terça-feira, 20 de maio de 2014

FALSA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


A Teologia da Prosperidade como a Miséria da Teologia e Teologia da Miséria



TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
O movimento da fé ou movimento da confissão positiva,como não é uma denominação ou seita ,mas um movimento introduzido sutilmente entre as igrejas pentecostais ,enfatizandovo poder do crente em adquirir tudo o que quiser.é conhecida tambem como "teologia da prosperidade'"palavra da fé" ou "movimento da fé".As crenças e praticas desse movimento são aberrações carregadas de perigos heresias.A teologia da prosperidade ,ou teologia da saude e prosperidade ,como também é chamada ,é um ensino que,netre tantas coisas,afirma que o crente não pode adoecer,passar por privação ,diciculdade financeiras ou outroas tipos de adversidades.Segundo este ensino,a presença dessas situações na vida do cristão é sinal de que ele fracassou na fé ou carrega consigo algum tipo de pecado.Conquanto seja uma mensagem atrativa,ele traz consigo muitos desvios doutrinarios.A igreja portanto ,precisa estar alerta.A busca de respostas aos nossos anseios tem que passar necessariamente pelo crivo da soberania de DEUS.Aprender a orar sabiamente é o grande desafio da vida cristã e só consegue essa façanha aqueles que apreenderam que a maior busca da vida deve ser busca da vontade divina.Não é a riqueza nem pobreza que definem a performance na vida espiritual ,mas a nossa capacidade de nos situar adequadamente dentro dos moldes divinos.


                                                         HISTÓRICO                                                                                                                                              
SUA ORIGEM:A confissão positiva é uma adaptação ,com roupagem cristã,das idéias do hipnotismo e curandeiro Finéias parkhrst quimby(1802-1866).Os quimbistas criam no poder da mente ,negavam a existencia da matéria ,do sofrimento do pecado a da enfermidade.Deles surgiram varios movimentos ocultistas como o novo pensamento ,as seitas Ciência da mente e ciência cristã ,de mary backer eddy.Seus promotores procuram se passar por cristãos evangélicos.
PRINCIPAL FUNDADOR :ESSEK W.KENYON:O movimento surgiu de forma gradual por meio de essek william kenyon(1867-1948).Kenyon ,aproveitando-se dos conceitos de mary b.eddy ,empenhou-se em pregar a salvação e a cura em jesus cristo.Dava enfase aos textos que falam de saúde e properidade .alem de aplicar a tecnica do poder do pensamento positivo.Kenyon, que pastoreou varias igrajase fundou outras ,não era pentecostal.Ele foi influenciado pelas seitas ciencia cristã da mente,ea metafisica do novo penssamento.Hoje ,é reconhecida como o pai do movimento confissão positiva ,tendo exercido forte influencia sobre Kenneth Hagin.
PRINCIPAL DIVULGADOR:Era k.hagin.Nasceu em 1917 com problema de coração e ficou invalido durante 15 anos.Em 1933, converteu-se ao evangelho  e ,no ano seguinte ,o SENHOR JESUS o curou.Partir  dai então ,começou a pregar.Ele recebeu o batismo no ESPIRITO SANTO EM 1937.Estudando os escritos de kenyon ,divulgou os em seus livros,cassetes e seminários,dando sempre enfase a confissão positiva.Em 1974 ,fundou o centro rhema de adestramento biblico ,em Oklahoma.
FONTES DE AUTORIDADE:REVELAÇÃO OU INSPIRAÇÃO DE SEUS LIDERES.  
Hagin fazia diferença entre as palavras gregas (rhêma e logos),pois ambas significam "palavra".Ainda hoje os seguidores dessa crença afirmam que logos é a palavra de DEUS escrita ,a biblia ;rhema ,a palavra falada por DEUS em revelação ou inspiração a uma pessoa em qualquer época.Desse modo ,o crente pode repetir com fé qualquer promessa biblica,aplicando a sua necessidade pessoal e exigir o seu cumprimento.

                                 CONFISSÃO POSITIVA DO CRENTE

Os adeptos da confissão positiva creem ser a biblia a inerente e inspirada palavra de DEUS,mas não a unica,pois admitem que crente tem a mesma autoridade.Para eles as fontes da autoridade são:a biblia ,as revelações de seus lideres e a palavra da fé.O crente deve declarar qua já tem o que DEUS prometeu nos textos biblicos e ,tal confissão ,confirma-se-a.A confissão negativa é reconhecer a presença das condições da enfermidade e negar a exixtencia da enfermidade e ele simplesmente deixará de existir.É  doutrina de quimby ,da ciência cristã e do movimento da nova era.
                        A      AUTORIDADE  PARA A VIDA DO CRISTÃO

Atribuir tanta autoridade assim ás palavras de uma pessoa extrapola os limites biblicos.a emoção também caiu com natureza humana e ,por isso,fé não pode ser fundamentada em experiências(jr 17.9).As experiências pessoais são marcas importantes na vida dos pentecostais.Cremos em DEUS que se comunica com os seus filhos (at 2.17-18),mas essas experiências são para edificação pessoal e não para estabelecer doutrinas.O cristianismo autentico não deve ir alem das ESCRITURAS sagradas(is 8.20 ;1/cor 4.6).A bíblia é única autiridade para a vida do cristão.
RHEMA E LOGOS:TERMOS DIFERENTES.O vocábulo rhema aparece 68 vezese , logos ,330 no texto grego do novo testamento .Como não existe sinonimo perfeitos,exatamente iguais,aqui também não é diferente.O termo rhema significa "palavra ,coisa";enquanto em logos ,os léxicos ,apresentam uma extensa variedades de significados como:"palavra,discurso,pregaçaõ;relato,etc.Mas ambos os termos coincidem (lc 9.44-450.).O conteúdo de rhema e de logos,inventados por hagin,não reside á exegese biblica.Na verdade que haja a tal diferença entre as referidas palavras.
TERMOS USADOS PARA DESIGNAR AS ESCRITURAS:Ambos os termos são igualmente usados para identificar as Escrituras Sagradas.Encontramos no texto grego do antigo testamento(septuginta)a expressão(rhema tou theou) ,"palavra de DEUS"em is 40.8.Nas paginas do novo testamento ,a mesma passagem é citada pelo apostolo pedro(1;pd 1.25).Mas ,encontramos tambem  ,logon tou theou,"palavra de DEUS",com o mesmo significado(mc 7.130.Esses exemlpos provam,por si ,só,que o conceito de hagin é falacioso,sem base biblica.
FALACIAS DA CONFISSÃO POSITIVA:O conceito da confissão positiva e negativa é falso;não se  confirma na biblia ou na pratica da vida cristã.Deus é soberano;Jeus ensinou(mt6.10).Basta tão somente esse verso para reduzir a cinzas a insolência dos promotores da confissão positiva.A biblia ensina ,ainda qual devemos confessar nossas culpas para sermos sarados (tg 5.16),e isso,não parece ser confissão positiva.
CRENÇAS E PRATICAS:TEOLOGIA.De maneira genérica ,os adeptos do confissão positiva seguem uma linha ortodoxa no que tange aos pontos cardeais da fé cristã.Não se trata de uma seita, mas de um movimento que permeia as igrejas ;dai a diversidade de ensinos entre seus adeptos.Sobre DEUS,uns são unicistas,,outros deificam o homem.Essa falta de padrão doutrinário existe;sobretudo ,a respeito do SENHOR JESUS de sua obra.Os ensinos da confissão por conseguinte ,são um desvio das doutrinas biblicas apesar de sua aparencia ortodoxa.
SUA MARCA:As marcas distintas do movimento são:a properidade e a pregação restrita aos pobres e enfermos.No endento ,deixa de lado o essencial:salvação.A menssagem dos profetas da properidade pode fazer sentido nos paises ricos onde as oportunidades são mais amplas,mas nas regiões pobers do planeta,são irrelevantes.Isso é mais uma prova de que se trata de um evangelho humano,contrario a bíblia,pois o evangelho de JESUS é para todos os seres humanos em todas as épocas(mt 28.19 ,tito 2.11).
A SALVAÇÃO:Em vez de trazer riquezas materiais aos pobres e saúde aos enfermos,o propósito principal da vinda da JESUS ao mundo foi salvar os pecadores(1°tm 1.15),muito embora o seu ministério tenha sido corado do exito no campo da cura divina a da libertação(at 10.38).O que asses pregadores fazem não passa de espetáculo ,contrariando o verdadeiro propósito do evangelho.Não foi essa a mensagem pregada pelos apóstolos .Paulo afirma haver se contentado com a abundancia e com a escassez(fp 4.11-13).(notas eb.2006/cpad).

      AS INFLUENCIA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE NA IGREJA

fonte rev.manual cpad-brasil                                                                                                             

Não é de hoje que a igreja precisa tomar uma posição mais refletida sobre as influencias que estas outros ensinos ,de forma lisonjeira, tem sidi introduzidos no meio da igreja.A melhor posição diante desses desafios é adotar posição dos crentes de Beréia(at17.10-11).A valorização do ensino e o estimulo para a leitura da bilbia são os melhores instrumentos de defesa contra as influencias das falsas doutrinas(1tm 4.13-16).
1°)A INFLUENCIA SABRE A VISÃO DA IGREJA.Visão é o mesmo tempo capacidade de perceber a realidade como ele é ,bem como de projetar algo.A teologia da prosperidade tem influenciado a visão da igreja na medida em que ela absorve valores que alteram a sua forma de ser(2°cor 11.3-4;at5.42).
2°)A INFLUENCIA SOBRE A MENSSAGEM DA IGREJA.Quem muda a visão ,muda tambem o discurso.E ,a primeira baixa sofrida é no conteudo tológico da menssagem ,onde a fé passa a ter mais valor do que o própio DEUS,a benção é mais valorizada do que o abençoador e a ansia por bençãos materiais tomam conta dos cultos ,cuja liturgia perde o seu caráter contempla tivo e o resultado é a ausencia total de resultados de reflexão bíblica(2°tm 4.2-5).
3°)A INFLUENCIA SOBRE A TEOLOGIA DA IGREJA.A mudança na visão e menssagem cria uma igreja teológicamente vulnerável,abrindo espaço no meio ,para heresias(2°pd 2.1;col 2.18-19);foi a advertência que Paulo fez a igreja.Precisamos residir a toda mensagem que questione a suficiência de CRISTO e roube a nossa liberdade em servi-lo com uma conciencia pura e tranquila(gl 5.1).

                                      SOBRE A FORMULA DA FÉ

Na teologia  da fé ,a fé é uma força.Ela é substancia da qual o universo foi feito e também a força que faz funcionar as leis do mundo espiritual.Mas como fazer que essas leis funcionem para voce?Por meio de formulas que ,segundo eles,não somente fazem funcionar as leis do mundo espiritual,mas também serve da causa a ação do ESPIRITO SANTO em favor do individuo.Isto significa que DEUS é deslocado para uma posição de mero mensageiro que responde cegamente ao aceno e á chamada de formulas proferidas pelos fiéis.
1°)AS FORMULAS DE FÉ. As formulas de fé são o nome do jogo.Esse é o motivo pelo qual o movimento de fé também tem sido de movimento da confissão positiva.A doutrina da fé ensina que as confissões servem para dar efeito á formula da fé fazendo com que a lei espiritual funcione em favor de quem as pronuncia.As confissões positivas ativam a lado positivo da força; e as confissões negativas ativam o seu lado negativo.Partir de uma perspetiva pretica,pode-se dizer   que a lei espiritual(que rege as coisas na esfera da eternidade)é a força derradeira do universo.No livro chamado two kinds of faith(os dois tiops de fé),e. w.kenyon insiste que é nossa confissão que nos governa".
2°FORMULA.A formula é simples:1)"diga a coisa.positiva ou negativa,tudo depende do individuo.De acordo com que ele recebá.2)"faça a coisa.Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória.3)"receba a coisa.Compete a nós a conexão com o "dinamo do céu".A fé é o primo da tmada -basta conecta-lo.4)"conte a coisa a fim de  que outros tambem possam crer.(notas hanegraaff,hank,cristianisno em crise cpad 2004 ,p.79-81).

         A PROSPERIDADE SOB PERSPECTIVA BÍBLICA
Uma perspetiva correta da prosperidade ,á luz da bilbia,pode nos levar a desfrutar o melhor  de DEUS para as nossas vidas (ef 1.3).Ao falar assim,evocamos sua soberania nas  nossas orações,idéia abominavel para aqueles que acham que DEUS é obrigado a atender os nossos pedidos(1;jo 5.14-15).
1°DEUS A AS NOSSAS NECESSIDADES:Deus e connhecido na sua palavra como JEOVA JIRE""O SENHOR proverá"9gn 22.8).O crente em Cristo já expirimmentou pessoalmente os cuidados de DEUS em sua vida.Quem já leu os confortantes salmos ,os conselhos de 1°pd 5.7),as palavras de JESUS aos seus discipulos(mt 6.25-34),a confiança expressa por habacuque(hc 3.17-18).Tudo isso revela que DEUS está atento ás nossas necessidades9jo 6.1-12).
2°)DEUS E OS NOSSOS DESEJOS:"Por isso ,vos digo que tudo o que pedirdes ,orando ,crede que o recebereis e telo-eis(mc 11.24).No entanto ,o contexto desta passagem deixa bem claro que há condições para  que os nossos desejos sejam satisfeitos ,é necessário o perdão(mc 11.26).Os nossos desejos,para serem prontamente atendidos ,precisam estar em consoância com vontade de DEUS(tg 4.3,jo 5.14).
3°)SER PROSPERO É UMA RESPONSSABILIDADE:DEUS não é contrario á properidade de ninguem,no entanto adverte serimente,em pelo menos  tres coisas em relação as riquezas(1°6.17-19).primeiro:que não se deva colocar nelas o coração,pois não podem proporcionar á vida a devida segurança(1tm 6.10.segundo ,não confiar nelas,pois toda riqueza é passageira(tg 1.10-11,e terceiro ,não administrar mal,pois quem muito é dado muito  será exigido(lc 12.48).

                                        REGRESSÃO PSICOLÓGICA

A cura interior  é conhecida como cura das memórias ou cura para os traumas emocionais.Estranha á pratica evangélica ,tem intimo paralelismo com o ocultismo oriental.Seus expositores,questionando a suficiencia sa expiação do calvario para a cura de traumas a feridas emocionais buscam ,pretenciosamente ,"completar"a obra de CRISTO com tecnicas psicológicas e até ocultistas.É algo contrario ao novo testamento.A regressão psicológica ,tambem conhecida como hipnose -um estado mental semelhante ao sono ,induzido artificialmente-tem sido bastante difundida em nossos dias como opção no tratamento de doversos problemas.A hipnose permite que o hipnotizado obedeça o que é ordenado pelo hipnotizador ,como diversas vezes é demonstrado em progamas de auditório ,onde o artista e outros voluntarios se submentem a pequenas demonstrações do método.Essa é uma forma de tornar popular esse tipo de pratica.Em diversas igrejas evangélicas,essa pratica de hipnotismo-ou regressão psicológica-é apresentada por grupos que desejam desenvolver a chamada cura interior.Induzem as pessoas até mesmo a perdoarem a DEUS,como se este lhe fosse  mal,ou tenha lhes causado algum dano.Nessas sessões ,os lideres induzem as pessoas a confessarem ,quando pecados,e não raro ,tais informaçõespodem ser utilizadas contra as pessoas que as disserem,quando no estado de transe,como uma forma de controle.Por isso ,essa pratica não deve ser incentivada dentro de nossas igrejas,pois carece de respaldo biblico.(notas rev. emsinador cristão cpad).


A polissemia e a polifonia da revelação são reduzidas a um discurso lazarento, miserável, monossêmico, incapaz de traduzir toda riqueza da revelação de Javé na história.
No ano de 1846, Pierre-Joseph Proudhon, filósofo político e anarquista francês, escreveu um livro no qual criticava o sistema econômico de sua época. Contemporâneo de Karl Marx, enviou a obra, "Sistemas das Contradições Filosóficas ou Filosofia da Miséria", ao amigo e correspondente. Marx não concordou com a teoria econômica de Proudhon e dedicou-se a compor outro escrito, "A Miséria da Filosofia", editado em 1847. O título da obra de Marx era uma paródia ao subtítulo do trabalho literário do amigo francês. Desde então a expressão “miséria da filosofia” é usada para designar uma contradição dentro de um sistema ou teoria e até mesmo para designar as falhas metodológicas em uma abordagem, seja ela científica, seja ela religiosa. 
De igual modo, também podemos comparar a Teologia da Prosperidade (TP) como a Miséria da Teologia. Não apenas pelo fato de ser uma teologia cáustica, que corrói os fundamentos epistêmicos da Teologia Cristã, mas porque depaupera a Teologia, esvaziando sua mensagem e corrompendo seu significado. Destaco duas doutrinas cristãs que são esvaziadas pela Teologia da Prosperidade (doravante TP) que a torna a Miséria da Teologia e a Teologi da Miséria. Vejamos:
1. A Doutrina da Revelação.
Toda e qualquer religião, seja em seu aspecto teológico, seja em seu aspecto fenomenológico, se autocompreende por meio de uma revelação, geralmente atribuída a uma ação divina e uma recepção humana. A teologia cristã não existe sem uma compreensão da Revelação de Deus. Assim, toda manifestação cristã reflete de alguma forma a teologia da revelação ou uma compreensão a respeito dela, consciente ou inconscientemente. A confissão de fé, que se deriva de uma hermenêutica da revelação, por exemplo, se manifesta no rito, nos elementos que formam o culto, de tal forma que a doutrina pode ser vista na liturgia e a liturgia apresenta a doutrina. A lex credendi não é separada da lex orandi.
Desta forma, quando o teólogo da prosperidade anuncia o desejo de Deus de conceder ao homem a prosperidade, a honra e a riqueza, fala a partir de uma compreensão da Doutrina da Revelação e se coloca como canal desvelador e profético. A autocomunicação que Deus faz de si na Escritura e na história é reduzida ao imediatismo fugaz da necessidade humana, pois torna-se apenas uma resposta ao sofrimento humano.
A TP reduz a Doutrina da Revelação a um discurso ideológico que mescla algumas verdades da Escritura com valores mensuráveis na vida do crente, como a prosperidade econômica. O discurso sobre a Revelação de Deus é midiático e repetido à exaustão até que se faça a troca simbólica de entregar a Deus o melhor e, o Senhor, dono do ouro e da prata, “retribuirá proporcionalmente à oferta”.
A TP tem um conceito opaco de Revelação que obriga o fiel a sacrificar o intelecto para aceitá-lo. Os teólogos da prosperidade, se estudaram teologia algum dia, podem ser acusados de improbidade ou desonestidade intelectual pelo fato de corromperem a Teologia da Revelação de Deus. A polissemia e a polifonia da revelação são reduzidas a um discurso lazarento, miserável, monossêmico, incapaz de traduzir toda riqueza da revelação de Javé na história. Os teólogos da prosperidade são assim culpados por reduzir a espinha dorsal da teologia cristã à miséria de uma teologia reducionista e manipulável. Essa forma de teologia só pode ser a miséria da teologia.
Conjunto à Doutrina da Revelação necessariamente temos que abordar a respeito da teontologia, ou do ser de Deus.
2. A Doutrina de Deus.
Outro fundamento teológico reduzido à miséria da teologia é a doutrina de Deus. A revelação do nome de Deus a Moisés em Êx 3.13-15 tem elementos do mistério que circunda a manifestação que Javé faz de si mesmo. O Deus que se mostra, afirma P. Ricouer  é um Deus escondido e a quem pertencem as coisas ocultas (Escritos e Conferências, p.168). O Senhor se revela por meio de um nome inominável! “Javé” – Ele é – não é um nome que define, mas que significa, que significa o gesto da redenção, afirma Ricouer. A revelação do Eterno é histórica (Deus de Abraão, Isaque e Jacó), no entanto, está apoiada no mistério que circunda o sentido do nome. 
Se na cultura judaica primitiva conhecer o nome de um personagem tornava-o disponível ao talante do conhecedor; a revelação do Nome a Moisés demonstrava que o Senhor não estaria à mercê da linguagem e disposição de seus adoradores. “Eu Sou” (Ehyéh asher ehyéh) não é um nome que desvela apenas sua natureza e essência incomunicável, mas que o coloca como o Deus da Redenção do passado, do presente e do futuro. O que Ele é está oculto na essência do que o Nome significa.
Há, portanto, um segredo e uma comunicação. A TP, entretanto, emprega o nome divino e a autocomunicação que o Eterno faz de Si na Escritura e na história como um amuleto mediante o qual conhecer o Nome é colocá-lo à vontade do adorador. Javé é reduzido à coisa, ao objeto que se manipula, ao divo frágil controlado à mercê de alguém. O Nome divino assim empregado pelos teólogos, pastores e adeptos da TP perde a dialética da comunicação e do segredo, do amor e do compromisso, da transcendência e da imanência. O Eterno deixa de ser Deus para se tornar Deus ex machina
Permita-me o leitor, explicar o sentido da expressão Deus ex machina, isto é, “o deus máquina ou mecânico”. Quando determinada ficção criada pelos teatrólogos gregos estava emaranhada, de difícil resolução, costumava-se descer inesperadamente um deus por meio de uma máquina até o local da encenação a fim de resolver de modo mirabolante a trama. O respectivo divo mecânico, chamado deus ex machina, era uma válvula de escape e solução para o fechamento glorioso do drama. Desde então a expressão é usada para descrever toda e qualquer solução artificial e inesperada. Neste aspecto, o pastor e teólogo protestante D. Bonhoeffer fez ácidas contestações ao “deus figurante” (deus ex machina) como uma forma de explicação e solução quando nada mais é possível ou não se acha uma resposta satisfatória para as perguntas que se colocam diante da Igreja. Afirmava que
Deus não é um tapa-furos; Deus tem de ser conhecido não apenas nos limites de nossas possibilidades, mas no centro da vida; Deus quer ser conhecido na vida e não apenas na morte, na saúde e na força e não apenas no sofrimento, na ação e não apenas no pecado. A razão disso está na revelação de Deus em Jesus Cristo. Ele é o centro da vida, e de modo algum “veio para” trazer-nos a resposta para questões não resolvidas. A partir do centro da vida, certas perguntas até mesmo caem por terra e, da mesma forma, as respostas a essas perguntas.  (Resitência e submissão, p.415-6)
A TP faz de Deus um deus ex machina; um figurante que desce de seu trono para solucionar o indissolúvel. Um deus levado ao talante de seus adoradores; dominado, limitado e preso às circunstâncias de quem o clama. Essa forma de teologia só pode ser a miséria da teologia. Rejeitemos, em forma de doutrina ou de cântico, como modelo litúrgico e de comunhão cristã, a TP que nada mais é do que a miséria da teologia e a teologia da miséria.




A Prosperidade no Antigo Testamento: orientações para os dias modernos

O homem verdadeiramente próspero é como a "árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará" (Sl 1.3).
Cinco termos hebraicos que descrevem a prosperidade no Antigo Testamento
1. Tsālēach: a prosperidade como fruto de uma vida bem-sucedida. No Antigo Testamento a palavra hebraica mais comum para descrever a prosperidade é tsālēach, isto é,"ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar abundância" e "fecundidade". Esse termo é usado em relação ao sucesso que o Eterno deu a José (Gn 39.2,3,33) e a Uzias (2 Cr 26.5). No contexto bíblico, a verdadeira prosperidade material ou espiritual é resultado da obediência, temor e reverência do homem a Deus. A Escritura afirma que Uzias "buscou o SENHOR, e Deus o fez prosperar". A prosperidade de Uzias nesse período foi extraordinária. Como rei desfrutou de um sucesso e progresso imensurável (2 Cr 26.7-15). Deus deu-lhe sabedoria para desenvolver poderosas máquinas de guerra para proteger Jerusalém (vv.14,15). A prosperidade de Uzias era subordinada à sua obediência a Deus. O profeta Zacarias o instruía no temor do Senhor, razão pela qual o monarca prosperou abundantemente. O homem verdadeiramente próspero é como a "árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará" (Sl 1.3). Porém, a soberba destronou o rei de seu palácio e prosperidade (confira shālâ).
2. Chāyâ: a prosperidade de uma vida longeva. Um outro termo hebraico que descreve a vida próspera é chāyâ. Literalmente a palavra significa "viver" ou "permanecer vivo", entretanto, em certos contextos significa "viver prosperamente": "Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis" (2 Rs 18.32). Em 1 Samuel 10.24, a frase "Viva o rei!", quer dizer "Viva prosperamente o rei!"; "Viva o rei em prosperidade". Nesses dois contextos, chāyâ se refere à "fartura de dias", "longevidade", "livrar-se da morte" e, consequentemente, "prosperidade". O termo também relaciona-se à saúde física e a cura de enfermidades. Em Js 5.8, o termo é traduzido por "sarar", "recuperar a saúde".
3. Śākal: a sabedoria que traz prosperidade. Um outro termo muito significativo no Antigo Testamento é śākal. Textualmente significa "ser sábio", "agir sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Esta palavra está relacionada à vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os momentos e circunstâncias. Um exemplo negativo que serve para ilustrar a importância do que estamos afirmando é o marido de Abigail. Nabal, do hebraico nābāl, ipsis litteris, "louco", "imprudende", "tolo", demonstrou imprudência, tolice e loucura ao negar socorrer a Davi em suas necessidades. Embora rico, não era sábio e prudente (1 Sm 25.10-17); sua estultice quase o leva à morte pelas mãos de Davi, mas não impediu que o mesmo fosse morto pelo Senhor (1 Sm 25.37,38). Nabal não agiu com śēkel, isto é, "sabedoria", "prudência"; não procedeu prudentemente, portanto, "não teve sucesso", "não foi próspero". Davi, por outro lado, viveu sabiamente diante de Saul, dos exércitos de Israel, do povo e diante do próprio Senhor: "E Davi se conduzia com prudência [śākal] em todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele" (1 Sm 18.14 ler vv.12,15). Nesses versículos temos a relação mútua entre dois conceitos: O Senhor era com Davi, razão pela qual o filho de Jessé foi prudente em suas ações; Davi era sábio, justo e prudente, motivo pelo qual o Senhor era com ele. Em alguns textos śākal diz respeito à prosperidade que advém do comportamento sábio e prudente.
4. Shālâ: o estado de impertubabilidade da prosperidade. O vocábulo procede de uma raiz da qual se deriva as palavras "tranquilidade" e "sossego". O termo significa "estar descansado", "estar próspero", "prosperidade". O termo também diz respeito à prosperidade do ímpio (Jr 12.1). Porém, o foco que pretendo destacar é o flagrante estado de "impertubabilidade" que pode levar ao orgulho. No Salmo 30. 6 o poeta afirma: "Eu dizia na minha prosperidade [shālâ]: Não vacilarei jamais". Derek Kidner (1981, p.148) afirma que a raiz hebraica que dá origem a palavra prosperidade nesse versículo refere-se às "circunstâncias fáceis, ao ponto de vista despreocupado, ao descuido e à complacência fatal" (Jr 22.21; Pv 1.32). Provérbios 1.32 revela com muita propriedade que "a prosperidade dos loucos os destruirá". O Salmo 30 descreve o louvor pelo recebimento da cura divina e pelo livramento da morte: "Senhor, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-e a vida para que não descesse ao abismo" (v.3). A salmodia foi composta logo após o restabelecimento da saúde física do salmista. Neste poema, o rapsodo fala a respeito de sua prosperidade e de como sentia-se seguro, tranquilo e impertubável até que a calamidade adentrou nos umbrais de sua frágil vida e seu orgulho e confiança na riqueza foram abatidos. A confiança na estabilidade da prosperidade cede lugar à confiança inabalável na bondade divina: "Ouve, Senhor, e tem piedade de mim; Senhor, sê o meu auxílio" (v.10). O patriarca Jó também alude ao "descanso" e "tranquilidade" advindas da prosperidade e como de súbito foi apanhado pelas adversidades: "Descansado [shālâ] estava eu, porém ele me quebrantou" (Jó 16.12a). Paulo, muito tempo depois orienta ao jovem pastor Timóteo para que exorte os ricos a não porem a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente dá todas as coisas (1 Tm 1.17). A prosperidade anunciada por meio do vocábulo shālâ pode produzir, como afirma o teólogo Victor Hamilton, "despreocupação" (Ez 23.41; Pv 1.32). Portanto, esse termo afirma o perigo que subjaz na prosperidade. Esta não deve substituir a confiança em Deus e nas santas promessas das Escrituras.
5. Dāshēm: a prosperidade abundante. Este termo é mais frequente nos textos poéticos do que nos prosaicos. Logo, trata-se de um vocábulo poético e idiomático hebreu. Literamente significa "engordar", "ser gordo" e, consequentemente, "ser próspero". Em nossa obra, Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD) explicarmos detalhadamente o hebraísmo "gordura" nas páginas 212, 213, 214 e 215. O Salmo 63.5, por exemplo, diz: "A minha alma se farta, como de tutano e de gordura [dāshēm]; e a minha boca te louva com alegres lábios". O hebraísmo dāshēm, isto é, gordura, descreve duas verdades concernentes à prosperidade: suficiência e sentimento de bem-estar advindo da prosperidade. Em Gênesis 41 aprendemos que as vacas gordas representam prosperidade, suficiência, abundância e felicidade (vv.26,29), enquanto as magras, necessidade, escassez, fome e tristeza (vv.27,30). Imagens como essas eram frequentes no Crescente Fértil. Nos períodos áureos, o gado, sempre gordo, refletia a prosperidade da terra, trazendo alegria a seus proprietários, enquanto o rebanho magro refletia a miséria e infortúneo. Desde então, os judeus, nada afeitos a termos abstratos, preferiram designar a prosperidade utilizando-se de imagens como gordura, vacas gordas e tutanos (gordura do interior dos ossos). Veja, por exemplo, a bênção de Isaque sobre o seu filho: "Assim, pois Deus te dê do orvalho do céu, da gordura da terra, e da abundância de trigo e mosto" (Gn 27.28 Edição Contemporânea de Almeida). Na tradução, a ARA (Almeida Revista e Atualizada) omite o hebraísmo "gordura da terra", mas traduz por "exuberância da terra". Embora o termo hebraico em Gênesis seja outro, participa do mesmo campo semântico de dāshēm, gordura, assim como o vocábulo chādal



A Prosperidade Bíblica

José e Uzias como paradigmas da verdadeira prosperidade cristã
A prosperidade no Antigo e Novo Testamento. No Antigo Testamento a palavra hebraica para prosperidade é tsälëach. O vocábulo significa "ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar abundância" e "fecundidade". Já em o Novo Testamento, o vocábulo usado é euodóö, que significa "ir bem", "prosperar", "ter sucesso". Na Almeida Atualizada, a palavra "prosperidade" aparece vinte e três vezes, enquanto na Corrigida onze (Sl 30.6; 35.27; 73.3; 122.7; Pv 1.32; Ec 7.14; Jr 22.21; At 19.25; 1 Co 16.2). Se acrescentarmos as palavras "próspero" e "próspera" teremos muitas outras ocorrências nas duas versões. Portanto, a Bíblia tem muito a ensinar a respeito da prosperidade.

A prosperidade exemplificada na vida de José. No Antigo Testamento, o termo é usado para referir-se ao sucesso que Deus deu a José no Egito (Gn 39.2,3,33). Se tomarmos a vida de José como exemplo, poucos diriam que a trajetória do menino sonhador foi de sucesso: odiado pelos irmãos, vendido aos ismaelitas, escravo e encarcerado no Egito. Quem afirmaria que José foi um homem próspero? A Bíblia. No conceito da teologia da prosperidade e triunfalista, José somente foi bem-sucedido no final da carreira. Mas, anteriormente ele não era abençoado por Deus? Era. Mas apenas os que compreendem o que de fato é a verdadeira prosperidade são capazes de compreender o sucesso em meio ao ódio, castigos e prisões (Gn 45.5,7-9). O plano dos irmãos de José era matá-lo, porém Deus interveio conservando-lhe a vida (Gn 37.20-22). Os mercadores ismaelitas poderiam vendê-lo para qualquer outra tribo ou povo, mas por que o Egito? Porque Deus o estava conduzindo até a terra dos faraós. No Egito, poderia ser vendido a qualquer nobre, mas por que a Potifar? Porque era na casa de Potifar que ele enfrentaria a mais dura prova até ser levado ao governo do Egito. Deus estava em todas as circunstâncias guiando os passos de José (Sl 37.23). A prosperidade na vida de José não é medida pelo grau de privilégios que ele desfrutou até ser governador, mas em cumprir a vontade de Deus em todas circunstâncias e vicissitudes.

A prosperidade exemplificada na vida de Uzias. A Escritura afirma que Uzias "buscou o SENHOR, e Deus o fez prosperar"(2 Cr 26.5). No contexto bíblico, a verdadeira prosperidade material ou espiritual é resultado da obediência, temor e reverência do homem a Deus. Uzias fez o que era justo aos olhos do Senhor e, como recompensa, Deus lhe deu sucesso em tudo o que fazia. José era justo, mas a sua retidão não lhe trouxe prosperidade imediata. Uzias, no entanto, enquanto permaneceu fiel ao Senhor prosperou em tudo o que fez. Porém, a Escritura afirma que o coração de Uzias se exaltou e transgrediu este contra o Senhor, perdendo toda honra que o Eterno houvera concedido (2 Cr 26.16-23).

Na vida de Uzias observamos a prosperidade condicionada à obediência, temor e reverência a Deus (2 Cr 26). O rei era próspero enquanto permanecia fiel ao Senhor. Na vida de José, observamos justamente o contrário. Ele permaneceu fiel por toda a vida, mas esta fidelidade não se traduziu em bênçãos e sucesso material imediatos. Uzias começou bem e terminou mal. José começou odiado e como escravo e terminou como governador do Egito. O equilíbrio entre os dois exemplos é a fidelidade a Deus. Seja fiel a Deus em todas as circunstâncias!





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