·
1. A EXISTÊNCIA
DE DEUS
Aqueles
que se dão ao estudo comparativo das religiões são unânimes em testemunhar que
a crença na existência de Deus é de natureza praticamente universal. Essa
crença acha-se arraigada até entre as nações e tribos menos civilizadas da
terra. Contudo, isto não quer dizer que não exista aqui e ali indivíduos que
negam completamente a existência de Deus, como nos revela a Escritura: um Ser
supremo e pessoal, existente por si mesmo, consciente e de infinita perfeição,
que faz todas as coisas de acordo com um plano pré-determinado. Outros creem na
existência de Deus, porém não como a Bíblia ensina, o que se constitui noutra
forma de negação de Sua existência. A forma de negação da existência de Deus é
muito variada através da História.
1.1 Formas de Negação da Existência de Deus
Dentre
as mais conhecidas formas de negação da existência de Deus, destacam-se as
seguintes:
O
ATEÍSMO. Os ateus estão divididos em duas classes: a) o ateu prático; b) o ateu
teórico. Os primeiros são sensivelmente gente sem Deus, que na vida prática não
reconhecem a Deus, e vivem como se Deus não existisse (SI. 10.4). Os outros são
geralmente de uma classe mais intelectual, e baseiam sua negação de Deus no
desenvolvimento de um raciocínio. Tratam de provar por meios que eles consideram
argumentos razoáveis e conclusivos, que não há Deus. O ateísmo visa suprimir a
pessoa de Deus do coração e da mente do homem. O ateu, mente à sua razão, à sua
própria consciência.
O AGNOSTICISMO. A palavra ‘agnosticismo’ vem
da grego e significa ‘não saber’. O defensor do agnosticismo crê
que nem a criação, nem os conhecidos fatos testemunhando a existência de Deus
podem fazê-lo conhecido. Todo adepto dessa teoria alega crer unicamente no que
pode ver e apalpar. Assim, todas as demais coisas, incluindo a fé em Deus, são
relativas, isto é, o homem não pode saber qualquer coisa sobre Deus, haja visto
que as citadas provas de sua existência estão fora do domínio das coisas
materiais.
O
DEÍSMO. O Deísmo admite que Deus existe, contudo rejeita por completo a sua revelação
à humanidade. Para o Deísmo, Deus não possui atributos morais nem intelectuais,
sendo até duvidoso que ele tenha influído na criação do Universo. Noutras
palavras, Deísmo é a religião natural baseada no raciocínio puramente humano.
O
MATERIALISMO. O materialismo declara que a única realidade é a matéria, e que o
homem é um animal apenas, por isso não é responsável por suas atitudes e atos.
Ele ensina que os diferentes comportamentos físicos e psíquicos humanos são
simplesmente movimentos da matéria. Por conseguinte, o homem não tem do que,
nem a quem prestar contas de seus atos. Como está patente, esta é uma outra
forma ardilosa de negação da existência de Deus, pois se o homem, obra da
criação divina, não é aquilo que a Bíblia diz ser, todos os perenes valores
expressos nas Escrituras, inclusive a existência de Deus, são pura nulidade.
O
PANTEÍSMO. O Panteísmo ensina que no universo, Deus é tudo e tudo é Deus. Deus
não é só parte do universo, mas é o próprio universo. O Hinduísmo é adepto
desse falso ensino. O erro filosófico e religioso do panteísmo é confundir o
Criador com a criação.
1.2 Provas Bíblicas da Existência de Deus
Na
primeira página da Bíblia encontramos a inequívoca declaração: “No princípio…
DEUS… (Gn 1.1). Ainda que a teologia tenha a existência de Deus como fato
fundamental, e plenamente razoável e independente da fé, não se propõe a
demostrá-la por meio de argumentos lógicos. A Bíblia não é nenhum diário de
Deus, reunindo todas as indagações da mente humana sobre Ele. Há nela, sim, o
suficiente à mente finita do homem limitado. A pessoa que para provar a
existência de Deus, vai além do que a Bíblia diz, do que a criação testifica,
do que o Espírito Santo e a Bíblia revelam, pode levar o inquiridor a
resultados inúteis ou desnecessários. Inúteis, se o investigador não crê. Ele
“busca” a Deus apenas por curiosidade, especulação e até falsa pretensão.
Desnecessários porque se tenta forçar uma pessoa que não tem fé, a crer em Deus
apenas por meio de argumentos lógicos. Ora, esse tipo de fé é apenas de
conveniência, não honra a Deus, uma vez que não vem por Ele. É fé humana que
não alcança a revelação divina.
1.3 Fé na Revelação Bíblica
O
cristão temente a Deus aceita por fé a verdade da sua existência, segundo a
revelação contida na Bíblia. Não se trata de fé cega, mas de fé que se baseia
nas Escrituras (Hb. 11.6). A Bíblia não só revela Deus como Criador de todas as
coisas (Gn 1.1), mas também como o sustentador de todas as coisas (Mt. 6.26;
Lc. 12.24; Hb. 1.3), e como o dirigente dos destinos de indivíduos e nações
(SI. 22.28). A Bíblia afirma que Deus fez todas as coisas segundo o conselho de
sua vontade (Ef. 1.11), revelando assim a realização gradual de seu grande e
eterno propósito de redenção.
1.4 Deus se Revela
A
revelação de Deus segundo a Bíblia é a base da nossa fé em sua existência. Por
sua vez, nossa fé é edificada quando de coração aceitamos o conteúdo da Bíblia
como inspirada por DEUS, a qual enfaticamente mostra que:
1.
Deus se revela através da sua
doutrina (Jo. 7.17);
2.
Deus se dá a conhecer àqueles que
O buscam (Os. 6.3);
3.
Deus se manifestou ao mundo na
pessoa de seu Filho Jesus Cristo (2Co. 5.19).
2.
EVIDÊNCIAS
RACIONAIS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
No
transcurso dos tempos, filósofos e pensadores têm buscado na teologia argumentos
racionais sobre a existência de Deus. Alguns desses argumentos vêm de Platão e
Aristóteles, filósofos gregos que viveram mais de trezentos anos antes de
Cristo. Outros argumentos foram formulados nos tempos modernos, pelos
estudiosos da filosofia e da religião. Desses argumentos, vamos mencionar aqui
os mais comuns.
2.1 O Argumento Ontológico
O
argumento ontológico tem sido apresentado sob diversas formas, por diferentes
pensadores. Em sua mais refinada forma, foi apresentado por Anselmo, teólogo e
filósofo agostinista, de origem italiana. Seu argumento é que o homem tem
imanente em si a ideia de um ser absolutamente perfeito, por consequinte deve
existir um Ser absolutamente perfeito. Este argumento admite que existe na
mente do próprio homem o conhecimento básico da existência de Deus, posto lá
pelo próprio Criador.
2.2 O Argumento Cosmológico
Este
argumento tem sido apresentado de várias formas. Em geral, encerra a ideia de
que tudo o que existe no mundo deve ter uma causa primária, ou razão de ser. Emanuel
Kant, filósofo alemão, indicou que se tudo aquilo que existe tem uma razão de
existir, isto deve ter um ponto de origem em Deus. Assim sendo, deve haver um
Agente único que equilibra e harmoniza em si todas as coisas.
2.3 O Argumento Teleológico
Este
argumento é praticamente uma extensão do anterior. Ele mostra que o mundo, ao
ser considerado sob qualquer aspecto, revela inteligência, ordem e propósito,
denotando assim a existência de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem
para viver, consome o ar, do qual retira todo o oxigénio, resultando disso o
dióxido de carbono, que será utilizado na produção do oxigênio, que por sua vez
será novamente consumido pelo homem.
2.4 O Argumento Moral
Este,
como os outros argumentos, também tem diversas formas de expressão. Kant partiu
do raciocínio que deduz a existência de um Supremo Legislador e Juiz, com
absoluto direito de governar e corrigir o homem. Esse filósofo era da opinião
de que este argumento era superior a todos os demais. No seu intuito de provar
a existência de Deus, ele recorria a este argumento. A teologia moderna utiliza
este argumento afirmando que o reconhecimento por parte do homem de um bem
supremo, e do seu anseio por uma moral superior, indicam a existência de um
Deus que pode converter esse ideal em realidade.
2.5 O Argumento Histórico
A
exposição principal deste argumento é a seguinte: entre todos os povos e tribos
da terra é comum a evidência de que o homem é um ser religioso em potencial.
Sendo universal este fenômeno, isso deve ser parte constituinte da natureza do
homem. E se a natureza do homem tende à prática religiosa, isto só encontra
explicação num Ser superior, que originou uma tal natureza que sempre indica ao
homem um ser superior. É aqui que milhões, por ignorarem o único e verdadeiro
Deus, praticam as religiões mais estranhas e deturpadas. É o anseio da alma na
busca do Criador que ela ignora, por ter dEle se afastado, conforme Romanos
1.20-23.
Conclusão
Considerando,
no seu todo, esses argumentos racionais, o cristão fiel e temente a Deus logo
conclui que não necessita deles. Nossa convicção cristã e experimental da
existência de Deus não depende deles, pois pela fé já aceitamos o que a Bíblia
diz sobre o assunto. Noutras palavras: o salvo tem um fundamento firme e um
testemunho maior. O fundamento é o da fé; o testemunho é o do Espírito Santo e
o da Escritura.
3.
A
PERSONALIDADE DE DEUS
O
ensino de que Deus é um Ser pessoal, é uma verdade contrária ao ensino do
panteísmo, o qual ensina que Deus é tudo e tudo é Deus; que Deus é o universo e
que o universo é Deus; que Deus existe à parte daquilo que se alega ser sua
criação.
3.1 O Que se Entende por Personalidade
Pode-se
definir personalidade como existência dotada de autoconsciência e do poder de
autodeterminação. Não se deve confundir personalidade com corporalidade, ou
existência do corpo material composto por cabeça, tronco e membros, tratando-se
do homem. Corretamente definida, a personalidade abrange as propriedades e
qualidades coletivas que caracterizam a existência pessoal e a distingue da
existência impessoal e da vida animal. A personalidade, portanto, representa a
soma total das características necessárias para descrever o que é um ser
pessoal.
3.2 O Que a Bíblia Ensina Sobre a Personalidade de
Deus
O
nome é uma das mais fortes evidências da personalidade de um ser. Um dos nomes
mais importantes, pelos quais Deus se tem feito conhecer no seu relacionamento
com o homem, é “Jeová”. Foi por esse nome, e suas várias combinações, que Ele
se revelou ao homem nos dias do Antigo Testamento. Tudo que significa para nós
o nome de Jesus, significava “Jeová” para o antigo Israel.
“Eloim”
é o Deus de todas as coisas, enquanto que “Jeová” é o mesmo DEUS, em relação à
aliança com aqueles que por Ele foram criados. Jeová, pois, significa o Ser
único, eterno e imutável, que é, e que há de vir. É o Deus de Israel e o Deus
daqueles que são remidos; pelo que agora “em Cristo” podemos dizer: “Jeová é o
nosso Deus”.
3.3 Títulos Pelos Quais Deus é Conhecido
O
nome “Jeová”, combinado com outras palavras, forma os compostos (hebraicos)
deste nome santo, como se segue:
·
Eu Sou (Êx. 3.14)
·
Jeová-Jiré = O Senhor proverá
(Gn. 22.13-14);
·
Jeová-Nissi = O Senhor é nossa
bandeira (Êx. 17.15);
·
Jeová-Rafá = O Senhor que sara
(Êx. 15.26);
·
Jeová-Shalom = O Senhor nossa paz
(Jz. 6.24);
·
Jeová-Raá = O Senhor é o meu
pastor (SI 23.1);
·
Jeová-Tisidiquênu = Senhor
justiça nossa (Jr. 23.6);
·
Jeová-Sabaote = Senhor dos
Exércitos (1Sm. 1.3);
·
Jeová-Shamá = O Senhor está
presente (Ez. 48.35);
·
Jeová-Eliom = Senhor Altíssimo
(SI. 97.9);
·
Jeová-Mikadiskim = O Senhor que
vos santifica (Êx. 31.13).
O Novo Testamento, por sua vez, o chama “Theos” =
Deus, “Ku-rios” = Senhor, e “Pater” = Pai.
3.4 Pronomes Pessoais Para Deus
A
personalidade de Deus pode ser provada não só pelo que Ele é, mas também:
1.
a) Pelos pronomes pessoais que O
identificam:
·
Tu e Te (Jo. 17.3);
·
Ele e Lhe (SI. 116.1-2).
1.
b) Pelas características e
propriedades de personalidade que lhe são atribuídas, como sejam:
·
Tristeza (Gn. 6.6);
·
Zelo (Dt 6.15);
·
Ira (1Rs. 14.9);
·
Ódio (Pv. 6.16);
·
Amor (Ap. 3.19).
1.
c) Pelas relações que Ele mantém
com o universo e com o homem, como Criador de tudo (Gn. 1.1):
·
Como Benfeitor de todas as vidas
(Mt. 10.29-30);
·
Como Governador e Dominador das
atividades humanas (Rm. 8.28);
·
Como Pai de seus filhos
espirituais (Gl. 3.26);
·
Como Preservador de tudo (Hb.
1.3).
4.
A NATUREZA
DE DEUS
Como
pode aquilo que é finito compreender e expressar aquilo que é infinito? O
próprio povo escolhido procurou representar e descrever Deus a seus
semelhantes, quando na sua fraqueza fizeram ídolos de metal, coisa que ainda
hoje é feito pelo homem (Êx. 32.4; Rm. 1.24-25).
Deus pode ser revelado e crido, de acordo com a
medida da nossa fé, porém não pode ser analisado num tubo de ensaio de um
laboratório, para ser dissecado por quem quer que seja. Diz o Catecismo de
Westmister “Deus é espírito, infinito, eterno, e imutável em seu ser,
sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”.
A
despeito da infinitude de Deus, há determinadas coisas que podemos saber a
respeito dele, pois Ele se revela com o auxílio das Escrituras e da operação do
Espírito Santo. Deus pode ser aquilatado (ainda que parcialmente) através dos
seus atributos naturais e morais.
4.1 Atributos Naturais de Deus
Dentre
os muitos atributos naturais de Deus, vamos destacar apenas os seguintes:
·
Vida. A vida de Deus está
intimamente ligada ao próprio fato da existência de Deus. Há coisas que existem
e não têm vida, é o caso do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro, os
Alpes Suíços, a Cordilheira dos Andes, o Monte Evereste, ou as grandes rochas
de Gibraltar. Mas Deus não só existe, Ele é vivo; Ele possui vida. Ou melhor,
Ele é a própria vida (Jo. 5.26). DEle, nEle, por Ele e para Ele emanam tudo e
todos os seres criados, animados ou inanimados (Dt. 5.26; 1Sm. 17.36; 2Rs. 19.4; Sl. 84.2;
SI. 115.1-7; Jr. 10.10-16; Jr. 23.36; Dn. 6.20; Os. 1.10; Mt. 16.16; At. 14.15;
1Ts. 1.9; 1Tm. 3.15; 4.10).
·
Espiritualidade. Deus é o
perfeito espírito com personalidade plena. Ele pensa, sente e fala, podendo
assim ter comunhão direta com suas criaturas, feitas à sua imagem. Sendo
espírito, Deus não está sujeito às limitações as quais estão sujeitas as
criaturas dotadas de corpo físico. Sua pessoa não se compõe de nenhum elemento
material, e portanto não está sujeito às condições de existência natural. Não
pode ser visto com os olhos naturais, nem apreendido pelos sentimentos
naturais.
O ensino de que Deus é espírito não implica que
Deus tenha existência indefinida e irreal, pois Jesus se referiu à“forma de
Deus” (Jo. 5.37; Fp. 2.6). Portanto, Deus é uma pessoa real, mas de
natureza tão infinita que não se pode apreendê-lo plenamente pelo conhecimento
humano, nem tampouco se pode descrevê-lo em linguagem humana, inclusive por
causa da queda do homem e seus nocivos efeitos na totalidade do homem:
espírito, alma e corpo.
·
Eternidade. Deus existe por si
mesmo, eternamente, isto é, não tem princípio nem fim de dias. Eternidade se
aplica ao que transcende a todas as limitações temporais. Disse o Dr. Orr que o
tempo tem relação estrita com o mundo dos objetos. Assim entendido, Deus enche
o tempo; está em cada partícula dele, porém sua eternidade não é a mesma coisa
que existir limitado pelo tempo. Nossa vida está dividida em passado, presente
e futuro; porém na vida de Deus o passado e o futuro formam um eterno presente.
Ele é o eterno “EU SOU” (Êx. 3.13-14; Jo. 8.58). Sua eternidade pode definir-se
com aquela perfeição divina por meio da qual Ele se eleva sobre as limitações
temporais. Quando pensarmos na pessoa de Deus e sua eternidade, pensemos nesses
moldes.
·
Imutabilidade. A erosão deforma a
terra, a ferrugem consome o ferro, o cupim destrói a madeira, a traça consome o
livro, o uso desgasta o ouro, mas o Deus da Bíblia, sobre o qual o tempo e o
espaço não exercem influência, é um Deus eterno e imutável. Ele é o “Pai das
luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança” (Tg. 1.17).
·
Onisciência. O Deus da Bíblia é
não só um ser pessoal, existente por si mesmo, eterno e imutável, Ele é também
o Deus perfeito em ciência e sabedoria. Isaías disse que o entendimento de Deus
não se pode medir (Is. 40.28). Ele não só possui a perfeita sabedoria, Ele
mesmo é o manancial da sabedoria. (SI. 147.5; Rm. 11.33).
·
Onipotente. A palavra
“onipotente” é um derivado de dois termos latinos, “omnis” e “potentia”,
que juntos significam “todo poder.” Esse atributo aplicado a Deus, mostra que o
seu poder é ilimitado; que Ele tem poder de fazer qualquer coisa que queira,
segundo a sua perfeição (Gn. 18.14; Jó 42.2; SI. 93.4; SI. 115.3; Jr. 32.17).
·
Onipresença. Por sua onipresença,
é que Deus está em todos os lugares. Ele age em todos os lugares e possui
pleno conhecimento de tudo quanto ocorre em todos os lugares.
No
Texto anterior abordamos os sete atributos naturais de DEUS, neste abordaremos
alguns dos seus atributos morais, ou seja, atributos através dos quais Deus
comunica determinadas verdades a seu povo, levando-o a uma plena identificação
com Ele.
4.2 Atributos Morais de Deus
Dentre
os muitos atributos morais de Deus, vamos abordar alguns, analisados a seguir.
1.
Veracidade. A veracidade é um dos
múltiplos aspectos da perfeição de Deus. Isto é, Deus é ao mesmo tempo, veraz e
perfeito. “Deus não é homem para que minta” (Nm. 23.19). A mentira é
incompatível com a natureza divina. Por isto, devemos ter sempre em mente, que
quando estamos tratando com Deus, estamos tratando com um Ser verdadeiro e
disposto a cumprir as suas santas e boas palavras (Jr. 1.12). Por isso devemos
por nEle toda a nossa confiança (SI. 125.1), na certeza de que Ele estabelecerá
o nosso direito e nos conduzirá a toda a verdade.
2.
Fidelidade. A fidelidade é outro
atributo moral de Deus. Por ele entendemos que Deus é fiel, pois cumpre todas
as promessas feitas a seu povo. Ao profeta Jeremias, em tempos remotos, Ele
mesmo disse: “…eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr. 1.12). Ver
também Dt. 7.9; 32.4; Sl. 117.2; 145.13; 1Co. 1.9.
A
fidelidade de Deus é de extrema importância para o seu povo. Constitui para o
crente a base de sua confiança nEle, o fundamento de sua esperança e a causa do
seu gozo.
Pela
fidelidade de Deus, as leis naturais se mantêm inalteradas, as suas promessas
continuam a se cumprir, os santos continuam protegidos, pecadores arrependidos
são convertidos, os salvos serão arrebatados, os ímpios serão condenados,
Satanás será banido da terra, e novos céus e nova terra serão estabelecidos.
3.
Conselho. O conselho de Deus é o
seu plano eterno em relação ao mundo material e espiritual, visível e
invisível, abrangendo todos os seus eternos propósitos e decretos, inclusive a
Criação e a Redenção, levando em conta a livre escolha e atuação do homem (Is.
40.13-14;Ef. 1.11).
É
limitadíssima a compreensão do homem quanto ao eterno conselho (propósito)
divino, mas aprouve a Deus revelar ao homem o seu plano, ainda que em parte. O
conselho, ou propósito divino, abrange não só os efeitos, mas também as causas;
não apenas os fins que devem ser atingidos, mas igualmente os meios necessários
para a sua consecução.
Quanto
à sua aplicação, o conselho de Deus está afeto 1) a todas as coisas em geral
(Is. 14.26-27; 46.10-11; Dn. 4.25); 2) às coisas em particular, como por
exemplo: a permanência do universo material, os negócios das nações, o período
da vida humana, o tempo da morte do homem, e as ações humanas, sejam elas boas
ou más (Gn. 50.20; Sl. 119.89-91; Jó 14.5-14; Ec. 3.2; At. 17.26; Ef. 2.10); e
3) às coisas espirituais, tais como: a salvação do homem, o reino de Cristo, e
a obra de Deus nos crentes e por meio dele (1Co. 2.7; Ef. 3.10; Sl. 2.6-8; Mt.
25.34; Fp. 2.12-13).
4.
Santidade. A santidade de Deus é
a soma de todos os seus atributos morais, e expressa a majestade de sua
natureza. É o atributo moral enfático de Deus. Se é que existe qualquer
diferença em grau de importância entre os seus atributos morais, a santidade de
Deus ocupa o primeiro lugar. Nas visões que Deus concedeu aos seus santos nos
dias do Antigo Testamento, e na explanação da doutrina bíblica do Novo, o que
mais se salienta é a santidade divina. Deus se revela na sua Palavra como O
Santo.
Por cerca de trinta vezes o profeta Isaías se
refere a Jeová chamando-o “O Santo”, declarando em conclusão o
significado daquelas visões que mais o impressionaram. Deus deseja ser
conhecido essencialmente em sua santidade, pois esse é o atributo pelo qual Ele
é glorificado por excelência. Deus é santo. Esta é a suprema declaração das Escrituras.
5.
A TRINDADE
DE DEUS
A doutrina da Trindade é um dos grandes mistérios
da fé cristã. Em suas “Confissões”, indaga Santo Agostinho:“Quem compreende
a Trindade Onipotente? E quem fala dela ainda que não a compreenda? É rara a
pessoa que ao falar da Santíssima Trindade saiba o que diz. Contendem e
discutem. E, contudo, ninguém contempla esta visão sem ter paz interior”.
As
Escrituras ensinam que Deus é um, e que além dele não existe outro Deus.
Contudo, a unidade divina é uma unidade composta de três pessoas distintas e
divinas, que são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não se trata de
três deuses, mas de três pessoas num só Deus. Os três cooperam unidos e num
mesmo propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são um. O Pai cria,
o Filho redime, e o Espírito Santo santifica; e, no entanto, em cada uma dessas
operações os três estão presentes.
5.1 Falsos Conceitos Quanto à Trindade
O
falso e o verdadeiro sempre andam em posição paralela, não obstante serem
opostos entre si. Durante séculos toda grande verdade doutrinária teve uma
mentira para se lhe opor, como se fosse a verdade. Assim tem sido com a
doutrina da Trindade, que não obstante claramente vista nas Escrituras, muito
cedo teve ferozes inimigos a combatê-la.
Uma
das primeiras tentativas, contra a integridade da doutrina da Trindade, foi
feita nos idos do ano 320 d.C. por Ário, um presbítero da Igreja de Alexandria,
na Africa. Ário combateu a Trindade inicialmente negando a eternidade e a
divindade de Cristo, sustentando ser Ele um ser criado, como criadas foram as
demais coisas existentes. Este ponto de vista de Ário o pôs em choque com
Alexandre, seu bispo e bispo de Alexandria, que cria na Trindade constituída do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, como três pessoas igualmente incriadas,
eternas.
A
questão entre Ário e Alexandre adquiriu proporções tão grandes, que foi
necessário a convocação de um concílio, o Concílio de Nicéia, onde foi aprovado
um credo que contrariava a opinião de Ário, que a seguir foi banido por ordem do
imperador Constantino. A causa ariana sofria sua primeira derrota, mas haveria
de ressurgir em diferentes formas, principalmente nos nossos dias através dos
ensinos falsos das Testemunhas de Jeová.
5.2 O Que a Bíblia Ensina Sobre a Trindade
Após
trazer todas as coisas à existência, por meio de um simples e poderoso “HAJA”,
e querendo formar o homem, disse Deus: “FAÇAMOS o homem à NOSSA imagem,
conforme a NOSSA semelhança” (Gn 1.26). A respeito do homem após a queda, disse
também Deus: “Eis que o homem se tornou como UM DE NÓS” (Gn. 2.22). No relato
bíblico sobre a confusão das línguas em Babel, lemos ainda Deus dizendo:
“Vinde, DESÇAMOS e CONFUNDAMOS ali a sua linguagem” (Gn. 11.7). Na visão de
Isaías, quando Deus ratificou o seu chamamento, lemos que Deus perguntou ao
profeta: “A quem enviarei, e quem há de ir por NÓS?” (Is. 6.8).
Foi
a propósito que pusemos em grifo os verbos e pronomes pessoais e possessivos
que indicam a pluralidade de pessoas nas passagens citadas, como: façamos,
nossa, nós, desçamos e confundamos, para mostrar que em todos os casos bíblicos
citados, mais de uma Pessoa, portanto a Trindade, se fizeram presentes. Estas
são as primeiras evidências da doutrina trinitária na Bíblia. No Novo
Testamento encontramos um maior número de provas que ratificam o ensino bíblico
sobre a Trindade, como por exemplo: Mt. 3.16-17; 28.19; 1Co. 12.4-6; 2Co.
13.13; Ef. 4.4-6; 1Pe. 1.2; Jd. 20-21; Ap. 1.4-5.
Tanto
no Antigo como no Novo Testamento, títulos divinos são atribuídos distintamente
às três Pessoas da Trindade.
1.
A respeito do Pai: “Eu sou o
Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx.
20.2).
2.
A respeito do Filho:
“Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!” (Jo. 20.28).
3.
A respeito do Espírito Santo:
“Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Não mentiste
aos homens, mas a Deus” (At. 5.3-4).
5.3 Atributos da Trindade
Cada
Pessoa da Trindade é descrita na Bíblia, como tendo os seguintes atributos:
Bibliografia:
Oliveira, Raimundo F. de. Doutrinas
Bíblicas – Uma Introdução à Teologia. EETAD, 2ª edição, 1991.
vejam mais www.avivamentonosul21.comunidades.net
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