O Povo
Escolhido de Deus
"Em
herança possuireis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuirdes, terra que
mana leite e mel: Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos separei dos povos.
Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos,
para serdes meus" (Levítico 20.24,26).
Seja
o que for que alguém escolha acreditar, a Palavra de Deus declara repetida e
claramente que Israel é Seu povo especialmente escolhido e que jamais perderá
essa condição singular. O destino peculiar de Israel, ordenado por Deus para
cumprir Sua vontade para a humanidade, é o tema dominante das profecias
bíblicas. As profecias sobre o Messias estão inseparavelmente ligadas a Seu
povo, Israel. Seria a Israel, e através dele ao mundo, que o Messias, Ele mesmo
um judeu, viria.
Logo,
uma percepção clara das profecias a respeito do passado, presente, e futuro de
Israel é fundamental para a compreensão de ambos os adventos de Cristo, Sua
vinda histórica e Sua promessa de "voltar novamente". Israel, como já
notamos, é o relógio profético de Deus, um grande sinal que Ele deu ao mundo
para provar a Sua existência e demonstrar que está no comando da história. Por
mais que isso não agrade a alguns, os judeus são o povo escolhido de Deus.
Um
povo escolhido? Escolhido por Deus? Essa graça parece ter trazido mais que sua
quota de problemas. No filme Um
Violinista no Telhado, Topol (o artista principal do filme) ecoa o
protesto perplexo de muitos judeus: "Que tal escolher um outro povo!"
Obviamente esse pedido não muda os fatos. Não há como escapar do propósito de
Deus ou do registro bíblico.
Recusando-se
a encarar as evidências surpreendentes, os céticos descartam insolentemente a
simples sugestão de que poderia existir um "povo escolhido". Ateus
negam a existência de qualquer Deus para fazer a escolha. Apesar disso, essa
afirmação bíblica, mesmo que muito rejeitada, serviu para focalizar a atenção
do mundo nos judeus. Em vários casos, ela tem trazido a perseguição por parte
daqueles que odeiam os judeus, como se fossem estes os autores da idéia de que
Deus tinha alguma afeição especial por eles e um plano especial para eles.
Os
muçulmanos, por outro lado, insistem que não foram os descendentes de Isaque,
mas os de Ismael que foram escolhidos por Deus. A tribo Quraita, à qual
pertencia Maomé, afirmava que sua descendência se estendia até Ismael e, por
meio dele, a Abraão. Logo, argumenta-se, a terra de Israel (que os muçulmanos
insistem que foi prometida a Ismael) pertence aos árabes. Essa afirmação,
porém, não tem fundamento. A Bíblia declara o contrário: que o território de
Israel pertence aos descendentes de Isaque. Quanto ao Corão, ele sequer
menciona Jerusalém ou qualquer parte do território de Israel - uma omissão que
é fatal às afirmações islâmicas nestes últimos tempos.
Cinco Características Distintivas de Israel
Vamos
examinar mais de perto esse notável "povo escolhido". Não há melhor
lugar para se começar do que o livro de Gênesis. Lá encontramos um homem
chamado Abrão, a quem Deus escolheu e mais tarde renomeou Abraão. Tanto os
árabes (através de Ismael) quanto os judeus (através de Isaque) o declaram como
pai. Na realidade, não há evidência de que os árabes descendam de Abraão por
Ismael. Como Robert Morey expôs em seu excelente livro The Islamic Invasion (A Invasão
Islâmica): "A prestigiosa Enciclopédia do Islã traça a
genealogia dos árabes a origens não-abraâmicas." A evidência de que os
judeus são descendentes de Abraão, porém, é surpreendente. Aqui é que começa a
história: "Ora,
disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra... e vai para a terra que te
mostrarei; de ti farei uma grande nação... abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei
os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra"
(Gênesis 12.1-3). "O
Senhor teu Deus te escolheu, para que fosses o seu povo próprio, de todos os
povos que há sobre a terra" (Deuteronômio 7.6).
Há
cinco elementos distintos na aliança que Deus fez com Abraão, Isaque, e Jacó
(Israel) que distinguem seus descendentes de todos os outros povos da terra.
Aqui eles estão na ordem em que foram dados: 1) a promessa de que o Messias
viria ao mundo por Israel; 2) a promessa de um certo território que foi dado a
Israel como possessão para sempre; 3) a lei mosaica e seus subseqüentes pactos
de promessa, que definiram um relacionamento especial entre Deus e Israel; 4) a
manifestação visível da presença de Deus entre eles; e 5) o reinado prometido
do Messias, no trono de Davi em Jerusalém, sobre Seu povo escolhido e sobre o
mundo inteiro.
Nós
vamos adiar até mais tarde o estudo da primeira e última promessas acima, que
são pertinentes especificamente ao Messias, e lidar com as outras agora. Os
versículos citados de Gênesis 12 contêm a primeira promessa de um território
que foi dado a Abraão e seus descendentes. Os versículos seguintes àquele
capítulo registram a saída obediente de Abraão de Ur dos Caldeus, sua terra
natal, onde sua família havia vivido em idolatria por muitos anos após a
dispersão dos construtores da Torre de Babel. Ao redor das ruínas daquela
Torre, a cidade de Babilônia foi construída. Ela se tornaria a capital do
primeiro império mundial, o lugar do cativeiro de Israel mais tarde, e de
grande importância relativa à volta de Cristo a esta terra, como veremos.
Rapidamente
encontramos Abrão chegando na "terra de Canaã". Seus habitantes já
eram conhecidos como cananeus e possuíam a região naquela época. Essa era a
terra que Deus identificou a Abrão como sendo a terra que seus descendentes
possuiriam aproximadamente 400 anos mais tarde. Logo foi reconhecida como
"a terra prometida" e ainda hoje se referem a ela como tal. Os
versículos seguintes são uma amostra das muitas confirmações de Deus dessa
promessa especial a respeito da terra: "Apareceu o Senhor a Abrão, e lhe disse: Darei à
tua descendência esta terra... porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a
ti e à tua descendência, para sempre. Eu sou o Senhor que te tirei de Ur dos
caldeus, para dar-te por herança esta terra... a tua posteridade será peregrina
em terra alheia (Egito), e será reduzida à escravidão... Na quarta geração
tornarão para aqui. Naquele mesmo dia fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo:
À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito (no
deserto do Sinai) até
ao grande rio Eufrates (e daí continua uma descrição do
território exato)" (Gênesis
12.7; 13.15; 15.7,13-16,18-21).
A
mesma promessa é repetida ao filho da Abraão, Isaque, em mais de uma ocasião.
Por exemplo:"Porque
a ti, e a tua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o juramento
que fiz a Abraão, teu pai... Na tua descendência serão abençoadas todas as
nações da terra" (Gênesis 26.3-5). A promessa dupla
da terra e do Messias é repetida novamente a Jacó, a quem Deus, mais tarde,
denominou Israel: "Eu
sou o Senhor, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora
estás deitado, eu ta darei, a ti, e à tua descendência... e na tua descendência(i.e.,
no Messias) serão
abençoadas todas as famílias da terra" (Gênesis 28.13,14).
A Auto-Identificação de Deus
Ligando
Seu próprio nome a essas promessas, o Deus da Bíblia Se identifica pelo menos
dez vezes como "o
Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó" (Êxodo 3.15,16; 1
Crônicas 29.18; Mateus 22.32; Atos 3.13, etc.). Ele Se
revelou como tal para Moisés na sarça ardente. Ao mesmo tempo, Ele deu a Moisés
Seu nome, "Yahweh",
que significa "Eu
sou Aquele que é." Ele é o Ser auto-existente cuja
existência não depende de nenhum outro, e de quem a existência de tudo mais
depende. Jesus usa o fato de Yahweh ser conhecido como "o Deus de Abraão,
Isaque, e Jacó" para argumentar em favor da ressurreição: "E quanto à ressurreição dos
mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e, sim, de
vivos" (Mateus 22.31-32).
"Deus"
não é um nome, mas um termo genérico que poderia se aplicar a qualquer deus.
Portanto, o Deus de Abraão, Isaque, e Jacó nos dá o seu nome. É
"Yahweh". Assim Ele é distinguido de todos os deuses das religiões do
mundo. "Yahweh" definitivamente não é Alá por várias razões. Suas
características são exatamente opostas. Mesmo assim, os dignitários mais elevados
da Igreja Católica Romana - no Vaticano II e outros lugares - declaram que o
Deus dos muçulmanos e dos cristãos é um e o mesmo. Até evangélicos, tentando
ser liberais e ecumênicos, estão sugerindo que os muçulmanos adoram o mesmo
Deus que os crentes. Nada poderia estar mais longe da verdade!
Aqui
encontramos o esclarecimento novamente através da compreensão do papel de
Israel. Alá certamente não é "o Deus de Abraão, Isaque, e Jacó", mas
seu inimigo jurado que deseja a exterminação de seus descendentes! Alá é um
nome próprio - um nome que existia muito antes de Maomé inventar a religião
anti-Israel e anti-cristã do Islamismo. Alá era, como já notamos, o nome do
deus lunar que era representado pelo ídolo principal da Caaba em Meca. Daí o
símbolo da lua crescente. Apesar do Islamismo rejeitar totalmente a idolatria,
Alá tem uma longa história pré-islâmica como um deus pagão representado por um
ídolo - certamente não é o Deus da Bíblia!
Os
deuses dos pagãos, representados por ídolos, são denunciados de maneira
coerente e repetida na Bíblia, e aqueles que os adoram são condenados pelos
profetas de Yahweh. Não há o menor indício ou sugestão de que qualquer deus
assim fosse ou pudesse ser uma representação inconsciente de Yahweh. De fato,
Paulo, como notamos, afirma que aqueles que adoram ídolos, na verdade, adoram
demônios que se identificam através dos ídolos.
"Escolhido" por um Deus "imparcial"?
Até
mesmo entre crentes há uma controvérsia crescente sobre a questão de Israel
ainda ter ou não um lugar especial nos planos de Deus. Essa polêmica é
acompanhada pela rejeição crescente do ensinamento bíblico de que o território
de Israel pertence aos judeus. Alguns argumentam que o fato de Deus ter
escolhido Israel significa que Ele estava demonstrando um favoritismo injusto.
Afinal de contas, a Bíblia diz que "Deus
não faz acepção de pessoas" (Atos 10.34).
Tal
imparcialidade da parte de Deus não foi revelada facilmente a Pedro, porque os
judeus (e os crentes primitivos eram todos judeus) consideravam que não havia
qualquer esperança para os gentios sob a lei de Moisés. Foram precisos sinais
miraculosos para convencer a Pedro de que o evangelho não era apenas para os
judeus, mas para os gentios também. Até mesmo muitos crentes hoje em dia não
conseguem acreditar que Deus ame todas as pessoas igualmente e deseje que todos
sejam salvos, apesar da Bíblia ensinar isso claramente: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira... o qual
deseja que todos
os homens sejam salvos...
o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo" (João 3.16; 1 Timóteo 2.4; 1
João 4.14, etc.).
Como
pode a imparcialidade de Deus ser reconciliada com a idéia de um povo
escolhido? Deus deixou muito claro em várias ocasiões que não foi "acepção
de pessoas" que O levou a escolher Israel. Ele os escolheu apesar de sua falta de mérito e
atração, não porque Ele achou que fossem mais atraentes que outros
povos. Na verdade, eles eram rebeldes e nada mereciam além de punição. Foi com
esse povo indigno que Ele decidiu demonstrar Seu amor, graça, e misericórdia ao
mundo. Ouça enquanto Ele fala a Israel através de Seus profetas: "Não vos teve o Senhor afeição,
nem vos escolheu, porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo,
pois éreis o menor de todos os povos, mas
porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos
pais (Abraão, Isaque e Jacó), o Senhor vos tirou (do
Egito)"
(Deuteronômio 7.7,8)."Porque povo rebelde é este, filhos mentirosos,
filhos que não querem ouvir a lei do Senhor. Eles dizem... aos profetas: Não
profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos cousas aprazíveis, profetizai-nos
ilusões" (Isaías 30.9,10). "Filho do homem, eu te envio
aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se insurgiram contra mim; eles e
seus pais prevaricaram contra mim, até precisamente ao dia de hoje"
(Ezequiel 2.3).
A Graça Insondável de Deus
A
Bíblia repetidamente diz que os judeus, como toda a humanidade, são rebeldes
indignos de qualquer coisa a não ser de julgamento. Mesmo assim, Deus, por
graça, abençoou a Israel sem que este tivesse qualquer mérito, tudo por causa
das promessas que Deus fez a Abraão, Isaque, e Jacó. Além disso, essa graça é
possibilitada pela morte redentora do Messias. A contradição entre a Bíblia e o
Corão não poderia ser mais clara nesse assunto.
Apesar
de Alá ser chamado de "O Misericordioso Compassivo", ele é, na
verdade, compassivo com apenas uns poucos, implacável com a maioria, e não tem
base para o perdão misericordioso para com o pecador. Em contraste com o
evangelho bíblico da graça de Deus, a salvação do Islamismo vem por meio de obras
e é merecida pelo cumprimento da lei. O Corão não tem o conceito de
misericórdia e graça divina e do preço do pecado do homem ter sido pago por
completo pelo Redentor.
O
Corão declara que muçulmanos recebem a bênção de Deus, não por graça, mas
porque eles são dignos: "Vós sois o melhor dos Povos, evoluídos para a
humanidade, impondo o que é certo, proibindo o que é errado, e crendo em
Alá" (Sura 3.110). Esse versículo continua chamando os judeus de
"transgressores pervertidos". Na Sura 4.52-53, os judeus são chamados
de o povo "a quem Alá amaldiçoou... (que) não tem quem (os) socorra".
É
normalmente discutido hoje, até por evangélicos, que o retorno de milhões de
judeus à sua terra é um mero acontecimento casual da história sem qualquer
significância profética. Argumenta-se que Deus, certamente, não traria os
judeus de volta a Israel, pois eles não são dignos disso. Uma grande
porcentagem deles é ateísta ou agnóstica e quase todos rejeitaram o Messias.
Muitos são humanistas, materialistas, adeptos da Nova Era.
Certamente
Israel nem sempre agiu em perfeita honestidade para com os árabes palestinos ou
para com seus vizinhos. Com tamanha ladainha de pecados em sua conta datando de
tempos antigos, como poderia Israel gozar de bênção especial de Deus?
Graça e Promessa
As
imperfeições de Israel não vêm ao caso. Como os versículos acima e centenas
parecidos com eles na Bíblia atestam, Israel tem sido rebelde desde o
princípio. Sua condição atual não é nada de novo. Deus tem punido Israel por
seus pecados. A pior punição, porém, está por vir durante a Grande Tribulação,
que culminará na batalha de Armagedom. No entanto, as promessas a Abraão,
Isaque, e Jacó permanecem e serão cumpridas pela graça de Deus. Pois se a
bênção de Deus vem apenas para aqueles que são dignos dela, então toda a
humanidade está condenada. Pois, como a Bíblia nos lembra, "todos pecaram" (Romanos
3.23; 5,12).
Não
há meio de um pecador pagar por seus próprios pecados. Até mesmo uma única
violação da lei põe o transgressor em uma condição desesperadora diante de
Deus. Continuar cumprindo a lei perfeitamente no futuro (mesmo se isso fosse
possível) jamais poderia compensar por tê-la violado uma vez sequer no passado.
Obviamente, não existe recompensa extra por observância perfeita de todas as
regras, pois isso é exatamente o que a lei demanda. Então, boas obras jamais
poderão obter o perdão de Deus por pecados passados.
A
dívida deve ser paga por Aquele que é impecável e que é capaz de carregar sobre
Si o julgamento que os culpados merecem. Tal é a solução de Deus para o mal - e
pagar a dívida foi a missão primária do Messias. Foi através de Sua morte por
nossos pecados que Ele julgou e destruiu Satanás. Daí as boas novas do
evangelho: "Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Efésios 2.8).
Parte
da punição de Deus sobre Israel no passado foi espalhar seu povo pelas nações.
Agora Ele os está trazendo de volta para sua terra em números sem precedentes,
não porque eles o mereçam, mas por causa da promessa de Deus a Abraão, Isaque,
e Jacó de que o faria. Tem sido um fenômeno moderno que excede em muito o êxodo
original de seus ancestrais do Egito para a terra prometida.
Uma Promessa para os "Últimos Dias"
O
recente colapso do comunismo e a trituração da Cortina de Ferro foram motivo de
espanto extraordinário para o mundo. Um enorme efeito adicional foi a
resultante (e surpreendente) onda de judeus voltando para Israel às centenas de
milhares da União Soviética - uma terra que até recentemente recusava deixá-los
sair.
Que
visão é assistir o fluxo diário de imigrantes agradecidos chegando ao aeroporto
de Lod, em Tel Aviv, de todas as partes do mundo, mas especialmente da região
norte da Rússia! É profundamente comovente ver muitos deles beijarem o chão
quando saem do avião, chorando de alegria.
Um
observador dessa cena emocional singular que fosse conhecedor dos profetas
hebraicos não poderia deixar de lembrar da promessa que Deus fez há 2500 anos
atrás, e que Ele disse que cumpriria nos últimos dias: "Porque assim diz o Senhor:
Cantai com alegria a Jacó, exultai por causa da cabeça das nações; proclamai,
cantai louvores, e dizei: Salva, Senhor, o teu povo, o restante de Israel. Eis
que os trarei da terra do Norte, e os congregarei das extremidades da terra; e
entre eles também os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto; em
grande congregação voltarão para aqui. Virão com choro, e com súplicas os
levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não
tropeçarão; porque sou pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. Ouvi a
palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei:
Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu
rebanho... Hão de vir, e exultar na altura de Sião, radiantes de alegria por
causa dos bens do Senhor" (Jeremias 31.7-12).
Por
que essa promessa seria cumprida neste período de tempo chamado de "os
últimos dias"? A razão é óbvia e de grande importância para nosso assunto.
A Segunda Vinda não poderia acontecer sem que Israel se tornasse uma nação
novamente em sua própria terra - pois será a Israel que Cristo retornará
durante Armagedom, para salvar Israel de seus inimigos que estarão tentando
exterminá-lo.
Quão
próximos estamos desse dia? O cumprimento neste período específico da história
de muitas profecias antigas segundo as quais imigrantes afluiriam para Israel
nos últimos dias é um grande sinal da proximidade do retorno de Cristo.
Yahweh
não viola Suas promessas. Se Ele deixasse de manter Sua Palavra, fosse de
trazer bênção ou julgamento, Seu caráter seria manchado e Seu santo nome
desonrado. Como Ele disse freqüentemente por meio de Seus profetas a respeito
de Sua intenção de trazer Israel de volta à sua terra nos últimos dias: "Não é por amor de vós que eu
faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome" (Ezequiel 36.22).
"Tu és o meu servo, és Israel por quem hei de ser glorificado"
(Isaías 49.3).
Que
grande e convincente "sinal" é o retorno de Israel à sua terra após
2500 anos! Hoje, em cumprimento da profecia, os olhos do mundo estão sobre
aquele aparentemente insignificante e pequeno pedaço de terra árida. Ela é,
exatamente como previsto, um "cálice de tontear" para todas as nações
- um estonteamento que diz respeito ao que poderá acontecer ali.
Alguém
pode honestamente comparar essas profecias a respeito de Israel com sua
história e continuar sendo um ateu? Ou alguém poderá negar que Jesus Cristo é o
único Salvador? Seu advento, profetizado pelos mesmos porta-vozes de Deus
inspirados pelo Espírito, está intimamente ligado a Israel e sua história
tortuosa de dispersão e retorno à sua terra. Nós voltaremos a esse assunto mais
tarde.
O
outro grande tema da profecia bíblica é o Messias que viria por meio de Israel
e para Israel. Essas profecias numerosas e específicas a respeito da vinda de
Cristo, e seus cumprimentos na vida, morte, e ressurreição de Jesus de Nazaré
identificam conclusivamente a Jesus como o Cristo. Elas também constituem a
maior prova irrefutável da existência do Deus que inspirou os profetas hebreus.
O Futuro Nacional e o
Futuro Espiritual de Israel
Wim Malgo
Israel terá um futuro nacional e um
futuro espiritual. No final, o futuro de Israel confluirá com o futuro da
Igreja de Jesus. Os caminhos que Deus segue com a Igreja de Jesus e com Israel
conduzem para um único e grandioso alvo – o estabelecimento do Reino de Deus,
mas são caminhos bem distintos. Deus faz acontecer o visível em Seu povo e
através de Seu povo, Israel, por meio de obras e milagres, enquanto o
invisível, a transformação de seus corações, acontecerá no futuro. Com a Igreja
ocorre o inverso. Tudo começa de forma invisível. A pessoa que nasce de novo é
renovada a partir de dentro pelo Espírito Santo, para então apresentar o fruto
do Espírito exteriormente.
Acerca do futuro de Israel existem
duas promessas tão claras que é impossível espiritualizá-las. A primeira é: “Plantá-los-ei
na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o
Senhor, teu Deus” (Am 9.15). Essa é uma declaração muito clara. A
promessa que se refere à restauração terrena de Israel está sendo cumprida de
forma grandiosa no Oriente Médio diante dos olhos de todo o mundo. A outra
promessa, encontrada no Novo Testamento, refere-se à sua restauração
espiritual: “...que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os
mortos?” (Rm 11.15). Assim como hoje o cumprimento das promessas
naturais está acontecendo diante de nós, as promessas espirituais a Israel
igualmente se cumprirão. Todo o Israel será salvo! Os primeiros sinais já são
perceptíveis; observamos uma fome pelo Messias surgindo e crescendo aos poucos.
O profeta Ezequiel descreve esse processo com as seguintes palavras: “Então,
profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído,
um barulho de ossos que batiam contra ossos e se juntavam, cada osso ao seu
osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se
estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito” (Ez 37.7-8). Essa
é a situação atual de Israel. Mas com isso o cumprimento não está completo,
pois o texto continua no versículo 9: “Então, ele me disse: Profetiza
ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus:
Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que
vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e
se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso” (Ez 37.9-10). A
explicação subseqüente deixa evidente, sem sombra de dúvida, que se trata de
Israel e não da Igreja, pois no versículo 11 lemos: “Então, me disse:
Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos
ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados”. Até
aqui muitos cristãos acompanham o raciocínio das Escrituras. Porém o texto
continua: “Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis
que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei
à terra de Israel. Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir a vossa
sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e
vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o
Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor” (Ez 37.12-14).
Nesse capítulo de Ezequiel vemos a
maravilhosa seqüência do que acontecerá com Israel em seu futuro, tanto
nacional como espiritualmente. Por exemplo, lemos nos versículos 25 e 27 do
mesmo capítulo: “Habitarão na terra que eu dei a meu servo Jacó, na
qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos dos
seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. O
meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
Portanto, primeiro vem o retorno do
povo judeu à terra de Israel (seu futuro como nação), depois sua conversão (seu
futuro espiritual). Vemos que não apenas as promessas de um futuro nacional se
cumprirão integralmente. As promessas acerca do futuro espiritual de Israel
igualmente se cumprirão. O Senhor concretiza passo a passo aquilo que prometeu,
uma profecia depois da outra!
A Parábola
da Figueira
"Aprendei,
pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas
brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas
estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não
passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém
as minhas palavras não passarão" (Mt 24.32-35).
Além
da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira é uma ilustração de Israel,
do judaísmo. Essas quatro "árvores" são mencionadas em uma passagem
de Juízes (9.8-15). Além delas, também a romã é uma representação do povo
judeu. Certamente a passagem bíblica que exprime com maior precisão que a
figueira é uma ilustração de Israel está em Oséias 9.10, onde Deus, o Senhor,
diz: "Achei a Israel como
uvas no deserto, vi a vossos pais como as primícias da figueira nova..." É o que também se vê claramente em
Jeremias 24.3-7: "Então,
me perguntou o Senhor: Que vês tu, Jeremias? Respondi: Figos; os figos muito
bons e os muito ruins, que, de ruins que são, não se podem comer. A mim me veio
a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Do modo por
que vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei
deste lugar para a terra dos caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos
e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei,
plantá-los-ei e não os arrancarei. Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que
eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão
para mim de todo o seu coração."
Além
disso, a figueira contém um sentido profético muito profundo, o que se vê
claramente nas palavras proféticas de Jesus quando fala da Sua vinda: "Aprendei, pois, a parábola da
figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que
está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei
que está próximo, às portas" (Mt 24.32-33).
A
seguir vamos analisar a figueira Israel à luz profética da Bíblia,
perguntando-nos o que podemos aprender dela: "Aprendei,
pois, a parábola da figueira..." Três
simbolismos chamaram a minha atenção e quero compartilhá-los a seguir:
Primeira representação: a figueira como mestre que ensina o caminho
certo, o caminho para a justiça verdadeira, legítima e permanente
Onde a figueira (Israel) aparece pela
primeira vez na Bíblia?
Talvez
alguns leitores dirão que encontramos em Gênesis 12 o chamamento de Abraão como
primeiro hebreu, seguido pelo seu filho Isaque e pelo seu neto Jacó, cujo nome
foi mudado por Deus para Israel em Gênesis 32.28: "Então disse: Já não te
chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e
com os homens e prevaleceste." É
correto que o nome Israel aparece aqui pela primeira vez.
Mas
eu creio que a figueira (Israel), na profundidade profética dos desígnios da
salvação de Deus ("Aprendei,
pois, a parábola da figueira..."), já
aparece nas primeiras páginas da Bíblia, isto é, em Gênesis 3.7: "Abriram-se, então, os olhos
de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueiras e fizeram
cintas para si." Segundo
o meu entendimento, encontramos aqui a primeira menção de Israel como figueira
na Bíblia, ou seja, o Israel da lei, que apenas pode cobrir o pecado.
Além
da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de
figueira e fizeram cintas para si") é
a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome. Para mim, a menção da
figueira já nas primeiras páginas da Bíblia (ao lado de inúmeras outras árvores
paradisíacas criadas por Deus, cujos nomes não são citados) é uma gloriosa
figura da eleição de Israel: "...o
Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos
os povos que há sobre a terra" (Dt 7.6).
Além
da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e
fizeram cintas para si") é a
única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome.
Adão
e Eva haviam pecado e, em conseqüência, reconheceram que estavam nus. Então
eles apanharam folhas de figueira e cobriram sua nudez com essas folhas.
Entretanto, assim eles somente puderam cobrir a sua culpa, mas não puderam
obter o perdão do seu pecado. Para isso foi necessário um sacrifício de sangue: "Fez o Senhor Deus vestimenta
de peles para Adão e sua mulher e os vestiu" (Gn 3.21)Isso significa
que Deus matou dois animais e, com sua pele, cobriu a nudez dos dois primeiros
seres humanos. O sangue derramado nesse ato serviu para o perdão do pecado.
Portanto,
já nas primeiras páginas da Bíblia é revelado profeticamente todo o Plano de
Salvação. Ali ele ainda está envolto em mistério, mas no decorrer de outras
revelações posteriores tornou-se cada vez mais nitidamente visível.
O que
aprendemos disso?
1. As folhas da figueira apontam para uma
outra salvação, que é melhor e mais perfeita
Em
Hebreus 7.19 está escrito: ("...pois
a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança
superior, pela qual nos chegamos a Deus." Mas quem é a esperança superior, acima
da lei? O sacrifício providenciado por Deus em Jesus Cristo na cruz!
Segundo
o meu entendimento, as cintas de folhas de figueira indicam a necessidade de
uma vestimenta mais definitiva, que exigia um sacrifício com sangue, uma
esperança superior. Depois que Adão e Eva pecaram, imediatamente souberam que
estavam nus e que deviam cobrir-se: "...coseram
folhas de figueira e fizeram cintas para si." Mas isso não foi suficiente diante do
Deus santo. Por isso, cheio de misericórdia, Ele matou dois animais e "fez o Senhor Deus vestimenta
de peles para Adão e sua mulher e os vestiu."
Exatamente
este é o sentido e a finalidade de Israel no Plano de Salvação. A figueira
Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o
Grande Sacrifício da Justiça de Deus. Em Israel nos foi dada a lei. Mas por
meio dela reconhecemos que somos pecadores e carecemos da graça de Deus.
Outrora Adão e Eva tomaram as folhas da figueira, mas perceberam que essas
cintas feitas por eles mesmos não podiam salvá-los do pecado que haviam
cometido e que necessitavam de outra salvação.
Quase
toda a Epístola aos Hebreus mostra que o antigo Israel, em todos os seus
procedimentos, é uma indicação para Cristo; que todos os seus sacrifícios
apontam para o perfeito sacrifício de Jesus na cruz, e que o sumo sacerdote
judeu da Antiga Aliança é uma referência ao Sumo Sacerdote verdadeiro,
definitivo e eterno: Jesus Cristo.
A
figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus
Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus.
Israel
sob a lei aponta para a graça (Gl 3.24). Em Israel, sob a lei, os pecados
puderam ser apenas cobertos (folhas de figueira). Mas pelo sacrifício de Jesus,
com sangue – que maravilhosa boa nova de salvação!! – os pecados são perdoados
e tirados. A respeito lemos em Hebreus 9.26:"...Ora, neste caso, seria
necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo;
agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para
aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado."
2. Pelas folhas da figueira vemos que as
obras da lei não podem produzir a justiça que vale diante de Deus
Em
nenhum lugar isso é demonstrado mais claramente do que na figueira Israel. Em
todo o decurso da história desse povo, Deus mostrou a todo o mundo que a lei
não pode salvar.
Mas
justamente este é o grande problema de Israel até hoje, pois eles continuam
pensando que podem ser salvos pelas obras da lei. A Bíblia, porém, ensina
inequivocamente: "...por
obras da lei, ninguém será justificado" (Gl 2.16). Em Gálatas 3.10 isso é expresso de
maneira ainda mais precisa: "Todos
quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo da maldição..." O apóstolo Paulo dirigiu essas
palavras profundamente sérias em primeiro lugar aos crentes na Galácia, que
além da graça em Jesus Cristo ainda queriam assumir as leis do judaísmo. Como
Adão e Eva ("...coseram
folhas de figueira e fizeram cintas para si)", hoje muitos procuram alcançar o favor
de Deus pela observância da lei ou de exercícios religiosos. Conheci, por
exemplo, um homem que antes de se converter a Jesus orava o "Pai
Nosso" 150 vezes por dia. Todos que fazem tais coisas se esforçam em vão,
pois assim estão realmente "...debaixo
da maldição". Diante
disso, como soa maravilhosa a mensagem do sacrifício de Jesus na cruz: "Cristo nos resgatou da
maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está
escrito (Dt 21.23): maldito todo aquele que for
pendurado em madeiro" (Gl 3.13) – "fez o Senhor Deus vestimenta
de peles para Adão e sua mulher e os vestiu." Ele realizou uma salvação superior!
Hans
Brandenburg disse certa vez:
O
legalismo é o equívoco de trocar o diagnóstico pela terapia... Legalismo sempre
é algo pela metade. Em geral o homem escolhe um ponto especial que está
disposto a observar e guardar, e então se apóia na pressuposta observância
dessa lei e negligencia a comunhão com Jesus.
Exatamente
assim também Paulo se expressa quando fala da figueira Israel: "Porquanto, desconhecendo a justiça
de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de
Deus" (Rm 10.3-4).
Qual
é a sua situação? Você já aceitou a graça? No fundo, é tudo tão simples: basta
ir ao Senhor Jesus Cristo e Lhe entregar toda a nossa vida. Na verdade, este já
é o passo do arrependimento, quando reconhecemos: "Eu sou um grande
pecador". É impossível mencionar todos os pecados que cometemos em
pensamentos, palavras e ações durante nossa vida. Por isso, venha a Jesus
Cristo com toda a sua vida e diga a Ele: "Eu sou um grande pecador.
Senhor, eu preciso de Ti para toda a minha vida – para tudo que houve, para
tudo que é, e para tudo que virá. Eu te aceito agora como meu Salvador".
Então você experimentará repentinamente o que é salvação verdadeira – pois esta
é a justiça em Jesus, a justiça que tem valor diante de Deus!
Já
nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração
de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação
verdadeira. Assim como as folhas de figueira de Adão e Eva indicavam o anseio
de salvação – e mais além o sacrifício pleno e suficiente de Jesus Cristo –,
Israel nos é dado como um exemplo que aponta para a graça redentora. Por meio
deste povo nos é mostrado claramente o anseio por salvação e a satisfação desse
anseio em Jesus Cristo.
Segunda representação: a figueira como mestre que ensina sobre a
salvação
Já
nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração
de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação
verdadeira.
Em 2
Reis 20.5-7 o Senhor diz ao Seu profeta Isaías: "Volta e dize a Ezequias,
príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua
oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à
Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da
Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de
mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos;
tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde."
O que
aprendemos disso?
1. A figueira Israel existe para salvação
Israel
é como uma pasta de figos, como remédio para a humanidade, para todas as
nações. Mas não é em si mesmo que este povo é salvação e bênção sobre a terra.
Israel só pode ser uma ajuda para um mundo enfermo por causa dAquele que vem de
Israel e se tornou o sacrifício para o mundo: Jesus Cristo. Este já foi o
desígnio de salvação de Deus com Abraão, quando falou ao patriarca de Israel: "...em ti serão benditas todas
as famílias da terra." (Gn 12.3b). Jesus
é o Salvador do mundo, mas foi o judaísmo que o trouxe ao mundo. Essa é a única
razão de ser do povo judeu, do qual o Eterno de Israel fez vir Seu Filho Jesus
Cristo para salvação do mundo inteiro!
Os
botânicos descrevem a figueira da seguinte maneira:
–
"Tem tronco retorcido com casca clara". Em si mesmo, Israel é torto e
rebelde, mas resplandece por meio de Jesus Cristo. Tive que pensar em Moisés,
que em si mesmo também era "torto". Mas quando retornava do encontro
com Deus, "a pele do seu
rosto resplandecia" (Êx 34.29).
–
"A ramada se estende em todas as direções e tem folhas com cinco
pontas". Israel se tornou salvação para todos os povos. O Evangelho foi
anunciado primeiramente em Jerusalém, Samaria e Judéia, mas depois, partindo de
Israel (figueira), – para todas as direções, para todos os povos. Folhas com
cinco pontas: cinco é o número da graça. Uma pasta de figos foi colocada sobre
a parte enferma do corpo de Ezequias e ele foi curado. Jesus teve cinco
ferimentos que se tornaram a salvação do mundo.
Em
Isaías 49.3 está escrito: "...e
me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado"
(Is 49.3). Aqui vemos a
identificação de Israel com seu Filho maior, Jesus Cristo. A figueira Israel,
em conexão com Jesus, o Messias, tornou-se a salvação para o mundo. Por isso
está escrito mais adiante: "Sim,
diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e
tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os
gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra" (Is
49.6). Aqui a Palavra de Deus
não se refere mais a Israel propriamente, mas Àquele que viria de Israel, a
Jesus Cristo: "...pouco é
o seres o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os
remanescentes de Israel..." Pois
Israel não poderia restaurar a si mesmo, nem poderia tornar a trazer os
remanescentes de si mesmo. E como a figueira Israel em si mesma é torta,
resplandecendo somente em seu Messias, assim também é evidente que as palavras
seguintes se referem ao Filho maior de Israel: "...também te dei como luz
para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra". Por isso Jesus disse em João 4.22b: "...a salvação vem dos
judeus."
2. Profeticamente parece que já se delineia
também a futura salvação de Israel – seu próprio restabelecimento se avizinha
Voltemos
novamente para o rei Ezequias, que já estava diante da morte, mas em lágrimas
implorou a cura ao Senhor. Deus ouviu sua oração e ordenou a Isaías: "Volta, e dize a Ezequias,
príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua
oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à
casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da
Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de
mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos;
tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde" (2 Rs
20.5-7).
Assim
como Ezequias, também Israel ainda terá que enfrentar angústia mortal. Pois no
tempo da Grande Tribulação todas as nações da terra se voltarão contra Israel e
se reunirão em Armagedom para destruí-lo totalmente. Mas então esse povo, em
agonia, como Ezequias outrora, clamará ao Senhor com suas últimas forças:
"Deus de Abraão, Isaque e Jacó! Nosso Messias, vem e salva-nos dos nossos
inimigos!" Ele ouvirá Seu povo e o salvará – Israel poderá ir ao templo
novamente (pois Jesus levantará o templo do Milênio) – Ele derrotará os
inimigos de Israel e protegerá a cidade de Jerusalém.
A
história de Ezequias se encaixa no contexto das afirmações de Deus sobre o
futuro de Israel e da vinda de Jesus. Assim talvez já possamos ver, na pasta de
figos, por meio da qual a saúde de Ezequias foi restabelecida, um paralelo da
figueira restabelecida em Mateus 24: "Aprendei,
pois, a parábola da figueira..." E
a declaração: "...no
terceiro diasubirás à casa do Senhor", é no mínimo interessante.
Pedro disse: "Há,
todavia, uma cousa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia
é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Desde a primeira vinda de Jesus a
Belém já se passaram quase dois mil anos (dois dias divinos). Não é em vão que
após 1948 anos Deus fez de Israel novamente um povo na Terra Prometida, e no
ano de 1967 lhe devolveu a cidade de Jerusalém. Será que Israel subirá
novamente à casa do Senhor no "terceiro dia"? Não sabemos o momento
exato da vinda de Jesus para a Sua Igreja, nem o dia da Sua volta para Seu povo
Israel. Mas vemos e presenciamos em nossos dias a restauração da figueira:
Israel é conduzido em direção à sua cura. E nosso Senhor prometeu
expressamente: "Em
verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça.
Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt
24.34-35).
Terceira representação: a figueira como mestre que ensina sobre os
desígnios proféticos da salvação de Deus
Em
Lucas 17.5-6 lemos: "Então,
disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu-lhes o Senhor: Se
tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e
transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá."
É
preciso esclarecer que, conforme diversos autores, a árvore aqui chamada de
amoreira é, na verdade, o sicômoro, a figueira brava, a mesma árvore em que
Zaqueu subiu para ver Jesus (Lucas 19). Um dicionário da Bíblia diz a respeito:
"O sicômoro pode atingir até 16 metros de altura e alcança uma
circunferência de até 10 metros. A madeira é dura, uniforme e muito durável e,
depois do cedro, é a melhor madeira para carpintaria."
Certa
vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino
de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os
respectivos frutos" (Mt 21.43).
O
Senhor Jesus apontou para uma árvore tão grande e disse aos seus apóstolos, que
eram judeus: "Se tiverdes
fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e
transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá." Certamente podemos dizer que, no
sentido profético, isso se cumpriu exatamente. Foi o que realmente aconteceu
com a figueira Israel, que no tempo de Jesus havia se tornado um povo
orgulhoso. Os israelitas foram desarraigados da sua pátria judaica e lançados
no mar das nações. Este foi um desígnio de salvação de Deus e tornou-se uma
bênção para os povos. Por meio da fé dos apóstolos, que eram judeus,
descendendo eles mesmos da figueira, o Evangelho foi levado aos gentios.
A
Bíblia fala em Atos 13.46-47 sobre essa transferência do Evangelho de Israel
para as nações: "Então,
Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em
primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a
vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os
gentios. Porque o Senhor assim no-lo determinou (Is 49.6): Eu te constituí para
luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da
terra." Ao
desarraigamento espiritual de Israel seguiu-se, então, também o desarraigamento
como nação: no ano 70 d.C. os judeus foram arrancados de sua terra e espalhados
por todo o mundo.
Os
apóstolos tiveram a fé para transplantar a bênção de Israel para o mar das
nações. O Messias deles nos foi trazido como o Cristo. Certa vez o Senhor Jesus
apontou para esse fato ao dizer: "Portanto,
vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe
produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O que
parecia juízo – e, com certas reservas, também o foi – tornou-se uma bênção
para os gentios. Paulo fala a respeito em suas palavras aos judeus, e assim
explica que, de acordo com Isaías 49.6, isso foi necessário para se tornar
salvação e luz para todos os gentios. Enquanto o sicômoro foi transplantado ao
mar das nações, nós nos tornamos participantes da "bênção e seiva
salvadora" da figueira. A esse respeito Paulo diz em Romanos 11.11: "Porventura, tropeçaram para
que caíssem? De modo nenhum; mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos
gentios..."
Mas
Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra
profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais –
o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção
volta para a terra e para o povo de Israel.
Mas
Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra
profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais –
o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção
volta para a terra e para o povo de Israel. A figueira novamente lançará raízes
e trará frutos. Por isso Paulo continua dizendo:"Ora, se a transgressão
deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os
gentios, quanto mais a sua plenitude!" (v. 12). Esse novo arraigamento da figueira
Israel na sua terra para restauração espiritual e nacional também é salientado
em Romanos 9.26: "eno
lugar em que se lhes disse:
Vós sois o meu povo; ali mesmo são chamados filhos do Deus
vivo." De que lugar se
fala aqui? Da terra de Israel!
Assim,
finalmente tudo converge na gloriosa promessa de Miquéias 4.4: "Mas assentar-se-á cada um
debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante,
porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse" (compare também Ageu 2.19).O
sentar-se debaixo da videira e da figueira é uma maravilhosa imagem de uma vida
em paz assegurada. Agora ainda não é assim, mas Israel será levado a isso – no
Milênio de Jesus Cristo. Já o reinado de Salomão apontou para o Milênio, onde
um dia reinará paz:"Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo
da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias
de Salomão" (1 Rs 4.25). Isso
se cumprirá de maneira completa quando Jesus Cristo voltar ao Seu povo como o
Messias de Israel. Por isso oramos: "Maranata – vem Senhor Jesus!"
FONTE CHAMADA.COM
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