Os Fatos Sobre
o Movimento da Fé
Quais os ensinos fundamentais do Movimento da Fé?
O
Movimento da "Fé" acredita que a mente e a língua humanas contêm uma
habilidade ou poder sobrenatural. Quando alguém fala, expressando a sua fé em
leis supostamente divinas, seus pensamentos e expressão verbal positivos
produzem uma "força" supostamente divina que irá curar, proporcionar
riqueza, trazer sucesso e, de outras maneiras, influenciar o ambiente. Kenneth
Copeland ensina que "a força poderosa do mundo espiritual, o qual cria as
circunstâncias que nos rodeiam, é controlada pelas palavras pronunciadas pela
boca humana. Essa força vem de nosso interior".[1] Portanto, "não há
nada nesta terra tão grande ou poderoso... que não possa ser controlado pela
língua... É até possível controlar Satanás, aprendendo a controlar a própria
língua".[2]
Segundo
os pregadores da "Fé", Deus responde automaticamente e realiza o que
ordenamos quando confessamos nossas necessidades e desejos pela fé, de maneira
positiva.[3]
Por
isso os cristãos devem supostamente aprender a operar seu homem interior ou
"homem espiritual" no poder do mundo espiritual, mediante leis sobrenaturais,
leis que irão funcionar para qualquer indivíduo, quer crente ou incrédulo.[4]
Segundo
observa Charles Capps: "As palavras são a coisa mais poderosa do
Universo"; "Isso não é teoria, é fato. É uma lei espiritual";
e: "Esses princípios de fé são baseados em leis espirituais. Eles
funcionam para quem quer que aplique essas leis. Você os faz funcionar pelas
palavras da sua boca".[5] A não ser que os cristãos obedeçam a essas leis
e as apliquem com sucesso, o próprio Deus fica prejudicado em Sua possibilidade
de agir na vida deles. Por quê? Porque tanto Deus como os cristãos são
limitados por essas leis. Fred K. C. Price e outros ensinam que da mesma forma
que o poder de Deus tem origem na fé que Ele exerce nas palavras que profere, o
mesmo se aplica aos cristãos.[6] Por exemplo, "Deus criou o universo pelos
métodos que você acabou de colocar em prática pelas palavras de sua boca. Deus
liberou a Sua fé em palavras".[7]
Isso
significa que tanto o homem quanto Deus são limitados em sua capacidade de agir
sobrenaturalmente, a não ser que as fórmulas de fé adequadas sejam ditas,
permitindo que o seu poder opere.[8] Só quando homens e mulheres imitam a Deus
e Suas leis, eles podem realizar milagres.
Por
exemplo, "Deus criou o universo dizendo que este viesse a exisitr. Ele deu
a você essa mesma habilidade na forma de palavras."[9] Deus é, portanto,
um Deus de "palavra de fé", que criou o homem à Sua imagem e lhe deu
o potencial de usar o poder que Ele manifestou na criação.[10] "O homem é
então um espírito, perfeitamente capaz de operar no mesmo nível de fé que
Deus."[11] Como resultado, "você tem o poder de Deus à sua
disposição".[12] Tudo isso explica porque a maioria dos pregadores da Fé
pensa que o homem é um deus literal – nas palavras de Copeland, um ser "da
classe de Deus".[13] Ao imitar o uso das leis cósmicas por Deus, o homem
pode realizar atos sobrenaturais como os dEle.
Mas
os pregadores da Fé também afirmam haver perigo em tudo isso. Essas leis
cósmicas operam indiscriminadamente. Se os cristãos não tiverem cuidado,
Satanás pode enganá-los porque tem igualmente condições de operar, usando as
línguas de homens da classe de Deus.[14] Por exemplo, a "confissão
negativa" – qualquer coisa dita que negue os princípios do Movimento da Fé
– permite que Satanás entre na vida dos cristãos e os engane.
Em
qualquer caso, até a missão do próprio Cristo é adequada à filosofia da Fé. Por
que Jesus veio? Segundo o Movimento da Fé, uma razão da vinda de Jesus foi
transformar-nos em "Cristãos da Fé" fortes, que pudessem fazer as
coisas que Ele fez – e coisas maiores ainda. Jesus veio a este mundo por causa
do poder da palavra proferida por Deus e por causa da fé que Deus tem na Sua
fé.[15] De fato, Jesus foi a síntese do verdadeiro homem de "Fé". Ele
sabia como usar perfeitamente as leis espirituais do Universo[16] e, portanto,
tinha imensos poderes e fazia milagres incríveis. Assim sendo, Jesus foi um
exemplo do Homem Bem-Sucedido. Robert Tilton ensina: "Jesus veio para
livrar a humanidade do fracasso e nos levar ao sucesso".[17] E: "Deus
criou o homem para ter sucesso, mas ele falhou... Deus enviou então Jesus para
resgatar-nos do fracasso e restaurar-nos à posição de sucesso... (Por causa do
nosso fracasso) Deus preparou um novo plano. Esse plano foi enviar Jesus.
Mediante Jesus recebemos força e poder para sermos bem-sucedidos..."[18]
No
livro Commanding
Power (Poder Que Comanda), Kenneth Hagin Jr. ensina que a expiação
de Cristo trouxe aos cristãos o "poder de comandar" ou a habilidade
de ordenar que as coisas que nos rodeiam se conformem aos nossos desejos.
"Nosso problema é que oramos e confessamos muito,
mas não mandamos.
É gostoso mandar!... Jesus já pagou o preço para fazermos isso..."[19]
Além
disso, na cruz e no inferno, Jesus não só derrotou Satanás e sofreu o castigo
pelo pecado, como também levou sobre Si a maldição da lei (Gl 3.12), pagando o
preço pelas nossas fraquezas, pobreza e doença, a fim de que cristão nenhum
tenha de experimentá-las.[20]
Isso
significa que, para o Movimento da Fé, Jesus não é simplesmente nosso Salvador
do pecado. Ele é o Redentor da nossa Fé, o exemplo perfeito dos
"princípios da Fé" em ação. Como "pequenos cristos" e
"pequenos deuses", devemos ser imitadores dEle.
Qual a relação entre os ensinos do Movimento da Fé e a teologia das
seitas?
A
maioria dos pregadores da Fé afirmou publicamente que não ensina a
"Ciência Cristã", "Poder da Mente" ou o "Novo
Pensamento".[21] Isso parece indicar que até os próprios pregadores da Fé
reconhecem suas similaridades com sistemas heréticos ou, pelo menos, têm
conhecimento das acusações feitas por outros.
Não
obstante, apesar dos desmentidos, em muitos pontos seus ensinamentos são
semelhantes ou quase idênticos aos encontrados nas religiões do "Poder da
Mente".[22] Os conceitos de confissão positiva, prosperidade e sucesso,
saúde divina, manipulação da criação, negativa sensorial, e rejeição implícita da
medicina científica podem ser todos encontrados nas teologias do "Poder da
Mente" dos séculos dezenove e vinte, tais como a "Unity School of
Christianity" ("Escola Unitária do Cristianismo"), "New
Thought" ("Novo Pensamento"), e "Science of Mind"
("Poder da Mente"). [Esses três grupos, juntamente com o Movimento da
Fé, também ensinam que a "confissão negativa" pode produzir doenças,
tragédia e até a morte.]
De
fato, alguns ensinos e práticas contidos no Movimento da Fé também são
encontrados em outras religiões e seitas não-bíblicas. Por exemplo, o conceito
dos crentes serem "deuses" ou terem poderes divinos é encontrado no
mormonismo e no "armstronguismo" (Igreja de Deus Universal – N. R.).
A prática de "decretar" a existência de coisas pode ser vista em
alguns grupos ocultistas e orientais, tais como a Igreja Universal e
Triunfante, e o budismo Nichiren Shoshu.
Talvez
seja por isso que o historiador carismático D. R. McConnel documenta tão
prontamente a origem pagã do Movimento da Fé através de E. W. Kenyon:
[O
Pai moderno do Movimento da Fé, Kenneth] Hagin plagiou E. W. Kenyon, em
palavras e conteúdo, na maior parte da sua teologia. Todos os pregadores da Fé,
inclusive Kenneth Hagin e Kenneth Copeland, quer admitam ou não, são filhos e
netos espirituais de E. W. Kenyon. Foi Kenyon, e não Hagin, que formulou as
principais doutrinas do moderno Movimento da Fé... Os alicerces da teologia de
Kenyon foram formados nas seitas metafísicas, especialmente no "Novo
Pensamento" (New Thought) e na "Ciência Cristã"... Kenyon tentou
forjar uma síntese dos pensamentos metafísico e evangélico... O resultado na
teologia da Fé é uma estranha mistura de fundamentalismo bíblico e metafísica
do Novo Pensamento.[23]
Por
exemplo, considere como as influências das seitas no Movimento da Fé se
entrelaçaram na doutrina da cura:
A
teologia da cura do Movimento da Fé não está baseada na capacidade de detectarsintomas, mas
em negá-los.
Os sintomas físicos não são reais. Mas eles irão tornar-se reais se o crente
reconhecer a sua existência e deixar de aplicar os princípios da curaespiritual. Só quem não
sabe crer em Deus para a cura espiritual irá recorrer à medicina científica. A
visão da "Fé" quanto à medicina científica é pagã... e é a mesma
visão pregada pelo fundador da metafísica do século dezenove, P. P. Quimby.[24]
Conclusão
Em seu confronto com
a Igreja de Roma, Martim Lutero confessou que, a não ser que fosse
"convencido pelos testemunhos das Sagradas Escrituras ou razão
evidente", ele estava "obrigado pela Escritura" a manter os
princípios da Reforma. Não era "seguro nem correto" agir contra a sua
consciência nesse aspecto. Para Lutero, a Escritura estava acima de toda
experiência e acima de todas as afirmações extra-bíblicas de revelação divina –
e, por causa dessa sua posição, a igreja tem uma dívida incomensurável para com
ele. Do mesmo modo, ao examinar o Movimento da Fé, só as Escrituras devem ser o
nosso padrão – e não a experiência ou novas alegações de revelação divina
FONTE CHAMADA.COM
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