“E em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”
(At 11.26)
A palavra “cristianismo” é oriunda do vocábulo “Cristo”, cujo significado é
“Messias”, “pessoa consagrada”, “ungida”. Do hebraico mashiyach, foi traduzida
para o grego como Christos e para o latim como Christus. É uma religião
exclusivista. Jesus disse que Ele é o único caminho para o Pai (Jo 14.6). E
ainda: que Ele é o único que revelou o Pai (Mt 11.27; Lc 10.22). Assim,
pregamos a proeminência e exclusividade do cristianismo porque cremos naquilo
que Jesus disse. Ou seja, Ele é Deus, (Jo 8.58; Êx 3.14), perdoou (e perdoa)
pecados (Lc 5.20; 7.40) e ressuscitou da morte (Lc 24.24-29). O cristianismo
envolve mais que uma simples religião: é um relacionamento íntimo com Deus. É
uma confiança em Jesus e naquilo que Ele fez na cruz (1Co 15.1-4) e não naquilo
que possamos fazer por nós mesmos (Ef 2.8-9).
Os traços mais significativos e distintivos do cristianismo são a ressurreição
de Cristo e o cumprimento das profecias relacionadas à sua vida. A fé cristã
prega a transitoriedade da vida terrestre, que nada mais é do que apenas uma
passagem para a vida eterna com Deus (Hb 11.13), usufruída por aqueles que
aceitaram a Jesus como seu único e suficiente Salvador. Os ensinamentos
cristãos estão contidos, única e exclusivamente, na Bíblia (sem livros
adicionais), que está dividida em duas partes: Antigo e Novo Testamentos. A
primeira parte (o Antigo Testamento) é a mesma do cânon judaico. Já a segunda
(o Novo Testamento), distribui-se entre os evangelhos (biografias de Cristo
escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João), o livro dos Atos dos
Apóstolos, as epístolas dirigidas às igrejas e o Apocalipse.
Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo e
terrivelmente perseguida (At 24.5). Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do
ano 4 a.C, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os judeus viviam
sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegada
do Messias que, conforme acreditavam, seria um homem de guerra e governaria
politicamente.
Até os 30 anos, Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada ao Norte do atual
Israel. Em pouco tempo, aproximadamente três anos, reuniu seus doze apóstolos e
percorreu a região pregando sua doutrina e operando incontáveis milagres, o que
o levou a ser conhecido de todos e seguido por grandes multidões. Mas, para as
autoridades religiosas judaicas, Ele era um blasfemo, pois se autodenominava o
Messias, e, por isso, era tido como uma espécie de agitador popular.
Por tudo isso foi preso e morto (crucificado). A tendência era que seus
seguidores se dispersassem e seus ensinamentos, esquecidos. Mas ocorreu o
contrário. É justamente neste fato que se assenta a fé cristã. Como já haviam
antecipado os profetas do Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu aos
apóstolos e ordenou que se espalhassem pelo mundo, pregando sua mensagem de
amor, paz, restauração e salvação.
O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador foi o
próprio Filho de Deus, enviado como Salvador e construtor da história, junto
com o homem. Ser cristão, portanto, é engajar-se na obra redentora de Cristo,
tendo como base a fé em seus ensinamentos.
Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou
ao coração do império romano. A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia
Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos doze, mas
foi chamado para essa missão pelo próprio Jesus (At 9.1-19). Em Roma, muitos
cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no
Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão.
Em 313 d.C., o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu
liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império.
Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas
catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.
Desvios de percurso e situações históricas determinaram os cismas que dividiram
o cristianismo em várias confissões. O primeiro grande cisma veio em 1054,
quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa,
separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas
ortodoxas.
Depois, já no período da Idade Média, o cristianismo enfrentou seus maiores
desafios, quando ocorreu o segundo grande racha. O teólogo alemão, Martinho
Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a
prática de venda de indulgências e passou a defender a tese de que o homem
somente se salva pela fé.
Lutero foi excomungado e fundou a Igreja Luterana. Não reconheceu a autoridade
papal, negou o culto aos santos e aboliu a confissão obrigatória e o celibato
entre os padres e religiosos. Mas manteve os sacramentos do batismo e da
eucaristia.
Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas
cristãs que continuam até os nossos dias servindo aos propósitos do Senhor Deus
na terra.
A
possibilidade matemática de Jesus cumprir todas as profecias
As probabilidades a seguir foram calculadas por Peter Stoner em Science Speaks
(Moody Press, 1963). Stoner diz que, usando a moderna ciência da probabilidade
em referência a oito profecias, encontramos que a chance de um único homem ter
vivido antes da presente época e ter cumprido plenamente todas as oitos
profecias é de 1 em 10 (17). Isso seria 1 em 100,000,000,000,000,000.
Para ajudar a compreender esta estonteante probabilidade, Stoner ilustra isto
supondo que: “se nós tivéssemos 10 (17) moedas de 0,50 dólar e, então,
espalhássemos pelo território do Texas, cobriríamos toda a face do Estado em
uma altura de cerca de 70 cm. Seria como se marcássemos uma dessas moedas e a
agitássemos junto com toda a massa de moedas sobre todo o Estado e pedíssemos
para que nos apontassem onde a moeda está. Que chance alguém teria de acertar
na primeira oportunidade? Esta é a mesma chance que os profetas tinham de
escrever oito profecias e elas se cumprirem em um único homem”.
No entanto, temos ainda de considerar que a Bíblia menciona cerca de 456
profecias sobre o Messias que foram cumpridas rigorosamente. Isto é uma
evidência cabal de que Jesus não cumpriu as profecias por mero acidente.
A
ficção de o Código da Vinci contra a História Bíblica
Já há alguns anos, o mercantilismo percebeu que afrontar as crenças cristãs é
algo muito rentável. De tempos em tempos, surge alguém com um filme ou um livro
com este intuito. O último frenesi está sendo causado pelo livro O código Da
Vinci, de Dan Brown. Em resumo, a obra se propõe a desvendar um suposto
mistério mantido em segredo por uma sociedade secreta chamada “O priorado de
Sião”. A igreja católica seria a responsável por se esforçar e guardar este
segredo até os nossos dias. Mas, em que consiste o grande segredo? Em que Jesus
fora casado com Maria Madalena, que estava grávida quando Cristo foi
crucificado. Os descendentes daquela criança ainda sobrevivem e se mantêm no
anonimato, protegidos pelo priorado de Sião, que também é o guardião da
verdadeira fé em Jesus e em Maria Madalena, fé baseada na teoria do “sagrado
feminino”.
E o que tem Da Vinci com tudo isso? Suspeita-se que o pintor tenha gravado sua
devoção ao “Santo Graal Feminino” na representação da Última Ceia, na qual a
personagem à direita de Jesus não seria São João, mas Maria Madalena, sua
companheira.
Pouquíssima coisa deste enredo pode ser classificada como sendo propriamente
original. A maioria procede do fantasioso trabalho Holy Blood, Holy Grail e o
resto são retalhos de ridículas e gastas teorias esotéricas e gnósticas. Thomas
Roeser, pesquisador do Chicago Times, elenca alguns deslizes da obra: apresenta
os Jogos Olímpicos da antiguidade como uma celebração dedicada a Afrodite, em
vez de a Zeus, como seria o correto; aponta os Templários, que supostamente são
os guardiões do “segredo” de Madalena, como os construtores das catedrais do
seu tempo, quando, na verdade, foram os bispos europeus; as catedrais góticas
não têm qualquer simbolismo feminino como se vê na obra; o escritor cria um personagem
católico que mata para impedir que o “segredo” de Madalena venha a público: um
monge do Opus Deis, porém, esta organização não possui monges em sua hierarquia
eclesiástica; e, além disso, a obra contém inúmeros erros geográficos.
Mesmo assim, o livro está no topo de vendas em vários países do mundo e seu
enredo ganhará, em breve, as telas do cinema. Trata-se de mais uma ficção
cristã que merece uma análise mais profunda em futura edição de Defesa da Fé.
A
Reforma Protestante "O grande cisma do cristianismo"
Foi em 1529, na dieta de Spira, que os cristãos reformistas foram apelidados,
pela primeira vez, de “protestantes”, devido ao protesto que os príncipes
alemães fizeram ante o autoritarismo do catolicismo. A faísca para o estopim da
Reforma foi acesa em 1517, pelo reformador Martinho Lutero, que protestou e
condenou o uso das indulgências ao fixar suas 95 teses na porta da igreja
católica de Wittenberg, Alemanha (31/10/1517).
Por seu ato “rebelde”, Lutero foi chamado a comparecer na dieta de Worms, a fim
de se retratar, mas se negou a fazê-lo. Sua atitude alterou profundamente a
história do cristianismo. A Reforma prosperou e as igrejas protestantes foram
fundadas em todas as partes do mundo. Hoje, graças a Deus, uma grande parcela
da população ocidental é protestante. E o Brasil caminha a passos largos para
ser conquistado totalmente pelo protestantismo.
Mês passado, em comemoração ao nascimento de Lutero (10/11/1483), foi veiculada
uma excelente produção cinematográfica sobre sua vida. O filme leva seu nome:
“Lutero – rebelde, gênio, libertador”. A produção conta a história da Reforma
com muita veemência e paixão. O filme mostra o lado humano de Lutero, com a
mulher, sofrendo com a guerra. Segundo o presidente do Conselho da Igreja
Luterana Brasileira, Luiz Artur Eicholz, “o filme consegue trazer o tempo da
Reforma para os dias de hoje de uma forma muito compreensível”. Rolf Keunecke,
delegado do Sínodo Vale do Itajaí, ficou impressionado com o cenário e a
didática do filme: “As imagens são muito impactantes e ajudam a compreender
melhor o limiar do protestantismo”. Rolf Köhntopp, delegado do Sínodo Norte
Catarinense, declarou: “Lutero mostra que o cristão, em nenhum momento, pode
negar a Deus, por maior que seja a pressão. O filme causa um choque muito
forte, mostra a realidade. Lutero é uma lição de vida muito grande e também de
fé e convicção”.
Sabemos o quanto é difícil e raro encontrar na mídia secular trabalhos com
propostas, como a do filme “Lutero”, dignas dos testemunhos que acabamos de
ler. Por isso, recomendamos aos nossos leitores a apreciação desta produção, o
que certamente acrescentará informações relevantes sobre a Reforma, o
reformador e a época em que se deu este importante advento.
Pergaminhos
do mar morto no Brasil
A autenticidade das escrituras bíblicas sempre esteve na mira dos críticos de
plantão. Mesmo os “atiradores de elite”, aqueles que julgavam impossível errar
o alvo, cansaram-se de tanta frustração. Nunca acertaram o alvo. Na verdade,
porque ele não existe. Muitos e de muitas formas foram os que gastaram suas
vidas neste intento. Alguns se renderam e acabaram reconhecendo sua veracidade.
Outros, não chegaram a tanto, mas perderam o vigor da convicção que
apresentavam inicialmente. Este tema é importantíssimo para o cristianismo e o
judaísmo. A fidelidade das Escrituras encerra questões prioritárias para ambas
as religiões. Teriam os escritos do Antigo Testamento existido tal como os
conhecemos hoje? O que temos nas mãos não seriam textos mutilados, alterados e
distorcidos ao longo dos séculos? Esses eram os ataques mais freqüentes à
Bíblia até a grande descoberta dos pergaminhos do Mar Morto, os documentos mais
antigos já encontrados do Antigo Testamento. Unanimemente, esta é considerada a
mais importante desc
oberta arqueológica para os cristãos de todos os tempos.
Escritos em hebraico e aramaico, em folhas de pergaminhos, os manuscritos foram
encontrados por beduínos, em 1947, nas cavernas de Qumran, a 25 quilômetros de
Jerusalém, nas proximidades do Mar Morto. A boa notícia é que eles estão em
nosso país. Aliás, é a primeira vez que esta exposição se realiza na América
Latina. A mostra foi uma iniciativa da Calina Projetos Culturais e do Instituto
de Antiguidades de Israel, que coordena a pesquisa arqueológica israelense.
A exposição contempla dez textos (sendo três originais) dos livros de Gênesis,
Êxodo, Deuteronômio, Levítico, Salmos e Isaías. A exposição inclui copos de
medida, garrafas, jarros, potes, pratos, moedas, tigelas, sandálias e tecidos,
todos encontrados próximos à mesma região.
Depois de uma temporada de cerca de dois meses no Museu Histórico Nacional, no
Rio (RJ), quando foi vista por mais de 150 mil pessoas, a exposição chegou a
São Paulo no mês passado. Os crentes em geral, especialmente os apologistas,
não podem perder esta singular oportunidade de contemplar uma das evidências
arqueológicas mais concretas da fé que defendemos.
FONTE ICP
Nenhum comentário:
Postar um comentário