Teologia da Prosperidade
A Bíblia
Sagrada, conforme os cristãos afirmam, trata-se da única fonte de autoridade,
regra de fé e moral; a Palavra de Deus deve ser a bússola que indica se o
caminho que estamos seguindo de fato corresponde ao “norte” espiritual.
Em
textos anteriores já falei sobre a triste condição da igreja brasileira, que
dia-a-dia se deixa contaminar por valores nada cristãos, que nada tem da
Palavra de Deus. A Bíblia é muito mal utilizada, e ao invés de trazer
edificação e genuíno alimento espiritual, tem sido empregada por homens
perversos que fazem dela um instrumento de escravidão, manipulação e tortura
espiritual. Tal instrumento de tortura se forma pela distorção de textos isolados
que estes falsos mestres fazem, coagindo o povo despreparado, com uma enxurrada
de textos descontextualizados.
Modas sempre são bem-vindas neste meio tão sedento por atalhos.
Emocionalismo barato vale mais que sã doutrina e os valores do capitalismo passam
a fazer parte da igreja, fazendo desta um lucrativo negócio. Neste texto vamos
tratar da Teologia da Prosperidade, uma corrente nefasta que tem semeado
discórdia e inversão de valores na igreja.
História
Marca registrada de praticamente todas as igrejas neopentecostais, avançando com força contra as confissões pentecostais e fisgando muitos tradicionais, esta corrente enganosa produz toneladas de livros, manuais, Bíblias de Estudo (estudo?) DVDs, CDs, filmes e até grifes que movimentam muito dinheiro.
Marca registrada de praticamente todas as igrejas neopentecostais, avançando com força contra as confissões pentecostais e fisgando muitos tradicionais, esta corrente enganosa produz toneladas de livros, manuais, Bíblias de Estudo (estudo?) DVDs, CDs, filmes e até grifes que movimentam muito dinheiro.
Tais
materiais e seus divulgadores se tornaram parte do cotidiano de muitos crentes
que estão com os lábios cheios de clichês como “eu profetizo”, “eu determino”,
“eu reivindico”, “eu tomo posse”, “eu exijo meus direitos”, “eu resgato” ou o
absurdo “eu ordeno minha benção”. Repare que o “eu” é o eixo desta teologia. O
antropocentrismo que vemos hoje em dia é também conhecido como movimento da
“Confissão Positiva”, “Palavra da Fé” ou “Evangelho da Saúde e da
Prosperidade”.
Por se tratar de algo tão nocivo, não é de se estranhar que suas
origens são influenciadas por misticismo, esoterismo e heresias. O que hoje é
um movimento que tem se espalhado como fogo em palha, possui uma história, um
ícone, divulgadores e seguidores.
O precursor: Essek Willian Kenyon
Poucos dos crentes que abraçam a Teologia da Prosperidade sabem que a ideologia desta remonta a um homem chamado Essek Willian Kenyon (1867-1948).
Poucos dos crentes que abraçam a Teologia da Prosperidade sabem que a ideologia desta remonta a um homem chamado Essek Willian Kenyon (1867-1948).
A conversão de Kenyon ocorreu em sua adolescência.
Posteriormente ele se envolveu com movimentos metafísicos e recebeu forte
influência de Mary Baker Eddy, fundadora da herética Ciência Cristã. [1]
Kenyon é o pai de uma expressão que se desdobrou com o tempo. É
dele a frase “o que eu
confesso, eu possuo”. É o embrião da Confissão Positiva.
Como sempre existe alguém disposto a levar adiante uma distorção
feita por um falso mestre, coube a Kenneth Hagin divulgar o pensamento de
Kenyon.
O proclamador: Kenneth Erwin Hagin
Muitos acreditam que as origens da Teologia da Prosperidade estavam em Hagin (1917-2003). Fato este devido ao nível de divulgação e influência que Hagin conseguiu, através do vasto material por ele publicado. Após passar por uma experiência miraculosa relacionada à cura de sérios problemas de saúde na infância e adolescência, Hagin passa a militar em favor da filosofia que hoje influencia a vida de muitos crentes.
Muitos acreditam que as origens da Teologia da Prosperidade estavam em Hagin (1917-2003). Fato este devido ao nível de divulgação e influência que Hagin conseguiu, através do vasto material por ele publicado. Após passar por uma experiência miraculosa relacionada à cura de sérios problemas de saúde na infância e adolescência, Hagin passa a militar em favor da filosofia que hoje influencia a vida de muitos crentes.
Hagin acreditava que era necessário seguir passos para a
vitória. Era necessário crer, declarar verbalmente a fé e então agir como se já
tivesse recebido a benção. [2]
Sua vida foi um apanhado de inúmeras experiências pessoais que,
ao serem registradas em livros, folhetos e áudio, viraram regra de fé e prática
para milhares de incautos seguidores. Como é de se supor, suas vastas
experiências carecem de suporte bíblico, como por exemplo, viagens até o
inferno para “provar” da realidade daquele lugar.
O legado de Hagin e os desdobramentos no Brasil
Muitos são os pregadores da fé que deram continuidade naquilo que Kenyon criou e que Hagin difundiu, e destes, a grande maioria é muito conhecida no Brasil, onde seus ensinos são divulgados por livros, programas de TV, DVDs e congressos.
Muitos são os pregadores da fé que deram continuidade naquilo que Kenyon criou e que Hagin difundiu, e destes, a grande maioria é muito conhecida no Brasil, onde seus ensinos são divulgados por livros, programas de TV, DVDs e congressos.
Nomes
internacionais como Kenneth Copeland, Benny Hinn, Frederick Price, Paul (David)
Yonggi Cho, Mike Murdock e Morris Cerulo fazem parte do cotidiano de muitos
líderes da igreja brasileira, que por força da sua influência, tem levado o
membro comum a achar que este tipo de literatura é boa, quando na verdade são
materiais e ensinos cheios de sofismas e engano.
No
Brasil, também existe uma relação de nomes que são responsáveis pela divulgação
deste veneno espiritual: Edir Macedo, René Terranova, R.R. Soares, Valnice
Milhomens, Cristiano Netto e tantos outros que no seu anonimato continuam a
propagar este falso evangelho de riquezas.
Como o povo brasileiro em geral, e o crente em específico, são
amantes de novidades, modinhas e métodos que servem como atalho, a Teologia da
Prosperidade veio importada dos EUA encontrando solo fértil por aqui,
infelizmente.
Males da Teologia da Prosperidade: minha vivência
Minha conversão se deu numa denominação que apregoa demasiadamente a Teologia da Prosperidade e seus métodos falaciosos. Agradeço ao Senhor pois – ainda no erro – pude conhecê-Lo, e na medida que a verdade me confrontava, o engano era retirado de minha vida, ao ponto de romper definitivamente com coisas que não encontram conformidade com o genuíno Evangelho de Cristo. A maravilhosa graça do Pai me alcançou, e hoje reconheço inteiramente que o mérito em tudo é de Cristo, e que não posso fazer do Reino de Deus um negócio. A Teologia da Prosperidade que outrora movia minha vida, hoje faz parte de um passado distante.
Minha conversão se deu numa denominação que apregoa demasiadamente a Teologia da Prosperidade e seus métodos falaciosos. Agradeço ao Senhor pois – ainda no erro – pude conhecê-Lo, e na medida que a verdade me confrontava, o engano era retirado de minha vida, ao ponto de romper definitivamente com coisas que não encontram conformidade com o genuíno Evangelho de Cristo. A maravilhosa graça do Pai me alcançou, e hoje reconheço inteiramente que o mérito em tudo é de Cristo, e que não posso fazer do Reino de Deus um negócio. A Teologia da Prosperidade que outrora movia minha vida, hoje faz parte de um passado distante.
Não
tenho por costume cuspir no prato onde comi – isso é deselegante e antiético.
Mas minha conversão não teve por conseqüência o suicídio da razão, sendo assim,
tenho plena liberdade de discordar das coisas que são apregoadas sem o respaldo
bíblico. A discordância não representa um meio de menosprezar e ridicularizar a
crença alheia, mas nos motiva a desmascarar o erro por amor e benefício do
próximo. Nos primeiros passos como cristão, vi e vivi muito dos ensinos da
Teologia da Prosperidade, e sei, na prática, do potencial maléfico que ela tem.
Participei de dezenas das famosas “campanhas” de fé e finanças,
onde a mola mestra era a barganha com Deus. Tudo girava em torno dos
“sacrifícios” financeiros onde até mesmo valores mínimos de oferta eram
exigidos. Pregadores negavam a suficiência da cruz e o Sacrifício Supremo de
Jesus e estabeleciam parâmetros esdrúxulos, ao ponto de dizer: “EU não aceito menos de R$ 30,00 neste envelope
(por exemplo)”. Quanto maior o sacrifício, maior a profecia, a benção, a visão,
a unção – como se Deus fosse um menino que Se vende por agrados.
Os “valentes” recebiam doses especiais de poder e seu ego era
alimentado por fazer parte da classe dos que faziam sacrifícios acima da média.
Expressões como “se garantir
a festa na casa de Deus, Deus garante a festa na minha casa”, ou “o valor que você der de oferta vai
determinar o valor que Deus dará ao seu próximo ano”, além de
anti-bíblicas, manipulam, enchem de medo e apartam o cristão redimido no sangue
de Cristo das genuínas benesses do Calvário.
Para
variar, o Novo Testamento era praticamente esquecido em tais campanhas, e
textos mal-emendados da Antiga Aliança – e promessas exclusivas do povo judeu
naquele contexto – eram “liberadas” sobre a igreja – desnutrida e mal
alimentada da Palavra. Desta forma, o palco para apostasia fica completo.
Num
contexto como esse, não é de se admirar que muitos se apartaram, partindo para
pastos onde alimento genuíno é servido. Infelizmente, muitos dos que receberam
uma avalanche de promessas nunca cumpridas – e irresponsavelmente “liberadas” –
fazem parte do contingente de decepcionados com Deus e com a igreja. Um
contingente que cresce de modo alarmante. Assim como disse Karl Kepler, isso
faz parte de uma neurose:
“Com o
fenômeno das igrejas neopentecostais, uma nova safra de crentes evangélicos
inundou o Brasil e, à medida que os anos passam e as promessas de prosperidade
não se cumprem, uma nova safra de ex-crentes decepcionados deve estar voltando
para as ruas”. [3]
E ainda
pude constatar uma coisa neste tempo: a Teologia da Prosperidade funciona muito
bem, mas apenas para aqueles que a pregam. Nas palavras de Hank Hanegraaff:
“Basta
caminhar pelo estacionamento dessas conferências ou mesmo dum culto dominical,
ligado ao movimento da Fé, para responder à pergunta: ‘Esse tipo de ensino
realmente funciona?’ Fi-lo recentemente no quartel-general e igreja dum dos
principais mestres da Fé e obtive minha resposta. Havia Cadillacs, Mercedes e
uns poucos reluzentes Lexus ali estacionados – todos eles porém, nos lugares
reservados aos pastores e seu pessoal. No mais, entretanto, o parque de
estacionamento parecia com qualquer outro, numa grande variedade de cupês,
pick-ups e furgões. Ouça cuidadosamente: Era como qualquer outro parque de
estacionamento da cidade. Ora, como é que pode ser isso?” [4]
Muito
simples: a Teologia da Prosperidade é falaciosa. Doutra forma, todos que a
seguem deveriam ser CEO de multinacionais, possuir jatinho próprio, carros
importados e mansão em Miami, afinal, devem ser cabeça e não cauda! Mas a
realidade é diferente do mundo encantado apregoado pelos mestres da riqueza.
Enquanto eles se deleitam na gordura do sacrifício alheio, estão cegos para as
verdades espirituais, tal como o sacerdote Eli (1Sm 1 e 2).
Comerciantes da Fé
Tenho uma graduação em Ciências Econômicas, e através desta ciência aprendi sobre a Lei de Mercado ou Lei de Oferta e Demanda, que pode ser assim definida: “conjunto de conceitos que designam a disponibilidade de bens e serviços à venda no mercado, por um lado, e sua demanda solvável, por outro”. [5]. Em resumo, para que o mercado da fé exista, é necessário que existam os que ofertam o serviço e os que demandam o serviço, ou seja, os “profetas” da prosperidade são os agentes de oferta, e os crentes imaturos são os agentes de demanda. Cada qual com sua responsabilidade neste emaranhado de erros.
Tenho uma graduação em Ciências Econômicas, e através desta ciência aprendi sobre a Lei de Mercado ou Lei de Oferta e Demanda, que pode ser assim definida: “conjunto de conceitos que designam a disponibilidade de bens e serviços à venda no mercado, por um lado, e sua demanda solvável, por outro”. [5]. Em resumo, para que o mercado da fé exista, é necessário que existam os que ofertam o serviço e os que demandam o serviço, ou seja, os “profetas” da prosperidade são os agentes de oferta, e os crentes imaturos são os agentes de demanda. Cada qual com sua responsabilidade neste emaranhado de erros.
O modelo
a seguir representa o que temos visto nos dias de hoje em muitos templos e denominações
“evangélicas”:
Fico
pasmo em saber que isso é tão somente a ponta do iceberg. Ao ver declarações
como as que seguem abaixo, fico a me perguntar até que ponto os pregadores de
riquezas chagarão um dia:
“Deus está
falando que a benção será triplicada, O seu salário vai se multiplicar por
três. Quando você receber seu salário ainda terá do antigo para gastar. É tempo
de fartura. É tempo de Deus. Todos os moradores da terra receberão a notícia de
que é tempo de restituição.” [6]
“Faça esta
oração: Senhor meu Deus, ao ler este livro, aprendi que, se desejo receber
muito dinheiro, devo plantar o equivalente em Tua obra no mundo.” [7]
“Mais uma
vez, como profeta de prosperidade para estes negros dias de crise, eu afirmo:
DEUS ESTÁ INTERESSADO NO BOM ANDAMENTO DE SUAS FINANÇAS. Acredite nisso. Ele é
um Pai amoroso. Pare um pouco, respire fundo e repita em voz audível e com
convicção, por três vezes: DEUS ESTÁ INTERESSADO EM MEU SUCESSO FINANCEIRO.
Agora repita em voz alta, como um brado de vitória: DEUS VAI MUDAR MINHA VIDA
FINANCEIRA PARA MELHOR (ênfase
do autor)” [8]
“Muitas
pessoas acreditam que Jesus Cristo foi muito ‘pobrezinho’ mas a verdade é que
Jesus foi a pessoa mais próspera que já pisou sobre a face da Terra. (…) Ele
andava montado num burro, que era o ‘cadilac’ da época.” [9]
“Você estará colhendo de acordo com a espécie que você mesmo
determinar. Lembre-se: Se você plantar carro, vai nascer carro! Se você plantar
emprego, nascerá emprego! Se você plantar uma casa própria, nascerá uma casa
própria! Você acredita na Palavra de Deus?” [10]
“Agora, você
já sabe que é você quem determina, fixa os limites e diz o que você terá ou
não. Por isso, pare de orar chorando, de se lamentar, suplicando que Deus, com
Sua bondade, lembre-se de você. Esse tipo de oração pode parecer espiritual.
Alguém pode achar lindo orar assim, mas isso não ter valor algum.” [11]
Reparou
como as declarações destes homens se aproximam muito daquilo que Essek W.
Kenyon entendia (o que eu confesso, eu possuo)? E o que mais espanta são as
declarações a seguir:
“Estejam ou
não a par disso, são seus pensamentos predominantes de riqueza que lhe trazem
riqueza” [12]
“Como em
todas as leis da natureza, nessa também a perfeição é absoluta. Você cria sua
vida. Você colherá tudo o que semear! Seus pensamentos são sementes, e sua
colheita dependerá do que plantar.” [13]
“Esta é a sua
vida, e está esperando que você a descubra! Até agora você talvez tenha pensado
que a vida é dura, uma luta, e, portanto, pela lei da atração, deve ter sentido
a vida como dura e uma luta. Comece imediatamente a gritar para o Universo: “A
vida é tão fácil! A vida é tão boa! Todas as coisas boas vêm até mim”. [14]
“O que de
fato você quer? Sente-se e escreva numa folha de papel, usando o presente do
indicativo. Você poderia começar assim: ‘Eu estou tão feliz e grato neste
momento que…’ E então explique como você quer que sua vida seja, em qualquer
área.” [15]
“Mas, se você
quer uma máquina de costura, guarde a imagem dela com a certeza absoluta de que
ela está sendo feita ou de que está a caminho. Depois de formar o pensamento
uma vez, acredite absoluta e definitivamente que a máquina de costura está a
caminho. Nunca pense ou fale nela a não ser com a certeza de que vai chegar.
Afirme que ela já é sua”.[16]
“Nunca olhe
para as provisões invisíveis; olhe sempre para as riquezas ilimitadas na
Substância Informe e SAIBA que elas estão vindo em sua direção tão depressa
quanto você pode recebê-las e usá-las”. [17]
Se você
ainda não conferiu as notas no final deste estudo, eu pergunto: de qual
pregador de prosperidade são as declarações acima? Infelizmente, são
declarações de obras de cunho esotérico, mas que se forem “cristianizadas” por
um dos mestres da riqueza (e muitas já o são), facilmente se tornarão Best Sellers
nas fileiras do gospel Brasil. Realmente é chocante a semelhança entre o
pensamento positivo dos esotéricos e do positivismo e determinismo apregoado
pela Teologia da Prosperidade. E esta semelhança se dá, pois ambos têm o mesmo
foco: o eu do homem. O homem é o centro. O ego é deus.
Enquanto
a Bíblia nos adverte a focar os esforços nas coisas eternas e atemporais (sem
tratar com relaxo das coisas temporais, evidentemente), os profetas da riqueza
direcionam o rebanho a focar os esforços naquilo que é passageiro e que a
ferrugem e a traça devoram.
A
recente crise econômica mundial (2008-2009) afetou diversos setores da
economia. Vimos conglomerados financeiros sendo derrubados como castelos de
cartas, impérios de poder ruindo como castelos de areia a beira-mar, massas de
pessoas sendo demitidas. Será que no meio destas milhares – ou milhões – de
pessoas não tínhamos sequer um cristão? Será que nenhum crente em Jesus perdeu
seu emprego? Endividou-se? Entrou no vermelho? Creio piamente que Deus cuida
dos Seus. Creio que no meio de tantas lutas Ele provém sustento, mas chega ao
ponto do ridículo imaginar que crises não atingem crentes. Mas ainda assim os
profetas da riqueza, tomados pela ganância, lançaram correntes e campanhas para
amarrar a crise e prosperar os crentes.
Este
episódio me lembra de dois personagens bíblicos. Jeremias e Hananinas. Veja
este exemplo:
“O problema
não é de hoje. É multissecular. O profeta Jeremias fazia o que podia para
convencer os reis e o povo de Israel da famosa tríade que estava para chegar a
qualquer momento: a guerra, a fome e a peste (Jr 14.12; 21.7; 24.10; 27.8;
29.17; 32.24; 34.17; 38.2; 42.17; 44.13). Enquanto isso, o profeta Hananias, no
mesmo lugar e para o mesmo público, profetizava “prosperidade” (Jr 28.9, NVI e
BP), ou “paz” (NTLH, ARA e BV), ou “felicidade” (Tradução da CNBB). Um e outro
usavam a mesma introdução: ‘Assim diz o Senhor’”. [17]
E como
já falamos muito sobre história, é hora de, partindo por estes dois exemplos,
refutar, de modo bíblico e definitivo, a falaciosa Teologia da Prosperidade.
A Verdade Bíblica
Quando observamos as verdades Bíblicas nos confrontamos de modo profundo com aquilo que é ensinado pela Teologia da Prosperidade. A bem da verdade, muitos de nós já ouviram por aí absurdos sem fim para defender que o crente deve ter riquezas e uma saúde de ferro, e claro, aqueles que assim ensinam tentam respaldar-se na Bíblia. De fato, se tomarmos meia dúzia de textos isolados (principalmente promessas de bênçãos materiais feitas aos judeus), poderemos com base na Bíblia criar extravagâncias e aberrações diversas. Muitas são as seitas que aplicam este método falacioso. São muitos os problemas que a ignorância bíblica pode produzir no rebanho e essa sonolência espiritual tem permitido a entrada de falsos mestres e falsos ensinos no meio da igreja. Concordo plenamente com John MacArthur quando afirma que:
Quando observamos as verdades Bíblicas nos confrontamos de modo profundo com aquilo que é ensinado pela Teologia da Prosperidade. A bem da verdade, muitos de nós já ouviram por aí absurdos sem fim para defender que o crente deve ter riquezas e uma saúde de ferro, e claro, aqueles que assim ensinam tentam respaldar-se na Bíblia. De fato, se tomarmos meia dúzia de textos isolados (principalmente promessas de bênçãos materiais feitas aos judeus), poderemos com base na Bíblia criar extravagâncias e aberrações diversas. Muitas são as seitas que aplicam este método falacioso. São muitos os problemas que a ignorância bíblica pode produzir no rebanho e essa sonolência espiritual tem permitido a entrada de falsos mestres e falsos ensinos no meio da igreja. Concordo plenamente com John MacArthur quando afirma que:
“Talvez a
igreja hoje seja bem mais suscetível aos falsos mestres, aos pervertedores de
doutrinas e ao terrorismo espiritual do que em qualquer outra geração na
história da igreja. A ignorância bíblica dentro da igreja talvez seja muito
mais profunda e mais generalizada do que em qualquer outra época desde a
Reforma Protestante. Se você duvida disso, escolha aleatoriamente um dos
sermões de qualquer dos principais pregadores evangélicos anteriores a 1850 e o
compare com o sermão típico de hoje. Além disso, compare a literatura cristã de
hoje com qualquer obra publicada há cem anos ou mais, pelas editoras
evangélicas. (…) Os temas característicos dos sermões estão carregados de
questões centralizadas no homem (tais como relacionamentos pessoais, vida
bem-sucedida, auto-estima, listas de ‘como fazer’ e assim por diante) – a ponto
de excluir muitos pontos da doutrina bíblica que exaltam doutrinários nas
Escrituras que enaltecem a Cristo.” [18]
Pois
bem, se você chegou até aqui, percebeu que os problemas mencionados nos
seguintes textos bíblicos são reais em nossos dias:
“Mas os que
querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências
loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”
1Tm 6.9-10
“E
também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos
doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos
seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de
largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 2Pe
2.1-3
Entendendo que o amor ao dinheiro e poder está no coração dos
pregadores da Teologia da Prosperidade e que eles estão no nosso meio, pois o
joio cresce com o trigo (Mt 13.30), passamos a examinar as palavras do Senhor
Jesus sobre as questões materiais.
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde
nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (Mt
6.19-20)
Creio que as palavras de Russel N. Champlin caem como uma luva
neste contexto, quando diz que “o deus Mamom atrai mais que o Cristo da
Galiléia” [19]. Forte e duro, mas real. Será que o
modelo de vida seguido por Jesus está ultrapassado para a igreja pós-moderna
(ou hiper-moderna?)?
Se os membros destas igrejas se dessem ao trabalho de examinar
as Escrituras, descobririam que nossa riqueza está em boas obras (1Tm 6.18), na
fé (Tg 2.5) e que somos herdeiros das insondáveis riquezas que estão em Cristo
(Ef 3.8). Os divulgadores da Teologia da Prosperidade estão cegos em suas
ambições materialistas e não percebem que Jesus deixou muito claro que as
riquezas não são o alvo da igreja. Jesus não morreu para que nós O fizéssemos
um banqueiro. É triste constatar isso, mas muitas das igrejas evangélicas, e
muitos dos que carregam o rótulo de “evangélico” não estão mais adorando ao
Deus Vivo, mas estão prestando culto à Mamom. Muitas igrejas nos dias de hoje
são altares dedicados à Mamom.
E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a
vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. (Lc 12.15)
Certa
feita, ouvi de um destes profetas da riqueza que acabara de comprar um bem de
alto valor, que tal fato tinha ocorrido por ser um presente de Deus para ele.
Ressalva: creio que Deus concede dádivas aos Seus filhos, porém dentro da Sua
soberania e vontade, e nunca na nossa vontade. No entanto, em tom de
superioridade, estes pregadores cortam o coração das ovelhas ao dizer que são
merecedores de tais dádivas mais que os meros mortais do rebanho, ou seja, Deus
tem nestes homens Seus filhinhos preferidos, a ponto de conceder presentinhos a
uns, mantendo outros em angustia.
Outro
destes profetas comprou, com recursos eclesiásticos, um automóvel importado de
quase R$ 100.000,00 para que, através do uso “pastoral” pudesse ostentar quão
abençoado ele é. O problema surgiu quando as fontes da igreja começaram a
minguar, sendo rapidamente achada a solução: levantar, durante os cultos,
apelos de gordas ofertas para quitação das parcelas do veículo de uso
“pastoral”. Mais uma vez, ovelhas manipuladas como fantoches financiando a
carruagem de ministros de impérios e reinos próprios. Um ultrage à cruz de
Cristo e ao puro Evangelho da Graça.
Como o
texto bíblico acima mencionado diz, é preciso tomar muito cuidado com a avareza
e com o amor pela ostentação. A vida cristã é muito mais que isso. É
infinitamente mais que isso.
O anseio por uma vida de luxo e riquezas traz de “brinde” a
atrofia espiritual e desvirtua o cristão do seu caminho.
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo
tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jo 16.33)
Talvez
você foi mal orientado e “programado” que deve orar demasiadamente por algo.
Talvez tenha sido ensinado a sempre “profetizar”, “determinar”, “tomar posse”,
“exigir seus direitos” e as coisas nem sempre aconteceram como você queria. Ao
invés da tão esperada benção, houve um silêncio incomensurável. Mas não se
desespere! O modelo dos pregadores da Teologia da Prosperidade não segue o
modelo bíblico e não condiz com o que Jesus ensinou.
As tribulações existem. Elas virão sobre muitos cristãos. Ainda
assim não devemos desanimar, pois estamos ligados nEle independente de
circunstancias externas (2Co 4.8-9). Se Deus deu o privilégio de todos
desfrutarem do Sol e da chuva (Mt 5.45), por que pensar que sendo cristãos não
teríamos problemas, lutas e tribulações? Se Cristo passou pelo que passou, seus
discípulos não passariam? Tente imaginar esta mensagem de saúde de ferro e
prosperidade financeira sendo pregada no contexto da Igreja Primitiva ou – em
nossos dias – em países como Afeganistão, Sudão e Coréia do Norte, onde o
simples viver é a maior de todas as bênçãos?! As prioridades foram invertidas,
as raízes do cristianismo bíblico precisam ser expostas.
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas. (Mt 6.33)
Este
versículo é o supra-sumo, conclusão, síntese daquilo que Jesus deixou como a
verdadeira prioridade de vida para o cristão. O propósito sublime está no Reino
de Deus. É impossível que um pregador da Teologia da Prosperidade não se
incomode com a verdade explícita registrada neste versículo.
Se tais
homens realmente tivessem o Reino de Deus e Sua justiça impregnados no coração,
de modo algum estariam propagando as mensagens que assombram a igreja, seja nos
templos, na TV, no rádio, internet ou livros. É hora de dar um basta nisso! Se
você ainda é um seguidor de tal teologia, faço um apelo que leia imediatamente
o capítulo seis do Evangelho de Mateus e veja que Jesus faz ali um verdadeiro
manifesto contra o materialismo; peça que o Espírito Santo lhe dirija na busca
e descoberta da verdade do Reino de Deus. O Consolador te levará ao Senhor
Jesus, e nunca a Mamom. Em seu comentário bíblico, disse William MacDonald
sobre este versículo específico:
“O Senhor, portanto,
faz um pacto com seus seguidores. Em resumo, ele diz: ‘Se você colocar os
interesses de Deus em primeiro lugar na sua vida, eu garantirei suas
necessidades futuras. Se você buscar, pois, em primeiro lugar, o seu reino e
a sua justiça,
então eu cuidarei para que nunca lhe falte as necessidades da vida’”
(destaque do autor) [20]
Dada a exposição das Escrituras, não vamos nos ater tão somente
a mostrar o problema e expor a ferida. Propomos uma solução à questão.
Solucionando o Problema
Alguns se conformam com a existência desta falsa teologia e de seus mestres simplesmente por considerar que isso é parte da apostasia do tempo do fim. Ignorar este problema é um grave erro.
Alguns se conformam com a existência desta falsa teologia e de seus mestres simplesmente por considerar que isso é parte da apostasia do tempo do fim. Ignorar este problema é um grave erro.
Outros
acham que o crente não pode, em hipótese alguma almejar um equilíbrio em sua
vida. Estes são os adeptos da “Teologia da Miséria”, pois bradam em alta voz
que “crente bom, é crente miserável”. Não! Este também não é o caminho.
Acredito que o equilíbrio é o ideal. Nem oito nem oitenta.
Acredito
também que ficarmos tão somente apontando problemas sem indicar soluções é
perda de tempo. Por isso, proponho o seguinte:
1. Equilíbrio, moderação e bom senso: Todos nós ansiamos por coisas boas, isso é
um fato. A grande maioria trabalha duro, estuda, se especializa com o objetivo
de desenvolver carreira profissional e um bom salário, e nisso não há pecado
algum. É evidente que quando projetamos tal aspecto em nossas vidas ansiamos em
dar melhores condições de para nossos familiares e devemos almejar alcançar os
aflitos com estes recursos. Se não fosse assim, tornar-nos-íamos ascetas
nômades que tocariam a vida no modelo socioeconômico do escambo.
O que moldará a diferença em nossas vidas é o principal
objetivo, é aquilo que está no centro de nosso coração. Nosso alvo deve ser
acima de tudo e de todos, o Senhor Deus. O texto a seguir resume o que quero
dizer: “não me dês nem a
pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que,
porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? Ou
que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”.
(Pv 30.8-9).
Ou ainda, nas palavras de Craig L. Blomberg: “O principio de moderação explica as
preocupações de Jesus e Paulo por uma vida simples, particularmente quando
envolvidos no ministério, para não dar brecha desnecessária à má reputação do
Evangelho”. [21]
2.
Ensino Bíblico em todas as áreas da igreja local: O ensino sadio é algo de fundamental
importância para que nossas igrejas sejam realmente sadias. Discutimos isso em
maior amplitude no texto “Tripé Básico do Cristianismo – Parte 2: Ensinar”, mas
quero ressaltar aqui que o ensino não está condicionado a uma estrutura de
classe em Escola Bíblica.
O
púlpito deve ser um local de exclusiva exposição clara da verdade da Palavra de
Deus. Os informativos e jornais locais devem ser mais que um calendário de
eventos e datas de aniversário, podendo ser um instrumento de edificação e
evangelismo quando trouxer breves reflexões e devocionais bíblicos. O louvor
deve glorificar o Senhor e ser carregado da mensagem cristã.
Desta
forma, proponho banir de uma vez por todas o triunfalismo barato que invadiu os
púlpitos, retornando a exposição clara das verdades contidas na Palavra de
Deus, sem manipulação ou adulteração, para todo o que a ouve possa chegar ao
conhecimento da verdade (2Co 4.2).
3. Mergulhar na graça e soberania divina: A graça é um favor de Deus para nós. A
graça do Senhor soberano sobre tudo e todos nos foi concedida. Imagine só! O
Deus todo-poderoso se importou conosco no mais sublime de Sua soberania (Mc
14.36; Mt 26.42; 1Jo 5.14).
Durante
muito tempo minha vida foi aterrorizada pelo fantasma do merecimento, do
legalismo e da autojustificação. Pensava que precisava fazer obras para me
justificar diante de Deus e então passar a receber boas coisas da parte dEle.
Pensava que os famosos sacrifícios, propósitos, votos, dos mais variados meios
e formas, dos mais distintos valores, eram uma espécie de meio de troca dos
favores de Deus para com o homem.
Até que
um dia a venda da religiosidade caiu, e pude contemplar a graça de Deus em
minha vida. Compreendi que acima de quem sou ou faço o Senhor Excelso cuida de
mim, zela por mim, provê em minha vida e me sustém em Sua mão. Confio nEle. Que
Ele faça o que quer em mim e por mim. Sigo o exemplo de Cristo: faça Sua
vontade Deus, e não a minha. A benção da graça precisa ser capturada pelo
coração dos crentes.
Enfim, o
materialismo da Teologia da Prosperidade é uma grande prova de apostasia. Entendemos
sim que somos mordomos daquilo que Ele nos concedeu cuidado e que se Ele quiser
proverá coisas boas em nossas vidas, porém nunca nos deixaremos dominar pelo
materialismo.
Deus não
é fantoche de ninguém e não pode ser manipulado por Suas criaturas.
Seja
você um cristão genuinamente bíblico e deixe de procurar por mensagens
agradáveis que você e seu ego desejam, mas busque aquilo que o Senhor quer para
você, lembrando sempre:
“Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se
vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” 2Co 4.18
Toda honra e glória ao Senhor!
Notas
[1] Fundada por Mary Baker Eddy, a Ciência Cristã ensina – baseada no conceito
dualista grego – que toda matéria é má, que o mundo material é uma ilusão e que
a mente é a única realidade. Deus é um conceito estranho, relacionada a mente;
Jesus foi uma figura histórica apenas; o pecado não existe e o inferno não
passa de um mau estado mental.
[2] MATOS, Alderi de Souza. Raízes Históricas da Teologia da Prosperidade. Site
Revista Ultimato – consulta em 01/10/2009
21h38m
[3] KEPLER, Karl. Neuroses Eclesiásticas. Arte Editorial. São Paulo, SP: 2009.
p.18
[4] HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. CPAD. Rio de Janeiro, RJ: 1996.
p.235-236
[5] SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. Editora Best Seller. São
Paulo, SP: 2001. p.336
[6] ENGEL, Joel. A Festa do Jubileu, 3ªed. Ministério Engel. Sobradinho, RS:
2004. p.77
[7] NETTO, Cristiano. Como Prosperar em Tempos de Crise, 6ªed. Edição do Autor.
Curitiba, PR: 2003. p.64
[8] NETTO, Cristiano. Como Prosperar em Tempos de Crise. p.20.
[9] NETTO, Cristiano. O Melhor Vencedor do Mundo, 5ª ed. Ed. e Distr. Provisão
e Vida. Curitiba, PR: 2003. p.90
[10] SOUZA, Raul de. A Lei da Semeadura. Épta Produções. Curitiba, PR: 2005.
p.46
[11] SOARES, R.R. Como Tomar Posse da Benção. Graça Editorial. Rio de Janeiro,
RJ: 2004. p.47-48
[12] BYRNE, Rhonda. O Segredo. Ediouro. Rio de Janeiro, RJ: 2007. p.6
[13] BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.17
[14] BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.41
[15] BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.47
[16] WATTLES, Wallace Delois, A Ciência de Ficar Rico, 6ªed. Editora Best
Seller. Rio de Janeiro, RJ: 2008. p.41
[16] WATTLES, Wallace Delois, A Ciência de Ficar Rico. p.38
[17] Texto “Hananias, o mago da prosperidade”. – consulta em 01/10/2009
21h45m].
[18] MACARTHUR, John F. A Guerra pela Verdade. Editora Fiel. São José dos
Campos, SP: 2008. p.200-201
[19] CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo, vol. 1. Editora Hagnos São Paulo, SP: 2002. p.326
[20] MACDONALD, William. Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento. Ed.
Mundo Crsitão. São Paulo, SP: 2008. p.31
[21] BLOMBERG, Craig L. Nem riqueza, nem pobreza. Editora Esperança. Curitiba,
PR: 2009. p.245-246
FONTE NAPEC.ORG
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