância em que se daria o fim do mundo.

Acompanhe o exemplo mencionado por Henry e veja como os membros da seita amenizaram o problema (correlacione o fato com a IASD): “No Dia do Juízo, os membros da seita reuniram-se à espera da inundação. À hora prevista para o pouso dos discos voadores chegou e passou, a tensão era maior com o passar das horas, quando a líder da seita recebeu a suposta mensagem ‘aliviadora’: o mundo foi poupado como prêmio pela confiança dos fiéis. Houve muita alegria e os crentes tornaram-se mais fiéis”.

Da mesma forma, com os adventistas, o tempo foi passando e as expectativas aumentando cada vez mais. Alguns dizem que os adventistas até mesmo se vestiram de roupas brancas para esperar o grande acontecimento, contudo, isto é hoje negado veementemente pela IASD. Seja como for, os alardes das predições de Guilherme Miller arrastaram multidões de crédulos na crença de que Jesus voltaria na data marcada. Entretanto, a predição falhou mais uma vez. Mas isso não foi o suficiente, pois muitos preferiram permanecer na pertinácia, procurando alternativas para a falha profética.

Atente para os fatos que envolveram esta circunstância. Qual foi o resultado desta grande expectativa? Jesus realmente voltou? Ellen White responde: “Vi que os que estimavam a luz olhavam para o alto com ardente desejo, esperando que Jesus viesse e os levasse para si. Logo uma nuvem passou sobre eles, e seus rostos ficaram tristes. Indaguei a causa dessa nuvem, e foi-me mostrado que era o seu desapontamento. O tempo em que esperavam o seu Salvador havia passado, e Jesus não viera”.4

Qual foi então a desculpa, ou “nova mensagem”, que a Sra. White encontrou para explicar esse fracasso e amenizar a angústia dos desapontados? Ela explicou a questão nos seguintes termos: “Estão de novo desapontados em suas expectações. Jesus não pode ainda vir à terra. Precisam suportar maiores provações por seu amor. Devem abandonar erros e tradições recebidos de homens e voltar-se inteiramente para Deus e sua Palavra. Precisam ser purificados, embranquecidos, provados. Os que resistirem a essa amarga prova obterão eterna vitória. Jesus não veio à terra como o grupo expectante e jubiloso esperava, a fim de purificar o santuário mediante a purificação da terra pelo fogo. Vi que eles estavam certos na sua interpretação dos períodos proféticos; o tempo profético terminou em 1844, e Jesus entrou no lugar santíssimo para purificar o santuário no fim dos dias. O engano deles consistiu em não compreender o que era o santuário e a natureza de sua purificação. Ao olhar de novo o desapontado grupo expectante, pareciam tristes. Examinaram cuidadosamente as evidências de sua fé e reestudaram a interpretação dos períodos proféticos, mas não lograram descobrir erro algum”.

Mas isso não é tudo. A Sra. White continua: “Foi-me mostrado o doloroso desapontamento do povo de Deus por não ter visto a Jesus no tempo em que o esperava. Não sabiam porque seu Salvador não viera; pois não podiam ter evidência alguma de que o tempo profético não houvesse terminado. Disse o anjo: ‘Falhou a Palavra de Deus? Deixou Deus de cumprir suas promessas? Não; Ele cumpriu tudo o que prometera. Jesus levantou-se e fechou a porta do lugar santo do santuário celestial, abriu uma porta para o lugar santíssimo, e entrou ali para purificar o santuário’. Todos os que pacientemente esperarem compreenderão o mistério. O homem errou; mas não houve engano da parte de Deus. Tudo o que Deus prometeu foi cumprido; mas o homem erroneamente acreditou que a terra era o santuário a ser purificado no fim do período profético. Foi a expectativa do homem, não a promessa de Deus, que falhou”.5

Observe que Ellen White confirmou que os crentes, na teoria do advento pregado por Miller, se reuniram para esperar, no dia marcado, o retorno de Cristo, porém, o dia chegou e passou e Cristo não veio, para o desapontamento de todos. Daí, ela alegou que alguns receberam de Deus algumas explicações para o fracasso ocorrido. Entre essas explicações, a que dizia que Deus resolveu, de “última hora”, provar o seu povo, adiando, assim, a oportunidade para que outros aceitassem a mensagem do advento. Aqueles que aceitaram essa explicação tornaram-se ainda mais fiéis.

Novamente, retomando o paralelo com a seita esotérica, Henry comenta: “Com o ridículo fracasso de uma profecia tão exata, era lógico imaginar, como reação, o abandono daquelas crenças e o afastamento dos fiéis da seita. Mas a teoria da dissonância cognitiva explica este comportamento: deixando de acreditar nos ‘guardas do universo’, a pessoa tem de aceitar uma dissonância entre o atual cepticismo e as crenças antigas, e isso é causa de dor”. Trazendo para o contexto adventista, isso quer dizer que se os adventistas deixassem de acreditar na profecia, teriam de aceitar e reconhecer a enorme incoerência que envolveu o episódio, e isso lhes traria uma frustração ainda maior.

Ellen White explica a persistência dos adventistas na derrocada doutrina dos 2300 dias? Ao invés de reconhecerem o erro, passaram a acreditar numa suposta resposta (forjada) para o acontecido, a fim de amenizar a decepção que tiveram. “Aqueles fiéis e desapontados, que não puderam compreender porque seu Senhor não viera, não foram deixados em trevas. De novo foram levados às suas Bíblias, a fim de examinar os períodos proféticos. A mão do Senhor removeu-se dos algarismos, e o erro foi explicado. Viram que o período profético chegava a 1844, e que a mesma prova que haviam apresentado para mostrar que o mesmo terminava em 1843, demonstrava terminar em 1844. Ao passar o tempo, os que não haviam recebido inteiramente a luz do anjo se uniram com os que haviam desprezado a mensagem, e voltaram-se contra os desapontados, ridicularizando-os”.6

Naturalmente, com tamanho erro de predição era de se esperar que aquela idéia da volta de Cristo com data marcada se encerraria por aqueles dias. Mas confirmando a teoria da “dissonância cognitiva”, a dor da decepção foi “superada” por uma nova teoria.

Comentando a desilusão que acometeu alguns adeptos da seita esotérica, Henry diz: “A sua antiga fé seria agora uma humilhante idiotice. Alguns membros da seita chegaram até a perder o trabalho e a gastar todo o seu dinheiro, e, agora, recusando a ideologia dos ‘guardas do universo’, tudo isso teria parecido como uma ridícula bobagem sem sentido. A dor da dissonância teria sido intolerável. Assim foi reduzida de importância acreditando na nova mensagem, e, vendo outros membros aceitá-la sem dúvida nenhuma, a fidelidade saiu até fortalecida. Agora podiam se considerar como heróicos e leais membros de um corajoso grupo que salvou o mundo”.

Da mesma maneira, os adventistas procuraram esconder os erros cometidos atrás de eufemismos sutis. Os adventistas mais radicais não deram “o braço a torcer” reconhecendo seu erro e, ao invés disso, procuraram amenizar o problema, interpretando de outra maneira o cálculo profético das 2.300 tardes e manhãs, espiritualizando-o: o tabernáculo não era mais a terra, mas o céu. Portanto, não havia fim de mundo, ou volta literal de Cristo, que apenas havia passado de um compartimento do santuário celestial para outro. Essa nova interpretação, admitida paulatinamente, desembocou na aberração teológica da doutrina do “Santuário”, do “Juízo Investigativo” e do “Bode Emissário”. E tudo isso debaixo de uma suposta visão que Hiram Edson teve após o “grande desapontamento”. É importante esclarecer que tudo isso não passou de uma desculpa acanhada para tentar remendar o desastre teológico de Miller. Assim, o grupo poderia novamente assegurar-se de que estava no rumo certo. Ou seja, não eram mais considerados fanáticos ou he
réticos, pois tinham recebido uma nova revelação de Deus como resposta para o fiasco anterior.

Os adventistas que perseveraram nessa idéia da nova revelação sofreram algumas privações. “Os que não ousaram privar os outros da luz que Deus lhes dera foram excluídos das igrejas; mas Jesus estava com eles, e estavam alegres ante a luz de seu semblante. Estavam preparados para receber a mensagem do segundo anjo7 [...] De igual maneira, vi que Jesus considerou, com a mais profunda compaixão, os desapontados que haviam aguardado a sua vinda; e enviou os seus anjos para dirigir-lhes a mente, de maneira que pudessem segui-lo até onde Ele estava. Mostrou-lhes que a terra não é o santuário, mas que Ele devia entrar no lugar santíssimo do santuário celestial, a fim de fazer expiação por seu povo e receber o reino de seu Pai e, então, voltaria à terra e os tomaria para ficar com Ele para sempre”.8

160 anos depois

Ainda muito poderia ser comentado sobre o desapontamento adventista, todavia, acreditamos ter sido possível compreender, pelo paralelo entre o movimento do advento e o exemplo que Henry forneceu, as técnicas psicológicas empregadas pelos então pioneiros adventistas, com o objetivo de aliviar a frustração angustiante (dissonância cognitiva) por uma profecia não cumprida. A fim de amenizar a seriedade do fracasso e da incoerência da predição, inventaram uma nova teoria (supostamente revelada por Deus), que tornou menor o desacordo encontrado. Com isso, conseguiram tirar a atenção dos adeptos dos pontos mais críticos do erro profético ocorrido em 1843-4. E hoje, cerca de 160 anos após esse grande desvio ter ocorrido, a IASD continua acreditando que é a única igreja verdadeira na face da terra — os remanescentes. Estes foram os resultados do desapontamento adventista.

• Todas as citações de Henry Gleitman foram extraídas da obra Basic Psychology, Norton (1983), traduzida por A. Maria De Florim M. Martinelli.

Notas:

1 Primeiros escritos de Ellen Gould White. Tradução de Carlos A. Trezza. Casa Publicadora Brasileira. Santo André: São Paulo, 1967, p. 231.
2 Ibid., p. 234.
3 Ibid., p. 239.
4 Ibid., p. 241.
5 Ibid., p.250-1.
6 Ibid., p. 246.
7 Ibid., p. 237.

8 Ibid., p. 244.
FONTE ICP 

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