terça-feira, 20 de maio de 2014

DEVE O CRISTÃO GUARDAR O SABADO?

                     

           

             DEVE O CRISTÃO GUARDAR O SABADO?



Tenho lido e ouvido, aqui e ali, que os dez mandamentos são atemporais e devem ser guardados por todas as igrejas cristãs. Quanto à observância do sábado, especificamente, alguns expoentes têm afirmado que ela foi substituída pela observância do domingo, após a ressurreição do Senhor Jesus.

Antes de discorrer sobre esse “domingo sabático”, é importante pontificar que o mandamento alusivo à guarda do sábado é exclusivo para os israelitas. Eles passaram a observá-lo depois da saída do Egito, em alusão ao descanso de Deus, logo após o acabamento da obra da Criação. Ao contrário do que muitos afirmam, o Senhor trabalhou no dia sétimo e, em seguida, descansou. Ele formou todas as coisas em seis dias e concluiu, acabou, a obra no dia sétimo (Gn 2.1-3).

De acordo com a Bíblia, há três grupos de povos no mundo: judeus, gentios e Igreja de Deus (1 Co 10.32). Nem todas as ordenanças que o Senhor estabeleceu para os israelitas são extensivas à Igreja. Alguns mandamentos foram dados exclusivamente a Israel. É o caso da guarda do sábado, contida no Decálogo (Êx 20.8). O povo liberto pelo Senhor da escravidão egípcia deveria repousar nos sábados de seus trabalhos, adorar a Deus, além de se lembrar de que foi tirado do Egito com mão forte (Dt 5.15). Os adventistas do sétimo dia guardam até hoje o sábado, como se fossem israelitas, e priorizam esse mandamento em relação aos outros — tanto que o nome da sua igreja é Adventista do Sétimo Dia, e não Adventista dos Dez Mandamentos. Eles acreditam que a guarda do sábado aplica-se a todas as pessoas, em todas as épocas, sob a alegação de que tal ordenança já era observada mesmo antes da sua confirmação, no Sinai (Êx 16.23). Asseveram, ainda, que foi Deus quem escreveu o Decálogo, com o seu próprio dedo, e não Moisés (Êx 31.18). 

Na verdade, todos os dez mandamentos, e não apenas um deles, vinham sendo observados pelos israelitas, antes de sua confirmação no monte Sinai, pois o Senhor já falava com o povo através de Moisés (Êx 3-19). Isso, entretanto, não torna os tais mandamentos atemporais e aplicáveis a todos os grupos de povos. O Tabernáculo e a forma de culto também foram dados por Deus a Moisés, no mesmo monte Sinai (Êx 21-31). E o Senhor asseverou: “Atenta, pois, que o faças conforme o modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40). Por que os templos adventistas não possuem átrio, lugar santo e lugar santíssimo, conforme o modelo que o Senhor deu a Moisés, no monte Sinai? E as leis dos sacrifícios, por que não são observadas? E as vestes sacerdotais? E as festas? 

Alguém argumentará: “Somente o sábado é atemporal porque era observado antes da existência de Israel”. Ora, Abraão também oferecia sacrifícios antes de Israel existir (cf. Gn 15). Por que os cristãos não oferecem animais a Deus, nos dias de hoje? Cristo Jesus, o nosso modelo (1 Jo 2.16; 1 Co 11.1), procurava não violar o sábado (Lc 4.16). Mas Ele não estava preso à lei mosaica (Mc 3.1-4). Afinal, “a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17). E Ele, que é o Senhor do sábado, afirmou que este foi feito por causa do homem (Mc 2.26-28), estimulando-nos a termos domínio sobre o sábado. Nesse período da graça, não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas. A Igreja não está debaixo da lei mosaica (Rm 6.14; Lc 16.16; Gl 4.1ss). 

A Palavra de Deus afirma: “ninguém vos julgue [...] por causa dos [...] sábados, que são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17). Isso não significa, evidentemente, que devemos desobedecer aos outros mandamentos. Dos dez mandamentos mencionados em Êxodo 20, nove foram repetidos no Novo Testamento, sendo extensivos à Igreja de Deus. Entretanto, não há nenhuma menção à necessidade de observar a guarda do sábado. A Igreja adotou, desde o primeiro século, um dia no qual se dedica a Deus e à sua obra: o domingo, dia da ressurreição do Senhor. Mas não vemos em nenhum lugar do Novo Testamento um mandamento similar ao que foi dirigido aos israelitas. Nós não precisamos guardar o domingo! À semelhança da igreja do primeiro século, nós temos a tradição de nos reunirmos no domingo (At 20.7; Mc 16.2,9; 1 Co 16.2; Ap 1.10). Quem guarda o sábado ou o domingo em lugar do sábado, como se isso fosse um mandamento de Deus, está abraçando o legalismo. 

Para os israelitas, não guardar o sábado significava quebrar a aliança mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15). Para nós, não cultuar a Deus no domingo — considerado “o dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota quebra de pacto com o Senhor. No máximo, revela negligência, no caso do crente que deixa de ir ao culto por qualquer motivo (Ef 5.14-16). Há expoentes dizendo: “A guarda do sábado é um mandamento eterno, válido para todos os povos em todas as épocas. Por isso, as igrejas cristãs devem guardar o domingo, pois, desde o primeiro século, esse dia passou a substituir o sábado israelita”. É evidente que precisamos de pelo menos um dia semanal para descanso, a fim de cuidar do “templo do Espírito Santo” (1 Co 3.16,17; 6.19,20). E esse dia, para a maioria dos cristãos, é o domingo, no qual também adoramos a Deus, estudamos a sua Palavra, evangelizamos, etc. Mas o domingo nunca teve para as igrejas cristãs o mesmo peso que o sábado tinha para os israelitas. 

O cristianismo não é cerimonialista, ritualista ou legalista. Mas há também o crente domingueiro, que se ausenta — não por necessidade, e sim por negligência — de reuniões semanais importantíssimas, como o tradicional culto de ensino da Palavra de Deus. É o crente legalista, que só vai ao templo aos domingos, como se fosse uma obrigação. Ele acaba perdendo a melhor parte. Conheço igrejas, especialmente no Nordeste, em que o culto de doutrina, realizado no meio da semana, é o mais frequentado, pois o povo gosta do ensino. Em Romanos 15.4 está escrito: “tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito”. Isso significa que, embora o mandamento da guarda do sábado tenha sido transmitido exclusivamente aos israelitas tirados do Egito, nós podemos também, à semelhança deles, dedicarmos pelo menos um dia para servir ao Senhor. E temos como tradição, e não por força de mandamento, nos reunirmos aos domingos. 

Finalmente, o sábado para Israel implicava cessação completa de atividades. Nenhum trabalho podia ser realizado (Êx 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1). Até o comércio estava proibido (Am 8.5). Se tivéssemos de guardar o domingo como substitutivo do sábado israelita, visto que se trata de um mandamento eterno, não teríamos de fazer o mesmo? Que fechem as livrarias e as cantinas dos templos, aos domingos! 


FONTE CPAD NEWS

 

  

 

                 DOMINGO - O DIA QUE O SENHOR FEZ!


Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”
(Sl 118.24)

Por Edmar Cunha de Barcellos

“Domingo, no Novo Testamento, é chamado de ‘O dia do Senhor’. Em latim, dominica die, de onde deriva seu nome nas línguas neolatinas, por exemplo: no espanhol, ‘domingo’; no italiano, ‘domenica’; e no francês, ‘dimanche’, faladas por cerca de 400 milhões de pessoas”.

Domingo é um vocábulo exclusivo do cristianismo. Essa palavra, bem como as suas análogas, não existia em nenhuma língua do mundo até o final do século 1o, quando o apóstolo João criou a expressão grega: Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), vertida para o latim como: dominica die.

Antigos documentos da Igreja primitiva, transcritos para o russo, relatam que João, encarcerado na ilha de Patmos, chorava muito ao chegar o primeiro dia da semana, ao lembra-se das uniões para a Ceia do Senhor, celebrada sempre nesse dia: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão...” (At 20.7). E foi justamente em um “primeiro dia da semana” que Jesus, ressuscitado, lhe apareceu e lhe revelou os maravilhosos eventos do Apocalipse (Ap 1.10).

Certamente que todo o livro não foi elaborado naquele mesmo dia. Mas o fato indiscutível é que Jesus apareceu a João exatamente no “primeiro dia da semana”. Isso explica porque a Ucrânia e a Rússia trocaram os nomes do primeiro dia da semana, que entre os pagãos era chamado “dia do sol”, por uma expressão tão ou mais significativa do que aquela adotada nos países de línguas neolatinas.

Lemos na Bíblia ucraniana João afirmando que foi arrebatado no “dia da ressurreição” (Dien voscrecii). De igual modo, na Bíblia russa também lemos: “Eu fui arrebatado em espírito, no dia da ressurreição”. Aliás, na língua russa, todos os dias da semana ficaram subordinados ao dia da ressurreição! Por exemplo: segunda-feira, em russo, é pondielnik (“o dia após a ressurreição”); terça-feira, voftornik (“o segundo dia após a ressurreição”); quarta-feira, sreda (“terceiro dia após a ressurreição”), e assim por diante.

Vale realçar que o apóstolo João, ao frisar o dia da semana em que Jesus lhe apareceu, criou uma nova expressão na língua grega: Kuriakh hmera (kyriake hemera). Expressão esta que deu origem à palavra “domingo”, conforme explanaremos a seguir. Mas antes de continuarmos, para melhor compreensão dos nossos argumentos, recorreremos à etimologia, que nos revelará a origem das palavras, o seu desenvolvimento histórico e as possíveis mudanças de seu significado.

Vejamos alguns exemplos de como as palavras evoluem:

•A palavra “efeméride” provém de dois termos gregos: epi (“sobre”) e ‛he hemera, que significa “dia”, de onde veio também o adjetivo efêmero, ou seja, “o que é breve, transitório, passageiro”.

•A palavra “castigar” provém do latim: castus (“irrepreensível”, “puro”, “fiel”) + agere (“fazer”). Temos um emprego bíblico neste sentido quando o escritor aos hebreus declara que Deus “castiga a quem ama” com a finalidade de nos tornar puros e fiéis a Ele (Hb 12.6).

•As palavras “mouco” (ou surdo) e “domingo” possuem também sua origem num texto de João. Vejamos: “Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco” (Jo 18.10). Malcus, do latim, deu origem à palavra “mouco”, em português, significando aquele que não ouve, ou que ouve pouco ou mal; surdo.

Analisemos, agora, Apocalipse 1.10 à luz do original grego, da etimologia, da hermenêutica bíblica, da história e dos escritos patrísticos.

Eis o que os mais abalizados biblicistas afirmam sobre a expressão joanina: kyriake hemera:

“Temos aqui a palavra kyriakos, em um sentido adjetivado, isto é, “pertencente ao Senhor”. Originalmente, esta palavra era usada com o sentido imperial, como algo que pertencia ao César romano. ‘Os crentes primitivos [...] aplicaram-na ao domingo, o primeiro dia da semana’. Esse é o uso que se encontra em Didaché 14 e Inácio, Magn. 9, que foram escritos não muito depois do Apocalipse”.

“‘O dia do Senhor’, em Apocalipse 1.10, é tido pela maioria dos autores como o domingo”.

“O primeiro dia da semana é, sem dúvida. ‘o dia do Senhor’, referido em Apocalipse 1.10”.

“A frase: ‘O dia do Senhor’, Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), ocorre uma só vez, e isto se dá no último livro. Apocalipse 1.10 [...] expressava a convicção de que o domingo era o dia da ressurreição, quando Cristo Jesus conquistou a morte e se tornou Senhor de todos” (Ef 1.20-22; grifo do articulista).

Nem mesmo no texto grego da Septuaginta encontramos a expressão Kuriakh‛mera, criada pelo apóstolo João para aludir ao dia da ressurreição! A expressão hebraica “dia do Senhor” sempre foi vertida para o grego como ‛ (hemera tou kyriou). Mas o que João escreveu foi: Kuriakh ‛mera. Por que João teria usado uma expressão jamais encontrada em qualquer outro escrito, sagrado ou profano? Cremos que pelas seguintes razões:

1) Para indicar algo também inédito na história da humanidade: a ressurreição de Cristo.

2) Para deixar bem claro que se referia ao dia da ressurreição, o domingo, e não aos eventos escatológicos da segunda vinda de Cristo, a parusia, que também é chamada “dia do Senhor”, como nestes versículos:

a) “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor” (At 2.20).

b) “... Seja entregue para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (1Co 5.5).

c) “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1Ts 5.2).

d) “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (2Pe 3.10).

Há uma significativa diferença entre a expressão “dia do Senhor”, alusiva à segunda vinda de Cristo, e a expressão que encontramos escrita em Apocalipse 1.10, “dia do Senhor”, referindo-se ao dia da ressurreição.

Kyriakos é uma forma adjetivada da palavra KurioV (Kýrios – Senhor) e significa literal e exatamente: “que diz respeito ao Senhor”; “concernente ao Senhor”; “pertencente ao Senhor”; “senhorial”, ou “dominical”, e não “do Senhor”, como lemos em algumas das nossas traduções.

A tradução literal de Apocalipse 1.10 seria: “Eu fui arrebatado pelo espírito no dia senhorial”. Mas este adjetivo, “senhorial”, derivado do termo “senhor”, raramente é usado. O seu sinônimo é “dominical”, porque o português é uma língua neolatina. “Senhor”, em latim, é Dominus. Assim, quando dizemos Dom Pedro II ou Dom Evaristo Arns, estamos abreviando a palavra Dominus, para dizer: Senhor Pedro II, Senhor Evaristo Arns. O mesmo processo etimológico acontece com o adjetivo “popular”. Quando algo pertence ao povo, não dizemos “povoal”, mas “popular”, porque, em latim, populus, significa “povo”.

Acertadamente, Jerônimo verteu Kuriakh ‛mera (kyriake hemera) para a Vulgata Latina como Dominica die (“dia dominical”, “domingo”) e não como dia domini (“dia do Senhor”). Veja:

“Fui in spiritu in dominica die et audivi post me vocem magnam tamquam tubae”(Ap 2.10).

Daí, a clássica versão de Antônio Pereira de Figueiredo traduzir: “Eu fui arrebatado em espírito hum dia de domingo, e ouvi por detrás de mim huma grande voz, como de trombeta” (1819).

Resgatando verdades históricas

Documentos escritos nos três primeiros séculos, muito antes de Constantino existir (280-337), adotaram e conservam, todos eles, a mesma expressão concebida pelo apóstolo João para referir-se ao glorioso dia da ressurreição de Jesus Cristo.

Século 1º: O ensino dos apóstolos

Possivelmente, contemporâneo do Apocalipse: “E no dia do Senhor Kyriake hemera, congregai-vos para partir o pão e dai graças”.

Século 2º : Escritos de Melito de Sardes

Nestes escritos, há um tratado sobre a adoração no domingo, intitulado: peri kyriakes (acerca do dia dominical), “dia do Senhor”, isto é, “domingo”.

Ano 115: Epístola de Inácio aos magnesianos

“Porque se no dia de hoje vivermos segundo a maneira do judaísmo, confessamos que não temos recebido a graça [...] Assim pois, os que haviam andado em práticas antigas alcançaram uma nova esperança, já sem observar os sábados, porém modelando suas vidas segundo o ‘dia do Senhor’ (Kyriaken zontes)”.

Ano 130: O “evangelho de Pedro”

É um documento histórico comprovadamente escrito no princípio do século 2o, e também se refere ao dia da ressurreição usando o mesmo adjetivo kyriakes, que, na edição de Jorge Luís Borges, é traduzido corretamente por “domingo”.

Ano 132, ou antes: Epístola de Barnabé

“Portanto, também nós guardamos o oitavo dia ( Kyriake hemera, ‘domingo’) para nos alegrarmos em que também Jesus se levantou dentre os mortos e, havendo sido manifestado, ascendeu aos céus”.

150—168: Justino Mártir, Eusébio, Clemente de Alexandria

Escritores dos séculos 2º e 3º, todos eles também adotaram o Kyriake hemera criado por João para o “dia da ressurreição”, vertido para o latim como Domínica die (“dia dominical”) e passado para o português como “domingo”!

A singularidade do nome domingo

“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana...” (Mc 16.9).

Alguns alegam que a palavra “domingo” não consta na Bíblia. É verdade. Não encontramos nos textos originais a palavra portuguesa “domingo”, como também não encontramos as palavras: Deus, casa, livro, amor ou sábado, mas, sim, as suas correspondentes nas línguas hebraica, aramaica ou grega.

Domingo é a tradução literal da expressão criada pelo apóstolo João: Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), vertida para o latim como Domínica die e corretamente traduzida em todas as versões da Vulgata para as línguas neolatinas como dominu lui, domingo, mingo, domenica, dimanche, e outros nomes semelhantes no galego, no provençal, no franco-provençal, no romeno, no reto-romano, no sardo e no dalmático, faladas por mais de 400.000 000 de pessoas!

As seguintes traduções: de Antônio Pereira de Figueiredo, do Centro Bíblico Católico, dos Monges de Maredsous, de João José Pedreira de Castro, do dr. José Basílio Pereira, do Mons. Vicente Zioni e Matos Soares, bem como qualquer outra versão do Novo Testamento para o português ou para o espanhol, feita da Vulgata Latina, trazem em Apocalipse 1.10 a palavra “domingo”.

Domingo não é um nome importado do paganismo, como saturday (“dia de Saturno”), nem do judaísmo, como shabath (“descanso”).

Domingo não é dia comemorativo da criação do mundo nem da libertação do povo de Israel, tampouco dia de descanso, pasmaceira, televisão, futebol, pescarias, clubes ou jogatina.

Domingo é dia de oração, de adoração, dia de cultuarmos a Deus, dia de atividade espiritual, como evangelismo, visita aos necessitados, aos encarcerados ou enfermos!

Domingo é o nome de um dia exclusivo do cristianismo, criado por João para caracterizar e distinguir o dia da vitória de Jesus sobre a morte, consumando a libertação de toda a humanidade.

Domingo é o dia aclamado por Davi, em sua jubilosa profecia sobre o dia da ressurreição: “Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão. Louvar-te-ei, pois me escutaste, e te fizeste a minha salvação. A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina. Da parte do SENHOR se fez isto; maravilhoso é aos nossos olhos. Este é o dia que fez o SENHOR; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele” (Sl 118.20-24).

Observemos a exatidão do cumprimento de cada sentença, de cada afirmação, de cada palavra desta impressionante profecia escrita por volta de mil anos antes de Jesus nascer.

Esta é a porta

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9).

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).

“Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18).

A pedra

“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11).

Os edificadores rejeitaram

“Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.42,43).

Da parte do Senhor se fez isto

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro” (At 5.30).

Maravilhoso é aos nossos olhos

“Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (At 2.24).

Este é o dia que fez o SENHOR

“E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” (Mt 28.1).

“E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol” (Mt 16.2).

“E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas” (Lc 24.1).

“E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro” (Jo 20.1).

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco” (Jo 20.19).

“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até a meia-noite” (At 20.7).

“No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar (1Co 16.2).

Regozijemo-nos, e alegremo-nos nele

“Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará” (Jo 16.22).

“Regozijai-vos sempre” (1Ts 5.16).

“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” (Fp 4.4).

Notas:

Enciclopédia Encarta 99. 1993-1998 Microsoft Corporation, sobre o verbete: domingo.
Patrísticos. Escritos dos proeminentes líderes cristãos dos primeiros séculos, também chamados “pais da Igreja”.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora e distribuidora Candeia, 1991, vol. 2, p. 213.
HENRY Mattthew. Comentário Bíblico. Editorial Clie (Barcelona),1999, p.1924-c
PETTINGILL William D.D. Bible Questions Answered, p.177. “The first day of the week is doubtless ‘the Lord’s day’ refereed to in Ap 1.10”. Zondervan Publishing House, Ninth Printing, Michigan, 1974.
ELWELL A. Walter. Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã. Soc. Religiosa Edições Vida Nova, 1988.
Septuaginta, Versão dos LXX, ou Alexandrina, é uma tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego feita em Alexandria, a mando de Ptolomeu II (Filadelfo) (284-247 a.C.). Alguns livros não pertencentes ao cânon judaico foram incluídos nessa versão: (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I e II Macabeus, e acréscimos aos livros de Ester e Daniel). Jerônimo verteu para a Vulgata Latina, explicando que tais livros não pertenciam às Escrituras Sagradas judaicas. Mas o Concílio de Trento, em 1548, os anexou ao Antigo Testamento, classificando-os como “Deuterocanônicos”. Para os judeus, e para os evangélicos, porém, continuam sendo “apócrifos”, úteis apenas como subsídios ao estudo da história e da cultura judaica, mas sem a autoridade dos livros canônicos, inspirados por Deus.
IUXTA VULGATAM VERSIONEM Robertus Weber, Editio Altera Emendata, Stuttgart,1975.
Primeira edição completa da Bíblia Católica. Lisboa, MDCCC XVIIII. Na Officina da Acad. R. das Sciencias com licença da Meza do Desembargo do paço e privilégio.
(Didaché Ton Apostollon). O Ensino dos Apóstolos, XIV. Libros Clie. Barcelona, Espanha.
R.N.Chaplin & J.M. Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 1991, vol. 2, p.213.
IGNÁCIO. (Pros tous magnesiai). Aos magnesianos IX.
Evangelios Apócrifos. Vol. 1, p.323-5. Hyspamérica ediciones S.A.Santiago, 12. 28013 Madrid, 1985.
Epístola de Barnabé, 15. LIGHTFOOT, J. B. Los Padres Apostólicos, p. 299-301- Libros Clie. Barcelona, Espanha.
R.N.Chaplin & J.M. Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 1991, vol. 2, p. 214.

  

   NINGUÉM VOS JULGUE PELOS SÁBADOS!



Mandaram-me, pelo correio, um livrete com o título “Qual o verdadeiro dia de repouso?”. De autoria de Williams Costa Jr. e Alejandro Bullón, ambos pastores adventistas, a obra é distribuída pelo curso “Está Escrito”, da referida seita. O texto é composto de perguntas e respostas. 

Acredito que esse material me foi enviado por alguém que conhece a minha posição com relação aos ensinos adventistas sobre a guarda do sábado, posição essa exposta ao longo dos anos aqui mesmo em Defesa da Fé, e também em programas de rádios e seminários, entre outros eventos. Tanto é assim que fui até mesmo citado pelos autores no livrete, o que me motivou ainda mais a me pronunciar. Aproveito a oportunidade também para responder, de uma só vez, às cartas e aos telefonemas, que não são poucos, que chegam, por parte dos adventistas, ao ICP. Dessa forma, eles me criticam e instigam a replicar seus argumentos sabatistas ardilosos e polêmicos. Alguns desses argumentos são, de certa forma, infantis, como se vê na página 12 do livro em referência. Vejamos:

– Wiams, você fala inglês, como se diz domingo em inglês? – pergunta Bullón.

– Sunday – responde Costa Júnior.

– E o que quer dizer Sunday? – Bullón novamente.

– O dia do sol. E não é somente em inglês, em alemão também. Eu não falo alemão, mas em algumas línguas o domingo significa o dia do sol – finaliza Costa.

Qualquer criança que estuda inglês sabe que a palavra para sábado nessa língua é saturday. Se perguntarmos a essa mesma criança qual o significado do termo saturday ela responderá “o dia de Saturno”. Quem era Saturno? Um deus pagão, do qual vem o vocábulo saturnais, que indica uma festa realizada com licenciosidade e baixeza moral.

Mas o adventista dá valor apenas ao argumento sobre a palavra sunday, mesmo sabendo que todos os dias da semana eram conhecidos por nomes de deuses ou planetas: o Sol (domingo), a Lua (segunda-feira), Marte (terça-feira), Mercúrio (quarta-feira), Júpiter (quinta-feira), Vênus (sexta-feira) e Saturno (sábado).

Para um líder espiritual de uma igreja que se vangloria por conhecer profundamente a Bíblia (o que não é verdade, pois os adventistas baseiam seus ensinos nas visões e revelações de Ellen Gould White), esse argumento infantil tem validade.

Embora os adventistas queiram ser reconhecidos como evangélicos, na verdade são sabatólatras. São sucessores dos fariseus dos dias de Jesus, que levaram o Mestre à morte por causa de duas acusações. A primeira delas era porque o Salvador não guardava o sábado. A segunda, porque Jesus se declarava Filho de Deus, com natureza igual à de Deus. Isso era caso gravíssimo para os judeus. Imperdoável mesmo! Por isso, pois, os judeus “Ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”(Jo 5.17-18).

Através de um exame, ainda que superficial, do livro “Qual o verdadeiro dia de repouso?”, percebe-se facilmente que faltou seriedade intelectual aos seus autores. Não é possível que alguém se proponha a defender o sábado como sendo o verdadeiro dia de repouso e, propositadamente, ao citar as Escrituras como prova da sua validade, omita a palavra sábado (no plural, sábados) de Colossenses 2.16. Pois é justamente dessa forma que o senhor Bullón age. Vejamos o diálogo entre ele e o pastor Costa Júnior:

Pastor COSTA JÚNIOR – (referindo-se aos crentes que costumam dizer)... “eu sou cristão, sou seguidor de Jesus e guardo o domingo. E uma das razões pelas quais eu guardo o domingo é porque Jesus foi perfeito. Ele cumpriu a Lei e Ele pregou a Lei na cruz. Pastor Bullón, há necessidade de continuar guardando a Lei, apesar de Jesus ter feito seu sacrifício na cruz?”

Pastor BULLÓN – “Muitos cristãos acham que depois da morte de Cristo já não se deve guardar mais o sábado porque Cristo cravou na cruz os mandamentos de Deus. Em primeiro lugar, não há base bíblica dizendo que Jesus cravou os mandamentos de Deus. Jesus cravou na cruz todas as festas do povo de Israel, que apontavam para a sua vinda, como o sacrifício do cordeiro e a circuncisão. Muitas das festas, cerimônias e leis cerimoniais do povo de Israel tinham como objetivo anunciar que Jesus viria para morrer na cruz do Calvário pelos nossos pecados. Agora, uma vez que Jesus veio, para que sair sacrificando cordeirinhos se o Cordeiro de Deus já fora sacrificado? A circuncisão, as festas, as luas novas, as festas religiosas de Israel, tudo isto chegou ao fim porque, isto sim, Jesus cravou na cruz do Calvário” (p. 4).

Todos sabemos que a honestidade é fundamental quando se trata de refutar doutrinas bíblicas. Pergunto: por que foi omitida propositadamente a palavra “sábados” de Colossenses 2.16? Vimos que os autores falaram das festas, das luas novas, mas omitiram a palavra “sábados”. Por que fizeram isso?

Vejamos o que de fato foi cravado na cruz (o que é reconhecido pelos próprios adventistas): “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17). Como podemos ver, à luz da Palavra de Deus, não foram apenas os dias de festas, as luas novas cravados na cruz, mas também os sábados. E devemos saber que esses sábados não são os sábados anuais, porque os chamados sábados anuais ou cerimoniais são identificados no texto em pauta pela expressão dias de festas.

Razões que indicam que os sábados de Cl 2.16 são semanais

Diante da clareza de Cl 2.16-17, os adventistas do sétimo dia costumam refutar essa posição alegando que a palavra sábados não se refere ao sábado semanal, mas aos cerimoniais ou anuais, conforme mencionados em Lv 23.1-39.

Essa afirmação, no entanto, não é correta, e por três razões:

A - Os sábados anuais ou cerimoniais eram chamados de festas, e eles já estão incluídos na frase dias de festa, em Cl 2.16. Esses dias de festa ou sábados anuais eram designados como tais. A saber:

1 Festa da Páscoa - Lv 23.5,7;
2 Festa dos Asmos - Lv 23.8;
3 Festa de Pentecostes - Lv 23.15-16;
4 Festa das Trombetas - Lv 23.23-25;
5 Festa da Expiação - Lv 23.26,32;
6 Festa dos Tabernáculos - 1º dia de festa;
7 Festa dos Tabernáculos - último dia de festa - Lv 23.34,36.

Em Levíticos 23.37, lemos: “Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações...”. Na seqüência do texto, mas precisamente no v. 38, os sábados são, propositadamente, excluídos. Vejamos: “Estas ofertas são além dos sábados do Senhor, além dos vossos dons, além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao Senhor”.

Assim, os chamados sábados anuais estão incluídos nos dias de festas, o que mostra, distintamente, que os sábados semanais, conforme indicados por Paulo em Cl 2.16, não constam dessa relação: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.

B - A fórmula dias de festa, luas novas e sábados serve para indicar os dias sagrados anuais, mensais e semanais:

1º Exemplo:

– Em Números 28 encontramos os holocaustos para os sábados (semanais), para as luas novas (mensais) e para os dias de festa (anuais) nos seguintes versículos: “... no dia de sábado dois cordeiros de um ano, sem mancha... Holocausto é do sábado em cada semana...” (vv. 9,10). “E as suas libações serão a metade dum him de vinho para um bezerro... este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano” (v. 14). “Porém no mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor; e aos quinze dias do mesmo mês haverá festa; sete dias se comerão pães asmos” (vv. 16,17).

2º Exemplo:

– Em 1 Crônicas 23.31, lemos: “E para cada oferecimento dos holocautos do Senhos, nos sábados, nas luas novas e nas solenidades por conta, segundo o seu costume, continuamente”. O significado de cada período: “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas solenidades” (cada ano).

3º Exemplo:

– Em 2 Crônicas 2.4 está escrito: “Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas novas e nas festividades do Senhor nosso Deus...”. O significado de cada período: “da manhã e da tarde” (cada dia), “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas festividades” (cada ano).

4º Exemplo:

– Em 2 Crônicas 8.13, registra-se: “E isto segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados e nas luas novas, e nas solenidades, três vezes no ano”. O significado dos períodos: “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas solenidades” (cada ano).

5º Exemplo:

– Em 2 Crônicas 31.3, lemos o seguinte: “Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sábados, e das luas novas, e das solenidades, como está escrito na lei do Senhor”. O significado dos períodos: “da manhã e da tarde” (cada dia), “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “das solenidades” (cada ano).

6º Exemplo:

– Em Ezequiel 45.17, lemos: “E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações nas festas e nas luas novas, e nos sábados, em todas as solenidades da casa de Israel”. Significado dos períodos: “nas festas” (cada ano), “nas luas novas” (cada mês) e “nos sábados” (cada semana).

7º Exemplo:

– Em Oséias 2.11 está escrito: “E farei cessar todo o seu gozo, a suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades. E, finalmente, temos Cl 2.16-17: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. O significado dos períodos desses dois textos é o mesmo dos anteriores.

C- As palavras sábado, sábados e dia de sábado (no singular ou no plural) ocorrem sessenta vezes no Novo Testamento. Mas os adventistas do sétimo dia reconhecem que apenas 59 dos casos se referem ao sábado semanal. Negam justamente o texto de Cl 2.16. Dizem eles: “Os termos sábado, sábados e dia de sábado ocorrem sessenta vezes no Novo Testamento e em cada caso, exceto um, refere-se ao sétimo dia. Colossenses 2.16,17 faz referência aos sábados anuais relacionados com as três festas anuais observadas por Israel antes do primeiro advento de Cristo” (Estudos bíblicos, p. 378, CPB). 

Se perguntarmos aos adventistas qual o sentido da palavra sábados em qualquer passagem do Novo Testamento em que ela aparece, a resposta será sempre a mesma: sábado semanal. A única exceção é Colossenses 2.16. Por quê? Porque teriam de reconhecer a procedência da nossa declaração de que, segundo essa referência bíblica, o sábado semanal deixou de ser uma obrigação para os cristãos.

Repetindo: se dermos à palavra sábados, em Cl 2.16, o sentido semanal teremos em favor da nossa interpretação 59 referências reconhecidas por eles. Mas, ao darem à palavra sábados, em Cl 2.16, o sentido de sábados anuais ou cerimoniais, eles não têm nenhuma referência que apoie sua interpretação. Por isso argumentam dessa forma. Caso contrário, teriam de reconhecer que o sábado foi abolido na cruz: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).

“Meus sábados e seus sábados”

Os adventistas do sétimo dia dizem que a expressão meus sábados indica a distinção entre os sábados semanais e os sábados cerimoniais. Mas isso não é bíblico. As duas expressões são utilizadas para indicar os mesmos sábados - os semanais. São de Deus - meus sábados - porque foram dados por Ele. E são dos judeus - seus sábados - porque foram dados para eles.

Vejamos a aplicação dos pronomes meus e seus na Bíblia:

A - O Templo - Is 56.7 comparado com Mt 23.38 (minha casa, vossa casa);

B - O mesmo Deus indicado por meu Deus e vosso Deus - Jo 20.17

C - Os mesmos sacrifícios e holocaustos são chamados de meus e vossos em Nm 28.2. Comparar com Dt 12.6.

Resposta às outras citações bíblicas

Pastor COSTA JÚNIOR – Pastor, qual é o fundamento bíblico, que nós temos, para o verdadeiro dia de guarda? Qual o verdadeiro dia de repouso?

Pastor BULLÓN – Teríamos de ir, para esta resposta, ao início da criação deste mundo. No capítulo 2 do livro de Gênesis, versículos de 1 a 3, diz assim: “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”.

Se o sábado semanal deve ser o dia de repouso, por que então Deus trabalhou nele? O texto é claro: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito”. Deus não terminou sua obra da criação no sexto dia e descansou no sétimo. Ele trabalhou no sétimo dia, e descansou no mesmo dia em que concluiu a obra da criação.

Ora, se se invoca o descanso de Deus para impingir-se a guarda desse dia como sendo o dia de repouso, como admitir que Deus trabalhou justamente nesse dia? E se Ele trabalhou para concluir a obra da criação, então não é pecado trabalhar nesse dia seguindo o exemplo de Deus! O senhor Bullón declara: “Você sabe que Deus não se cansa, nem se fadiga. Portanto, se Ele descansou no sábado não era porque estava cansado”. Seguindo esse raciocínio de Bullón, o registro bíblico merece correção, porque está declarando algo que não é verdade. 

Devemos ver uma coisa, se o senhor Bullón queria apenas indicar com isso que o sétimo dia deveria ser de descanso universal, surge então uma pergunta: “Todos os homens da terra têm o dia sétimo, ao mesmo tempo, como dia de repouso, inclusive o próprio Deus? Diz a Bíblia que o sábado deveria ser guardado a partir do pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado (Lv 23.32). Logo, os habitantes da terra teriam de guardar o mesmo período. Mas, quando são 6 horas da manhã de sábado aqui no Brasil, no Japão são 6 horas da tarde. E isto significa que, quando os guardadores do sábado aqui se levantam para guardá-lo, os seus irmãos japoneses o acabaram de guardar. E quando os brasileiros começarem a guardar o sábado, seus irmãos na Califórnia, USA, trabalharão ainda durante cinco horas antes de começarem a guardá-lo. Qual dos grupos de guardadores do sábado estarão realmente observando o período de tempo que Deus descansou ao concluir a obra da criação?

Os adventistas guardam realmente o sábado?

Dentro das exigências da lei estava a proibição de acender fogo no dia de sábado: “Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado” (Êx 35.3). Isso significa que é proibido acender qualquer tipo de fogo, seja um fósforo ou um fogão a gás. Implica também na proibição de andar de carro movido a combustão. Os judeus radicados no Brasil, notadamente os de São Paulo, onde se localiza a maioria deles, vão à sinagoga a pé no dia de sábado, e não de carro, respeitando as observâncias com relação a esse dia.

Caro leitor, pergunte ao primeiro adventista que lhe falar sobre a obrigatoriedade da guarda do sábado se ele acende fogo nesse dia? Observe como ele titubeia e não sabe como responder! Falta-lhe coragem para admitir que sim. Paulo declarou: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé” (Gl 3.10-11). Assim, os adventistas estão sob a maldição da própria lei que pretendem guardar. Pior, agem como os fariseus, que punham fardos pesados sobre os ombros do povo e eles mesmos não tocavam nem com a mão. Mas Jesus os denunciou: “Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los” (Mt 23.4). O mesmo disse Pedro: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo quem nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também” (At 15.10,11). E Paulo reitera a impossibilidade da guarda da lei, que não era completa apenas com os dez mandamentos.

O que abrangia o livro da lei? Nada menos do que 613 mandamentos, mas os adventistas resolveram criar apenas duas leis. Uma delas denominaram como Lei Moral, os dez mandamentos, e o restante como Lei de Moisés, cancelada na cruz. Fácil, não? Baseados em quê fizeram essa distinção de leis? Tem apoio bíblico? Onde aparecem na Bíblia expressões como Lei Moral e Lei Cerimonial? Por isso confessam: “Seria útil classificarmos as leis do Velho Testamento em várias categorias: 1. Lei moral; 2. Lei Cerimonial; 3. Lei Civil, 4. Estatutos e Juízos; 5. Leis de saúde. Esta classificação é, em parte, artificial” (Lições da Escola Sabatina, Lição n. 2, p. 18, de 8-1-1980).

Pastor BULLÓN – Então, como eu posso saber, pela Bíblia, que depois da morte de Cristo, os seus discípulos ainda continuaram guardando o sábado? Muito simples: em S. Lucas, capítulo 23, a partir do versículo 50, está relatado como José de Arimatéia foi reclamar o corpo de Cristo. Cristo já estava morto. Dentre as pessoas havia algumas mulheres. “Era o dia da preparação, e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamentos” (Lc 23.54-56). Ou seja, Jesus já havia morrido, e no sábado, o primeiro sábado após a morte de Cristo, as mulheres ainda continuaram guardando o mandamento do sábado.

Ora, se os próprios sabatistas reconhecem que o nosso argumento para a guarda do primeiro dia da semana, como dia do Senhor (Ap 1.10), é decorrente da ressurreição de Jesus, ocorrida no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3), e o texto de Lc 23.54-55 se refere ao descanso das mulheres no sábado antes da ressurreição, que valor tem o exemplo dessas piedosas mulheres judias para nós, cristãos?

Pastor BULLÓN – A Bíblia está cheia de referências de que Jesus guardou o sábado quando viveu nesta terra. E quem quer ser cristão, quer seguir a Jesus. Porque cristão é aquele que faz o que Jesus fez.

Jesus guardou o sábado porque era judeu e nasceu sob a lei (Gl 4.4), portanto obedeceu todas as leis do Antigo Concerto. Como exemplo de cidadão judeu, Ele foi circuncidado, ordenou a entrega de oferendas ao sacerdote pela purificação, guardou a festa da Páscoa, etc (Lc 2.21-24; 5.12-14; Mt 26.18,19). Mas, quando morreu, Ele inaugurou uma nova aliança e revogou a velha (Jo 19.30; Mt 27.51). “Mas, antes que a fé viesse estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo do aio” (Gl 3. 23-25).

Se o fato de Jesus ter guardado a Páscoa não prova que também devemos guardá-la, ou se o fato de Ele ter-se circuncidado não recomenda que também devemos nos circuncidar, do mesmo modo não devemos também guardar o sábado por que Ele o guardou.

A natureza dos mandamentos de Jesus

A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os adventistas associam a palavra ‘mandamentos’ no Novo Testamento aos dez mandamentos. Mas esse modo de pensar não é correto. Jesus foi bem específico quando falou de seus mandamentos.

Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:

- “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo 13.34);

- “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” ( Jo 15.12);

- “O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo seu mandamento” (1Jo 3.23);

- “E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1Jo 4.21);

- “E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros” (2Jo 5).

O leitor pode perceber que em nenhum dos textos acima se fala na guarda do sábado.

O Novo Testamento não repete os dez mandamentos

Não há dúvida de que o Novo Testamento cita mandamentos do Velho Testamento. Fala de toda a Lei de Moisés, mas não repete o quarto mandamento em nenhum lugar. Façamos uma comparação dos dez mandamentos dentro do Novo Testamento:

VELHO TESTAMENTO

1º mandamento - Êx 20.2,3
2º mandamento - Êx 20.4-6
3º mandamento - Êx 20.7
4º mandamento - Êx 20.8-11
5º mandamento - Êx 20.12
6º mandamento - Êx 20.13
7º mandamento - Êx 20.14
8º mandamento - Êx 20.15
9º mandamento - Êx 20.16
10º mandamento - Êx 20.17

NOVO TESTAMENTO

1º At 14.15
2º 1Jo 5.21
3º Tg 5.12
4º Não existe
5º Ef 6.1-3
6º Rm 13.9
7º 1Co 6.9,10
8º Ef 4.28
9º Cl 3.9
10º Ef 5.3

Pastor BULLÓN – Mesmo São Paulo, que não foi discípulo de Jesus, pois São Paulo se converteu depois, ou seja, já se havia passado anos e São Paulo disse que quando chegou a Corinto foi, aos sábados, à sinagoga: “E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos... O texto bíblico diz: “Todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos”. (A citação correta é Atos 18.4, e não Lucas 18.4, como indicado no livrete). E os gregos não guardavam o sábado, portanto Paulo não ia por causa dos judeus, ele ia porque reconhecia que o sábado era o dia do Senhor.

O sábado era o dia quando pessoas se juntavam na sinagoga para adoração dentro do culto judaico. A maioria dos participantes era judeu. Os gregos compareciam em menor número. Paulo aproveitou essas oportunidades para ensinar que Jesus era o Cristo prometido nas Escrituras do Velho Testamento, procurando ganhar aquelas pessoas para Jesus Cristo. E fez de tudo para conseguir seu objetivo: “Fiz-me como judeu para com os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (Não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele” (1Co 9.19-23).

Foi dessa forma que circuncidou Timóteo (At 16.3) e declarou que a circuncisão nada vale (Gl 5.2; 6.15); observou o Pentecostes (At 20.16); tosquiou a cabeça (At 18.18); e fez ofertas segundo a lei (At 21.20-26). Sua explicação para a observância de todas essas práticas judaicas está no desejo que tinha de ganhar os judeus e os gregos para Cristo. Será que os adventistas circuncidam pessoas como Paulo o fazia? Observam o Pentecostes? Tosquiam suas cabeças? Fazem ofertas segundo a lei? Que parcialidade dos adventistas: só se lembram do sábado! É muito sectarismo da parte deles!

Outra declaração absurda é a que diz que Paulo “não ia por causa dos judeus, ele ia porque reconhecia que o sábado era o dia do Senhor”. Interessante! Paulo escreveu treze cartas, e se considerarmos Hebreus como sendo de sua autoria, teremos quatorze. Será que Paulo se esqueceu de dizer isso em suas epístolas: que o sábado era o dia do Senhor? Quanto à observância do sábado, Paulo declarou: “Guardais dias (sábados) e meses, (luas novas), e tempos, e anos (festas anuais). Receio de vós que não haja trabalho em vão para convosco” (Gl 4.10-11). A preocupação de Paulo era com o fato de os gálatas estarem se voltando para o judaísmo.

Pastor COSTA JÚNIOR – Existe um fundamento bíblico para nós guardarmos outro dia que não o sábado, seja qual for a razão?

Pastor BULLÓN –Existe aqui uma declaração, que eu vou ler, no livro de Hebreus, capítulo 4, versículos 4,5 e 9, que diz assim: “Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso... Portanto, resta um repouso para o povo de Deus”. Isto quer dizer que, para a Igreja de Deus dos nossos dias, continua um dia de repouso (p. 7).

É evidente que o repouso de que se trata aqui nada tem a ver com o repouso do sétimo dia indicado no quarto mandamento, senão o repouso de uma de fé em Deus. A idéia central do texto é:

A - Deus repousou depois de haver criado o mundo;

B - Os profetas falaram de antemão de um outro dia (Sl118.24), em vez do sétimo, para comemorar o repouso maior que se seguiria a uma obra maior do que a criação;

C - A este repouso maior, Josué nunca pode guiar o seu povo;

D - Jesus, havendo terminado sua obra de redenção na cruz (Jo 19.30), repousou Ele mesmo no primeiro dia da semana (Mc 16.9), como Deus havia repousado da sua;

E - Na cruz foi abolido o sábado (Os 2.11 comparado com Cl 2.14-17);

F - Portanto, em comemoração ao glorioso repouso que se seguiu a uma obra maior de redenção, resta guardar um descanso para o povo de Deus. Esse descanso encontramos em Jesus (Mt 11.28-30);

G - Foi necessário esse argumento para mostrar ao judeu, que se gloriava no seu sábado, que o cristão tem um descanso melhor e superior ao sábado (Ap 1.10, Sl 118.22-24).

Pastor BULLÓN – Porém, na História, descobrimos que houve um imperador romano, chamado Constantino, que no ano 331 DC definitivamente tornou-se cristão, mas com uma condição: “Ele disse: eu vou me tornar cristão, mas junto comigo, eu quero trazer muitas coisas nas quais acredito. E ele guardava o domingo e, oficialmente, a partir do ano 331 passou-se a guardar o domingo como dia santo. Mas, este é um legado que vem do paganismo, de Constantino (p. 10).

Se tal absurdo fosse escrito por um adventista leigo, não teríamos dificuldades em entender a sua falta de conhecimento histórico relativo ao imperador Constantino. Mas não dá para entender uma pessoa que se intitula escritor e líder de uma igreja que se vangloria de conhecer a Bíblia jogar, através de um curso bíblico, esse absurdo na mente do povo, mediante emissoras de rádio e TV, e ainda se dá ao luxo de publicá-la em livrete e espalhá-la por todo o Brasil. Essa é uma atitude suspeita e vergonhosa. Quando foi que o imperador Constantino condicionou sua adesão ao cristianismo à exigência de trazer para o “arraial cristão” aquilo que pertencia ao paganismo? Em que parte da história isso é mencionado? Se o paganismo já guardava o domingo - como afirma o pastor Bullón - por que então o decreto de Constantino em 331 DC feito nesse sentido?

Os adventistas raciocinam do mesmo modo que as testemunhas de Jeová fazem em relação à deidade absoluta de Jesus. As testemunhas de Jeová ensinam, em seus livros, que a Doutrina da Trindade foi firmada no Concílio de Nicéia, em 325 DC, presidido por Constantino. Se o senhor Bullón admite que a instituição do primeiro dia da semana como dia do Senhor em memória da ressurreição de Cristo é de origem pagã porque Constantino decretou esse dia de guarda ao se tornar cristão, os adventistas deveriam, na verdade, ser chamados de pagãos por adotarem a doutrina da Trindade em cujo Concílio foi instituída essa doutrina? Os adventistas concordam com as testemunhas de Jeová que nos acusam de paganismo por crermos na deidade de Jesus e na doutrina da Trindade?

A instituição do primeiro dia da semana como dia do senhor

No Salmo 118:22-24, lemos: “A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça de esquina. Da parte do Senhor se fez isto: maravilhoso é aos nossos olhos. Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele”. Essa passagem foi aplicada por Jesus a si mesmo em Mt 21.42: “Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos?”.

Não é algo difícil darmos a interpretação correta dessa referência bíblica. A pedra rejeitada é Jesus Cristo (At 4.11,12). Ele iniciou seu ministério reivindicando ser Filho de Deus, igual a Deus (Jo 10.30-33). E, ao ser acusado de quebrar o sábado (Jo 5.16-18), foi rejeitado e crucificado (Jo 19.1-7). Isto se deu numa sexta-feira (Mc 15.42-47). Mas a morte não pôde retê-lo e, ao terceiro dia, ressurgiu dentre os mortos. Esse fato aconteceu no primeiro dia da semana: “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios” (Mc 16.9). Outras referências são: Jo 20.1,19,20; Mt 28.18.

Diz a Bíblia sobre o dia da ressurreição de Jesus: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”. Ao levantar seu Filho dentre os mortos, fez Deus essa coisa maravilhosa. E essa “coisa maravilhosa” se deu no primeiro dia da semana.

A expressão ‘dia do senhor’ de Apocalipse 1.10

O significado da expressão ‘dia do Senhor’ de Ap 1.10 é encontrada em algumas traduções da Bíblia, como segue:

“Eu fui arrebatado em espírito num dia de domingo...” (Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo)

“Num domingo, caindo em êxtase, ouvi atrás de mim uma voz...” (Edições Paulinas)

“Um dia de domingo, fui arrebatado em espírito” (tradução de Mattos Soares)

“No dia do Senhor: no domingo” (anotação no rodapé da TLH)

Dizem os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Remanescente, no seu livro “Sonhos e visões de Jeanine Sautron”, pp. 384/85, que “Samuel Bacchiocchi (líder adventista) realiza seminários no ‘Dia do Senhor” referindo-se ao Domingo. Em seu livro FROM SABBATH TO SUNDAY (Do Sábado Para o Domingo) o ‘dia do Senhor’ é mencionado como sendo o domingo 51 vezes somente nas primeiras 160 páginas do livro.

Provas adicionais dos pais da igreja


“Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de confiança, não mais guardando o sábado, porém vivendo de acordo com o ‘dia do Senhor’”. (Inácio, 100 A D).

“No dia chamado domingo há uma reunião num certo lugar de todos os que habitam nas cidades ou nos campos, e as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas são lidos” (Justino Mártir 140 A D.).

“Nós guardamos o dia oitavo com alegria, no qual também ressurgiu dos mortos e tendo aparecido ascendeu ao céu” (Barnabé, 120 A D).

“Num dia, o primeiro da semana, nós nos reunimos” (Bardesanes, 180 A D.).

Como vemos pelos testemunhos dos pais da igreja primitiva e diferentemente do que afirma o pastor Bullón (p. 9), a igreja cristã não guardava o sábado, mas o dia glorioso da ressurreição de Jesus.

É como disse o próprio Bullón: Eu acredito que muitos cristãos sinceros acreditam que porque Jesus ressuscitou no domingo, eles têm de guardar o domingo. É uma maneira bonita de homenagear a ressurreição de Cristo, e eu também fico feliz porque Jesus ressuscitou num domingo, mas já pensou se Jesus tivesse morrido e nunca tivesse ressuscitado, o que seria da cristandade? (p. 8)

Exatamente isso, pastor Bullón! O que seria da cristandade se Jesus não tivesse ressuscitado? Paulo responde a essa pergunta dizendo simplesmente que não haveria cristianismo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a vossa fé,... E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15.14,17). Está aí a importância da ressurreição e devemos então ter presente que os dias são iguais entre si e existem dias mais importantes uns dos que outros, por causa dos fatos que eles registram. Para um cristão é mais importante o dia em que Deus terminou a criação do mundo ou o dia da ressurreição gloriosa de Jesus? A resposta só pode ser uma para um cristão genuíno: o dia da ressurreição de Jesus. Quanto a esse dia, diz o salmista: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”.

Pastor COSTA JÚNIOR – Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer uma coisa, que precisa ficar bem clara na nossa mente: ninguém guarda o sábado para salvar-se. Se você acha que tem de guardar o sábado para se salvar, você está perdido (p. 13)

Ou o pastor Costa está perdido ou a Sra. White. Ela declarou que a guarda do sábado é fundamental para a salvação. Textualmente ela escreveu: “Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos, vol. III, p. 22 - 2ª edição, 1956).

Um pastor que sai em público fazendo declarações sobre as crenças adventistas porventura ignora esse ensino de Ellen Gould White? Ou o conhece mas quis encobri-lo para dar a idéia que não é bem assim como os opositores declaram dos adventistas: que eles ensinam que a guarda do sábado é fundamental para a salvação? 

Mais uma pergunta: “como os benefícios da morte de Cristo, segundo EGW, no livro ‘O Grande Conflito’, podem ser aplicados a nós?”. Ela declara: “...Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o perdão aposto ao seu nome, nos livros do Céu; tornando-se eles participantes da justiça de Cristo, e verificando-se estar o seu caráter em harmonia com a lei de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna” (p. 487).

Logo, os crentes adventistas têm pecados perdoados, mas não cancelados. O cancelamento só se dará se o seu caráter estiver em harmonia com a lei de Deus, para que sejam dignos da vida eterna. Salvação por fé (Rm 5.1) ou salvação por obras? “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê naquele que o justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.4-5).

Porventura, isso significa que alguém deve ser julgado digno da vida eterna por estar vivendo em harmonia com a lei de Deus? Ainda EGW declara: “Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua conversão, que digam ou sintam que estão salvos. Isto é enganoso” (Parábolas de Jesus, p. 55


FONTE ICP

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