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Perguntas Sobre o Fim dos Tempos
"Tendo Jesus
saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos
para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo
isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja
derribada. No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se
aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando
sucederão estais coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do
século. E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos
em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. E, certamente,
ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque
é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará
nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários
lugares; porém tudo isto é o princípio das dores. Então, sereis atribulados, e
vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse
tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros;
levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se
multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que
perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino
por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim. Quando,
pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar
santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os
montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e
quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. Ai das que estiverem
grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não se
dê no inverno, nem no sábado; porque nesse tempo haverá grande tribulação, como
desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não
tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos
escolhidos, tais dias serão abreviados. Então, se alguém vos disser: Eis aqui o
Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas operando grande sinais e prodígios para enganar, se possível, os
próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis
que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não
acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra no
ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadáver, aí
se ajuntarão os abutres" (Mt 24.1-28).
Sobre os
acontecimentos dos tempos finais, é recomendável ler também os versículos
restantes de Mateus 24 e todo o capítulo 25. A respeito, vamos perguntar-nos:
1. A quem Jesus dirigiu, em primeiro lugar, as palavras de Mateus 24 e
25?
A parábola da figueira
é uma representação simbólica da nação judaica.
A resposta é: basicamente aos judeus – e não à Igreja
·
Nessa ocasião a Igreja ainda era um mistério. Somente no
Pentecoste ela foi incluída no agir de Deus e, posteriormente, revelada através
de Paulo.
·
Portanto, o texto também não está falando do arrebatamento,
quando Jesus virá para buscar Sua Igreja, mas trata da volta de Jesus em grande
poder e glória para Seu povo Israel, após a Grande Tribulação (Mt 24.29-31).
Jesus só falou do arrebatamento mais tarde, pouco antes do Getsêmani, como está
registrado em João 14. Até então os discípulos, como judeus, só sabiam da era
gloriosa do Messias que viria para Israel (por exemplo, Lucas 17.22-37).
·
Os discípulos a quem Jesus Se dirigiu em Mateus 24 e 25
evidentemente eram judeus. Em minha opinião, eles simbolizam o remanescente
judeu fiel, que crerá no Messias no tempo da Grande Tribulação.
·
No sermão profético do Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, Ele
predisse como será a situação dos judeus no período imediatamente anterior à
Sua volta.
·
Falsos profetas e falsos cristos, como são chamados em Mateus
24.5,23,26, representam um perigo para Israel. A Igreja enfrenta outros
perigos, pois deve preocupar-se mais com falsos mestres, falsos apóstolos e
falsos evangelistas e em discernir os espíritos (2 Co 11.13; 2 Pe 2.1; Gl
1.6-9). Filhos de Deus renascidos pelo Espírito Santo certamente não vão
sucumbir às seduções de falsos cristos e cair nesses enganos.
·
O "abominável da desolação" (Mt 24.15) diz respeito
claramente à terra judaica, ao templo judaico e aos sacrifícios judeus. Já o
profeta Daniel falou a respeito. E Daniel não falava da Igreja, mas de "teu povo... e de tua santa cidade"
(Dn 9.24).
·
A frase: "então,
os que estiverem na Judéia fujam para os montes" (Mt 24.16), é
bem clara. Trata-se nitidamente da terra de Israel. Pois no Novo Testamento a
Igreja de Jesus nunca é conclamada a fugir para os montes.
·
Igualmente o texto que fala do sábado diz respeito aos judeus,
aos seus costumes e suas leis (v. 20).
·
Também a parábola da figueira (v. 32) é uma representação
simbólica da nação judaica. Do mesmo modo, a expressão "esta geração"
(v. 43) aplica-se a Israel.
2. A que época o Senhor se refere em Mateus 24?
A resposta à pergunta
anterior nos conduz automaticamente ao tempo em que esses fatos acontecerão.
Trata-se da época em que Deus começará a agir novamente com Seu povo Israel de
maneira coletiva, levando o povo da Aliança ao seu destino final (v. 3), que é
a vinda do seu Messias e o estabelecimento de Seu reino. O centro de todas as
profecias de Mateus 24 e 25 é ocupado pelos sete anos que são os últimos da 70ª
semana de Daniel (Dn 9.24-27). Devemos estar cientes de que esse período é a
consumação do século, o encerramento de uma era, e não apenas o transcorrer de
um tempo. O sinal do fim dos tempos é a última semana, a 70ª semana de Daniel.
Coisas espantosas e
grandes sinais no céu anunciam a chegada do grande dia da ira do Senhor.
Todos os sinais que o
Senhor Jesus predisse em Mateus 24, que conduzirão à Sua vinda visível (v. 30),
têm seus paralelos no Apocalipse, nos capítulos de 6 a 19. Mas nessa ocasião a
Igreja de Jesus já terá sido arrebatada, guardada da "hora da provação" (Ap
3.10).
Os últimos sete anos – divididos em três etapas (Mt 24.4-28)
1. Os versículos 4-8
descrevem, segundo meu entendimento, a primeira metade da 70ª semana de Daniel. O versículo 8
diz claramente: "porém
tudo isto é o princípio das dores". As dores não dizem
respeito a uma época qualquer, elas definem especificamente o tempo da
Tribulação, comparado na Bíblia "às dores de parto de uma mulher
grávida" (1 Ts 5.3; veja também Jr 30.5-7). O princípio das dores são os
primeiros três anos e meio da 70ª semana. Assim como existem etapas iniciais e
finais nas dores que antecedem um parto, também esses últimos 7 anos dividem-se
em duas etapas de três anos e meio. Há um paralelismo e uma concordância quase
literal entre Mateus 24.4-8 e Apocalipse 6, onde o Senhor abre os selos de
juízo:
·
Falsos cristos (Mt 24.5) – primeiro selo: um falso cristo (Ap
6.1-2).
·
Guerras (Mt 24.6-7) – segundo selo: a paz será tirada da terra
(Ap 6.3-4).
·
Fomes (Mt 24.7) – terceiro selo: um cavaleiro montado em um
cavalo preto com uma balança em suas mãos (Ap 6.5-6).
·
Terremotos (Mt 24.7), epidemias (Lc 21.11) – quarto selo: um
cavaleiro montado em um cavalo amarelo, chamado "Morte" (Ap 6.7-8).
2. Nos versículos 9-28
temos a descrição da Grande Tribulação, ou seja, a segunda metade (três anos e
meio) da 70ª semana de Daniel.
·
Nesse tempo muitos morrerão como mártires (Mt 24.9) – quinto
selo (Ap 6.9-11).
·
Coisas espantosas e grandes sinais no céu anunciam a chegada do
grande dia da ira do Senhor (Lc 21.11) – sexto selo (Ap 6.12-17).
·
Em Israel, muitos trairão uns aos outros (Mt 24.10, veja também
Mt 10.21).
·
O engano e a impiedade se alastrarão, o amor esfriará,
significando que muitos apostatarão de sua fé (Mt 24.11-12, veja 2 Ts 2.10-11).
Quem perseverar até o fim verá a volta do Senhor e entrará no Milênio (Mt
24.13).
·
O Evangelho do Reino será pregado por todo o mundo (v. 14). Ele
não deve ser confundido com o Evangelho da graça, anunciado atualmente. O
Evangelho do Reino é a mensagem que será transmitida no tempo da Tribulação
pelo remanescente e pelos 144.000 selados do povo de Israel, chamando a atenção
para a volta de Jesus, que então virá para estabelecer Seu Reino (compare
Apocalipse 7 com Mateus 10.16-23).
3. Mateus 24.15
refere-se à metade da 70ª semana de Daniel, o começo dos últimos três anos e
meio de tribulação.
A "abominação
desoladora" não teve seu cumprimento na destruição do templo em 70 d.C.,
pois refere-se à afirmação de Daniel, que aponta claramente para o fim dos
tempos (Dn 12.1,4,7,9,11).
·
A profecia da "abominação desoladora" de Daniel teve
um pré-cumprimento aproximadamente em 150 a.C., na pessoa de Antíoco Epifânio.
Daniel 11.31 fala a respeito.
·
A "abominação desoladora" cumpriu-se parcialmente em
70 d.C. através dos romanos, que destruíram o templo.
·
Mas "abominável da desolação" de que Jesus fala em
Mateus 24.15 será estabelecido apenas pelo anticristo, vindo a ter seu
cumprimento pleno e definitivo na metade dos últimos sete anos (como
profetizado em Daniel 12). Essa profecia de Daniel é claramente para o tempo do
fim (vv. 4,9), referindo-se a um tempo de tão grande angústia como jamais houve
antes (v. 1), que durará "um
tempo, dois tempos e metade de um tempo". É dessa Grande
Tribulação, desse período de imenso sofrimento e angústia, que Jesus fala em
Mateus 24.21 (veja Jr 30.7).
Nos versículos a
seguir, de 16 a 28, o Senhor Jesus explica como o remanescente dos judeus deve
comportar-se durante a Grande Tribulação:
·
Eles devem fugir (veja Ap 12.6).
·
Esses dias serão abreviados para três anos e meio, para que os
escolhidos sejam salvos.
·
Falsos cristos e falsos profetas farão milagres e sinais (veja
Ap 13.13-14).
·
Mas então, finalmente, diante dos olhos de todos, o Senhor
virá "como o relâmpago sai do
oriente e se mostra até no ocidente". Esses dias da ira de
Deus (Lc 21.22), ou melhor, esses dias da ira de Deus e do Cordeiro (Ap 6.17),
são descritos assim:"Onde
estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres" (Mt 24.28). O
"cadáver" representa o judaísmo apóstata, afastado de Deus, e o
sistema mundial sob a regência do anticristo, no qual reinará a morte e o
"hades". Os "abutres" simbolizam o juízo de Deus.
Terremotos,
tempestades, inundações e doenças imprevisíveis, além de outros fenômenos e
catástrofes da natureza, aumentam dramaticamente.
Como já foi
mencionado, não creio que em Mateus 24.15 o Senhor Jesus esteja referindo-se à
destruição do templo em 70 d.C., mas penso que Ele está falando do tempo do
fim. Ele menciona a destruição do templo e de Jerusalém em Lucas 21, fazendo
então a ligação com os tempos finais. Aliás, este é o sentido dos quatro
Evangelhos: apresentar ênfases diferenciadas dos relatos. Os Evangelhos tratam
da profecia como também nós devemos fazê-lo, manejando bem a palavra da verdade
(2 Tm 2.15).
Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor
diz:"Quando, porém,
virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até
que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." Isso
cumpriu-se em 70 d.C.
Mas Mateus 24 menciona
algo que não aparece no Evangelho de Lucas, pois cumprir-se-á apenas nos tempos
do fim: "o abominável da desolação" (v. 15).
No Evangelho de Lucas,
que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito:"...haverá grande aflição na
terra" (Lc 21.23) (não está escrito: "grande tribulação"). Mas
em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma
"grande tribulação" "como
desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais"
(v. 21). A expressão "grande tribulação" diferencia
nitidamente a angústia de 70 d.C. da "grande tribulação" no final dos
tempos.
Jesus Cristo não é
apenas a esperança para o futuro do mundo, mas a esperança para toda pessoa,
para cada um que invocar Seu Nome!
3. Qual é a mensagem desse texto bíblico para nós hoje?
Essa passagem tem
forte significado para os crentes de hoje, pois sabemos que os impressionantes
acontecimentos da Grande Tribulação lançam suas sombras diante de si e que, por
essa razão, o arrebatamento da Igreja deve estar muito próximo.
·
Nosso mundo está muito inquieto. Há conflitos em muitos países e
torna-se mais e mais evidente a possibilidade de guerras devastadoras em futuro
próximo. Mais de 400.000 cientistas estão atualmente ocupados em melhorar
sistemas bélicos ou em desenvolver novos armamentos.
·
Grande parte da humanidade passa fome.
·
Terremotos, tempestades, inundações e doenças imprevisíveis,
além de outros fenômenos e catástrofes da natureza, aumentam dramaticamente em
progressão geométrica, como as dores de parto da que está para dar à luz.
·
Grande parte dos cristãos é perseguida. Muitos chegam a falar de
uma "escalada" nas perseguições nos últimos anos.
·
Também a sedução e o engano através de falsas religiões é comparável
a uma avalanche. O clamor pelo "homem forte" torna-se mais audível.
Qualquer coisa passa a ser anunciada como "deus" ou
"salvador" – e as pessoas agarram-se ansiosas a essas ofertas
enganosas. Ao mesmo tempo acontece uma apostasia nunca vista, um crescente
afastamento da Bíblia e do Deus vivo.
As dores da Grande
Tribulação anunciarão a vinda do Filho do Homem. Não nos encontramos diante do
fim do mundo, mas nos aproximamos do fim de nossa era (Mt 24.3). O Filho de
Deus não nos trará o fim, mas um novo começo. Jesus Cristo não é apenas a
esperança para o futuro do mundo, mas a esperança para toda pessoa, para cada
um que invocar Seu Nome!
Quando Jesus Voltará?
Tempos finais: a hora de Deus ou coisa de malucos?
[Acontecimentos
impressionantes resultam num] caos de "profecias" e previsões sobre a
aproximação do tempo do fim. Cristãos também participam dessas especulações,
apesar da Bíblia proibi-las: "Por
isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho
do Homem virá" (Mt 24.44). Ele virá "como
ladrão"; é o que está escrito no último livro das Sagradas Escrituras (Ap
3.3). Mas o bom-senso e a razão nos aconselham a pensar no perigo de "um
apocalipse encenado por mãos humanas contra a vontade de Deus".
Esse perigo é hoje
maior do que no tempo da Guerra Fria, onde o instinto de sobrevivência dos
poderosos deste mundo ajudou a evitar um confronto nuclear. Mas esse instinto
de autopreservação normalmente não existe para os terroristas religiosamente
motivados. Por isso, especialistas em Genebra, Nova Iorque e Haia, em
escritórios da ONU e sedes de outras organizações internacionais, acham muito
provável que esses fanáticos tentarão tornar realidade o tempo do fim por
"se sentirem chamados por Deus".
Longe de ser fantasia
Provavelmente não
exista outra preocupação maior do governo dos Estados Unidos e de outros países
do que o temor de terroristas virem a apoderar-se de armas químicas ou
biológicas de destruição em massa para usá-las contra a população civil, para
castigar "a sociedade corrompida" ou para pressionar as autoridades
forçando algum tipo de concessão.
"Essa
probabilidade cresce a cada dia...", disse um embaixador credenciado na
"Organização Para a Proibição de Armas Químicas" (OPCW) em Haia.
"Nos tempos da Guerra Fria questionávamos se essas armas seriam utilizadas
algum dia. Hoje só nos perguntamos quando isto acontecerá."
Em linguagem clara,
isso poderia acontecer da seguinte maneira: em um dia calmo de verão, sem
vento, alguém poderia espalhar uma grande quantidade de gás paralisante no
horário de maior movimento, em meio a um engarrafamento em Nova Iorque ou em
Frankfurt, levando dezenas de milhares de pessoas à morte. Ou, pior ainda:
durante a noite um terrorista sobrevoa Washington e despeja cem quilos de
"Anthrax" sobre a cidade; seus bacilos multiplicam-se rapidamente nos
corpos de pessoas e animais e provocam hemorragias internas mortais em um
milhão de pessoas.
Esse cenário não é uma
fantasia. Ele é resultado de um estudo do governo dos Estados Unidos. No início
de 1999 a revista "Foreign Affairs", o periódico sobre política
externa mais conceituado do mundo, trouxe informações a respeito desse assunto.
O professor Richard K. Betts, diretor do Instituto para Pesquisa de Guerra e
Paz da Universidade de Colúmbia em Nova Iorque, salientou que um acontecimento
desses mudaria radicalmente a sociedade livre: "Imaginemos que uma seita
islâmica secreta matasse 100.000 pessoas com uma bomba biológica e ameaçasse
repetir o ato até o governo atender suas exigências. Uma reação de pânico do
nosso sistema judiciário seria bem plausível em um caso desses. Todos os
americanos de origem árabe poderiam ser presos em campos de concentração, como
aconteceu depois do início da Segunda Guerra Mundial com os cidadãos americanos
de origem japonesa." (Abendland)
Na verdade ninguém, a
não ser Deus, sabe quando acontecerá a volta de Jesus. O Senhor enfatizou em
Atos 1.7: "Não
vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva
autoridade."
Precisamos distinguir
claramente entre fatos, suposições e especulações. É fato que Jesus voltará. A
suposição é que Ele virá muito em breve. Mas seria especulação tentar marcar a
data da Sua volta.
Em nosso século e em
outras épocas muitos já tentaram calcular a data da volta de Jesus. Foram
estabelecidas datas bem exatas nas quais deveria acontecer o arrebatamento, mas
sem exceção todas as previsões falharam.
Mas apesar de todos
estes cálculos errados do passado, muitos cristãos sinceros e estudiosos da
Bíblia – sem pretenderem marcar uma determinada data – estão de pleno acordo
que nuvens de tempestades se ajuntam no horizonte da história da humanidade.
Vivemos hoje em uma sociedade que não pode ser comparada a nenhuma outra anterior
à nossa. Em nosso mundo acontecem coisas que apontam de maneira extremamente
clara para a iminente volta de Jesus. Ninguém sabe dizer se isto acontecerá
hoje, amanhã ou somente daqui a alguns anos. Mas todos os sinais apontam para o
último grande alvo da história da humanidade.
O povo judeu está
novamente em sua própria terra, onde irá receber primeiramente o anticristo,
sendo depois levado ao encontro do Senhor que está voltando. Assim, profecias
milenares aguardam seu cumprimento final (Jr 24.6-7). A situação no Oriente
Médio se agrava de maneira dramática. Mas o clamor por paz e segurança não se
limita apenas ao Oriente Médio, abrangendo o mundo todo (1 Ts 5.3). Vivemos
numa época em que é possível destruir o mundo inteiro em apenas uma hora. O cenário
apocalíptico em todas as áreas se delineia de maneira cada vez mais evidente e
torna-se cada vez mais provável. Está sendo construído um sistema econômico
global, uma verdadeira teia, da qual ninguém mais pode escapar, e é possível
que esse sistema desabe de uma hora para outra. Atualmente uma crise em
qualquer lugar do globo já abala o mundo inteiro (comp. Ap 18.10ss). As
catástrofes naturais alcançaram dimensões e freqüências assustadoras, são cada
vez mais dramáticas e se sucedem a intervalos sempre menores (Lc 21.25ss). O
afastamento de Deus e o distanciamento das verdades bíblicas é tão evidente e
cada vez mais atrevido que fica difícil achar uma situação que se compare a
ela. Alguém observou: "As pessoas de hoje sabem tão pouco das verdades bíblicas
que vivem suas vidas como se Deus não existisse" (comp. 2 Ts 2.3; 2 Tm
3.1ss). Na área do ocultismo, o diabo está solto: nos meios de comunicação, no
cinema e na televisão as pessoas são literalmente afundadas no esoterismo e
soterradas por filmes de ficção científica. Alexander Soljenitzyn observou:
"Os poderes do mal iniciaram sua ofensiva decisiva" (comp. 2 Ts 2.9;
1 Tm 4.1). Ultimamente também o mundo secular (desligado de Deus) tem chegado
sempre mais à convicção de que nos aproximamos do fim do mundo. Parece que os
sinais dos tempos prenunciam a chegada da noite, e o nosso mundo vê mais
"o túnel no fim da luz" do que o inverso. Mas os filhos de Deus não
têm motivos para ficar resignados. Ao contrário. Para eles, pela fé, aparece a
luz no fim do túnel: Jesus voltará. Lemos em 2 Tessalonicenses 1.10: "quando vier para ser
glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia
(porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho)." Até
que chegue esse momento, devemos remir o tempo e cumprir nossa tarefa para que
mais pessoas sejam ganhas para o Senhor Jesus e para que Sua Igreja seja
preparada para quando Ele voltar. Acima de tudo, temos a Palavra Profética,
para a qual devemos atentar como uma luz que brilha em lugar tenebroso (2 Pe
1.19).
Quando,
Finalmente, Virá o Senhor?
Thomas Lieth
Certamente esta é uma pergunta que
todos nos fazemos. Já estamos na segunda década do novo milênio e o
Arrebatamento ainda não aconteceu.
Seja sincero: há 15 anos você contava
com a possibilidade de ainda estar vivendo na terra por mais uma década? Creio
que muitos de nós pensavam e especulavam que o Arrebatamento estivesse às
portas e que nem veríamos a entrada do novo milênio.
“Portanto, irmãos, sede pacientes
até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra,
aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas.
Sede vós também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do
Senhor está próxima” (Tg 5.7-8).
“Porque a vinda do Senhor está próxima”, diz
o texto. Já se passaram quase 2000 anos desde que Tiago escreveu isso. E a
verdade é que hoje continuamos na terra, e não na Jerusalém celestial. Você
ficou decepcionado? Ou, pior ainda: você ficou chateado com o Senhor por causa
disso? Você está irritado porque a volta do Senhor continua sendo adiada?
Talvez você faça parte daqueles que estão totalmente desencorajados, que
pensam: “Ah!, o Senhor ainda vai demorar muito para vir!”.
"Mas daquele dia e hora ninguém
sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai" (Mt 24.36).
No passado houve outra pessoa que em
uma situação muito específica e insatisfatória ficou esperando pelo Messias,
pela Sua aparição em poder. Então, tomado pela impaciência porque aparentemente
nada acontecia, perguntou ao Senhor Jesus: “És tu aquele que havia de
vir, ou havemos de esperar outro?” (Mt 11.3). Talvez João Batista –
que era a pessoa em questão – tenha, na verdade, formado um pensamento ainda
mais agressivo: “Já está mais que na hora de o Senhor Jesus vir para edificar
Seu reino messiânico”. Não quero entrar nos detalhes desse acontecimento, mas
falar sobre a resposta do Senhor Jesus, a palavra que o Salvador deu a esse
discípulo impaciente e desesperado: “E bem-aventurado é aquele que não
se escandalizar de mim” (v.6). O Senhor Jesus não respondeu a João
Batista, dizendo: “Virei no dia X para edificar meu reino”. Pelo contrário, Ele
não deu a João nenhuma dica sobre os acontecimentos no Plano de Deus através
das eras. Disse-lhe apenas aquilo que realmente importava. Quero repetir aqui
com minhas próprias e imperfeitas palavras: “João, não peque, não duvide de
mim, não fique chateado, mas persista. Tenha paciência – qualquer que seja a
sua situação – e deixe tudo comigo, no meu tempo; você só precisa confiar e
crer!”
Tiago 5 fala de paciência: “Portanto,
irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor”! O Senhor Jesus não
revelou o dia da Sua vinda a ninguém, nem mesmo aos apóstolos, aos primeiros
cristãos, ou aos pais da Igreja. Em vez disso, o que Ele disse? “Mas
daquele dia e hora ninguém sabe...” (Mt 24.36). Uma coisa é certa: o
Senhor voltará. Não há dúvida, não precisamos perder tempo discutindo isso. A
Bíblia está cheia dessas promessas, e a passagem de Tiago 5 é apenas uma entre
muitas outras que mencionam o fato da volta do Senhor Jesus Cristo. O tema
“volta do Senhor” é mencionado em todas as cartas do Novo Testamento. Não se
trata, portanto, de um tema secundário ou de um acontecimento insignificante.
Muito pelo contrário: é um tema central e fazemos bem em falar dele e chamar
atenção para ele. Fica claro que os apóstolos esperavam a volta do Senhor a
qualquer momento, mesmo que não tenham dito em nenhum momento que essa volta
teria de acontecer ainda durante sua própria vida. É isso que diferencia os apóstolos
dos muitos fanáticos a respeito do final dos tempos, que pensam ser necessário
determinar uma data fixa para a volta do Senhor.
Mas como devemos lidar com essa
expectativa justificada em relação à volta do Senhor? Que conseqüências ela
traz consigo? A conclusão, de qualquer forma, não é: “Vamos esperar com calma
até o Senhor vir”, mas: “Vamos cumprir nossa tarefa com diligência até lá”! Ou,
para usar as palavras de Tito 2.11-13: “Porque a graça de Deus se
manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que,
renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo
sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o
aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Entendemos
corretamente? O versículo 13 abre nossos olhos para o encontro com nosso
Senhor: “...aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da
glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”, e a conclusão
decorrente: “renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no
presente mundo sóbria, e justa, e piamente” (v.12). Importa viver com
toda sobriedade, vivendo de forma justa e piedosa e em oração:“Mas já está
próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração” (1
Pe 4.7). Ser sóbrio significa não ficar especulando e jogando com
números e anos. Também significa que não devemos negligenciar nossa incumbência
original diante de tanta expectativa pelo encontro iminente com nosso Senhor e
Salvador. Nossa expectativa deve ser imediata, assim como a dos apóstolos e dos
primeiros cristãos. A volta do Senhor Jesus é uma realidade. O próprio Senhor
Jesus nos diz: “Eis que venho sem demora...” (Ap 3.11).Também
poderíamos traduzir assim: “Veja, venho logo, venho rapidamente, de uma hora
para outra, no momento em que vocês não esperarem”. Este “eu venho logo” não
significa “virei amanhã”, mas: “Quando eu vier, e somente o Senhor sabe a hora,
virei de uma hora para outra, de repente, com pressa e muito rapidamente”. Não
haverá tempo para fazer mais nada, nem para se despedir, nem para se
justificar, nem para colocar alguma coisa em ordem... acabou o tempo! Devemos
conversar a respeito, encorajando e exortando-nos mutuamente, mas acima de tudo
devemos viver de acordo com isso; com toda a sobriedade e piedade.
Alegre-se pelo dia que o Senhor
colocou nas suas mãos para que possamos louvá-lO, adorá-lO e engrandecê-lO.
Tiago fala de paciência. Nesse
contexto, ele menciona um exemplo muito bonito, o exemplo do agricultor: “Eis
que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência,
até que receba as primeiras e as últimas chuvas” (Tg 5.7). O que esse
exemplo significa para nós? O agricultor faz o que está ao seu alcance. Ele
semeia, planta, ara, colhe e outras coisas mais. Mas além dessas coisas, há
outras sobre as quais o lavrador não tem poder nenhum, tornando-se
completamente dependente delas. Por exemplo, do tempo, da chuva prematura e
tardia, como menciona o texto. Nessas coisas só resta confiar e crer que o
Senhor fará tudo corretamente – como diz o Salmo 37.5: “Entrega o teu
caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará”. Mesmo que a colheita
atrase – seja por qual motivo for – o lavrador não se limita a cruzar os
braços, não se deixa desencorajar e continua fazendo seu trabalho.
Esse exemplo também é uma bonita
figura para a colheita espiritual. Nós, como Igreja, somos chamados a agir de
acordo com nossos dons e nossas forças, fazendo tudo que estiver ao nosso
alcance e que está sob nossa responsabilidade. Tudo deve acontecer com muita
paciência, muita sobriedade e sensatez e, principalmente, com muita oração.
Como Igreja temos uma incumbência e precisamos desempenhá-la. A incumbência é:
adorar ao Senhor, proclamar e ensinar a Palavra, edificar, encorajar e exortar
uns aos outros, doar e apoiar, orar, pedir e agradecer, e manter a comunhão.
Além disso, a Igreja foi encarregada de dar um testemunho aos de fora – afinal,
somos mensageiros de Cristo na terra. A Igreja, especialmente os anciãos e os
diáconos, deve cuidar dos fracos, dos doentes, das viúvas, dos órfãos e dos
necessitados, ajudando aqueles que são vacilantes e instáveis na fé. A Igreja é
muito mais que um grupo que se reúne aos domingos. A tarefa que temos como
Igreja e membros dela não termina com o ano, mas vale até que o Senhor nos
busque para junto de si por causa de Sua graça, a Seu tempo, e não quando nós
desejarmos.
Somos chamados a semear, lavrar e
arar. O fruto pode ser confiadamente entregue nas mãos de Deus. Ele, o Senhor,
alcançará Seu objetivo com a Igreja, com você e comigo. Mas lembre-se: no tempo
dEle! Nesse sentido devemos continuar falando do Arrebatamento e do encontro
com nosso Senhor Jesus Cristo: com total liberdade e grande alegria, sem
especular e sem calculadora à mão. Acima de tudo: não fique decepcionado, não
duvide do Senhor quando a Sua volta demorar e nós continuarmos na terra no
começo do próximo ano. Antes, alegre-se pelo dia que o Senhor colocou nas suas
mãos para que possamos louvá-lO, adorá-lO e engrandecê-lO. Importante é continuar
atentos e prontos, despreocupados e alegres, não duvidando, mas confiando. Em
meio a toda essa situação, não percamos de vista as pessoas que nos cercam,
pois são parte da nossa incumbência. Que o Senhor o abençoe!
FONTE CHAMADA.COM
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