Leitura de Impacto: Criacionismo X Evolucionismo?
Há uns anos, na fila do bandejão da faculdade, conversava com
dois amigos, quando, de repente, fui abordado com a pergunta: “Como você, um
homem inteligente, acredita em todas as bobagens sobre a origem da vida
escritas na Bíblia?” Um deles, que fazia parte da teologia da libertação,
explicou que todas as histórias de Gênesis não aconteceram realmente. Eram
fábulas que expressavam princípios espirituais (sic). E eu afirmei
simplesmente que acreditava literalmente, mas fiquei sem nenhum argumento para
continuar a conversa. Porém, será que Deus quer que nossa fé seja tão simples
assim – creio porque creio?
Nas escolas aprendemos sobre a Teoria da Evolução das Espécies,
proposta por Charles Darwin, e sobre a Origem do Universo a partir de uma
grande explosão conhecida como o Big Bang. Entretanto, nenhuma das duas teorias
até hoje pode ser considerada científica, pois não existe a mínima
possibilidade de comprovação de suas suposições. Por que, então, devemos
considerá-las como um fato absoluto? É justamente por esse motivo que são
chamadas de “teoria” e não “Lei da Evolução” e “Lei da Origem da Vida”.
Uma outra idéia no campo da ciência que vem ganhando destaque é
a “Teoria do Planejamento Inteligente (ou Desenho Inteligente)”, que afirma que
a vida não poderia ter surgido por acaso, pois sua complexidade e perfeição
implicam que houve um Ser Inteligente e pré-existente que planejou todas as
coisas. Esta teoria não afirma quem é esse Ser (e não diz que esse Criador é o
Deus da Bíblia), pois assim deixaria de fazer parte da ciência e entraria no
campo da religião. Cientistas sérios (e a maioria deles são ateus, da Rússia e
da China) de vários países têm estudado sobre o tema e lançado por terra, a
partir de informações arqueológicas, da biologia, química, geologia e outras
ciências, tudo aquilo proposto pelos evolucionistas, que tivemos que
simplesmente engolir durante nossa vida acadêmica.
Este importante assunto veio novamente à tona quando a governadora
Rosinha Mateus, do Estado do Rio de Janeiro, declarou-se criacionista e exigiu
a “criação” como tema anual para as aulas de religião na rede pública. O fato
foi amplamente documentado pela imprensa nacional, em especial pela Revista
Época, edição 314, de 24 de maio de 2004.
“Um dos fatores que muito contribuiu para a ascensão
evolucionista foi a ignorância dos criacionistas da época (de Darwin) em assuntos
científicos. Muitos criacionistas, hoje, padecem do mesmo mal: eles não desejam
ver seus filhos engolidos pelo sistema, mas pouco fazem no sentido de estarem
preparados para esse desafio. E quem não ajunta, espalha: uma débil resistência
só tende a piorar a situação, fortalecendo ainda mais o avanço do evolucionismo”
(Prof. Christiano P. da Silva Neto – presidente da Associação Brasileira de
Pesquisa da Criação).
A Bíblia e os Criacionistas não são contra a ciência e nem
contestam os métodos científicos. São contra as teorias de Darwin e seu livro
“A Origem das Espécies”, que pode fascinar pelo estilo, mas que é mais
relacionado com Filosofia (devido às especulações, suposições e extrapolações)
do que com Ciência (pois parte de pressupostos impossíveis de demonstração).
Por isso “o sucesso de Darwin não está na força de sua argumentação científica,
mas no responder perfeitamente às exigências de seus compatriotas, então
cheios de si e desejosos de uma liberdade que os desvinculasse dos ditames
bíblicos” (Fernando de Angelis, escritor e professor de Ciências Naturais e
Geografia na Itália).
A versão apresentada pela
Ciência e ensinada nas escolas em todos os níveis, sobre a origem do Universo,
do planeta Terra e da vida sobre a Terra, entra em choque direto com a
narrativa da Bíblia, tal como está nos primeiros capítulos de Gênesis. Há duas
posições extremas nesse assunto: os que fazem uma interpretação literal do
texto bíblico e defendem que só o que a Bíblia afirma pode ser verdade. E os
que acham que tudo que a Bíblia diz está errado, já que a Ciência “provou”,
através da teoria da evolução, que os fatos ali registrados não ocorreram, e
que o surgimento da vida, do homem e dos animais se deveu a fatores físicos e
naturais.
No meio desses extremos, há os que buscam conciliar a ciência e as Escrituras, afirmando que a Bíblia diz O QUE ocorreu e a ciência explica COMO ocorreu. Assim, a teoria do big-bang, que explica o surgimento do Universo a partir de uma imensa explosão, mostraria como ocorreu a criação do mundo por Deus.
Na verdade, sobre essa “divinização” da ciência, caberia perguntar: os cientistas são mesmo pessoas objetivas, dedicadas à busca sincera da verdade, isentas das táticas enganosas de torcer conclusões, omitir evidências e fechar os olhos para fatos que poderiam desmentir suas teorias favoritas? As teorias científicas são necessariamente isentas de erro e inquestionáveis? Ou existe algo de falso permeando as mentes dos grandes pesquisadores e pensadores do passado e do presente?
O cientista brasileiro Adauto J. B. Lourenço, com mestrado em Física, na área de matéria condensada, pela Clemson University, na Carolina do Sul, EUA, e pesquisador da FAPESP, é membro da American Physics Society e da Sigma-Pi-Sigma Society of Physics. Há cinco anos, realiza seminários, palestras e cursos sobre Criacionismo, Desenho Inteligente, Ensino de Criacionismo nas Escolas Públicas, Clonagem e outros assuntos para universitários, igrejas, professores de ensino fundamental e secundário e outros. Eis sua opinião sobre a controvérsia, nesta entrevista exclusiva para Impacto.
No meio desses extremos, há os que buscam conciliar a ciência e as Escrituras, afirmando que a Bíblia diz O QUE ocorreu e a ciência explica COMO ocorreu. Assim, a teoria do big-bang, que explica o surgimento do Universo a partir de uma imensa explosão, mostraria como ocorreu a criação do mundo por Deus.
Na verdade, sobre essa “divinização” da ciência, caberia perguntar: os cientistas são mesmo pessoas objetivas, dedicadas à busca sincera da verdade, isentas das táticas enganosas de torcer conclusões, omitir evidências e fechar os olhos para fatos que poderiam desmentir suas teorias favoritas? As teorias científicas são necessariamente isentas de erro e inquestionáveis? Ou existe algo de falso permeando as mentes dos grandes pesquisadores e pensadores do passado e do presente?
O cientista brasileiro Adauto J. B. Lourenço, com mestrado em Física, na área de matéria condensada, pela Clemson University, na Carolina do Sul, EUA, e pesquisador da FAPESP, é membro da American Physics Society e da Sigma-Pi-Sigma Society of Physics. Há cinco anos, realiza seminários, palestras e cursos sobre Criacionismo, Desenho Inteligente, Ensino de Criacionismo nas Escolas Públicas, Clonagem e outros assuntos para universitários, igrejas, professores de ensino fundamental e secundário e outros. Eis sua opinião sobre a controvérsia, nesta entrevista exclusiva para Impacto.
Muitas pessoas acreditam
que Charles Darwin utilizou o método científico para apresentar a Teoria
Evolucionista e que, por essa razão, os cientistas, educadores e intelectuais
em geral não devem considerar a história da criação do homem conforme está na Bíblia.
Há mesmo uma base científica sólida para o evolucionismo?
Esta percepção errônea
precisa ser esclarecida. Darwin, embora fosse meticuloso no seu trabalho, não
utilizou um método científico para apresentar a Teoria da Evolução. O método
científico apóia-se na observação, isto é, procura duplicar os processos da
natureza através de experimentos que, uma vez demonstrados, podem ser repetidos
por qualquer pesquisador. É o oposto do método dogmático, em que uma crença
prevalece sempre, por definição. Em seu livro A Origem das Espécies, Darwin
desenvolveu uma hipótese com o intuito de fornecer uma explicação plausível
para a origem da biodiversidade do nosso planeta. E baseou essa hipótese em
sete postulados que não podem ser comprovados experimentalmente, não sendo,
portanto, comprováveis pelo método científico.
O Dr. Michael Denton,
biólogo molecular, afirma em seu livro Evolução, uma Teoria em Crise
(Evolution: A Theory in Crisis), que desde o lançamento da Teoria da Evolução,
em 1859, até hoje, não houve uma única descoberta empírica ou avanço científico
que validasse as duas premissas em que a mesma se fundamenta: (1) existe
uma seqüência contínua entre todas as formas de vida, da mais simples até a
mais complexa, que demonstra como tudo evoluiu a partir de um único ser vivo
primordial; e (2) a vida e toda sua diversidade resultaram de processos cegos e
aleatórios sem qualquer planejamento ou inteligência superior. Assim sendo, a
Teoria da Evolução é questionável justamente na sua base. Aceitá-la como provada
implica dizer que hipóteses sem evidências concretas podem ser consideradas
verdades indiscutíveis. Ensiná-la como a única alternativa é propor um dogma, o
que se opõe frontalmente ao caráter científico.
A teoria do Desenho
Inteligente, ou Design Inteligente (Intelligent Design, em inglês), também
conhecida como Criacionismo, apresenta-se como uma alternativa à Teoria da
Evolução. É uma teoria que merece ser considerada?
Essa teoria tem como
premissa básica que certas características do universo e dos seres vivos
encontram melhor explicação em uma causa inteligente do que em um processo
aleatório, como no caso da seleção natural. É defendida por muitos cientistas
renomados, mas vem sendo muito mal interpretada pela falta de conhecimento dos
que se opõem a ela. Muitos julgam que o Criacionismo é uma proposta religiosa
ingênua, que tenta dar uma resposta simplista a um problema complexo. Mas, ao
contrário, o Criacionismo tem uma proposta clara e explicitamente científica.
De acordo com Michael Denton, a inferência do planejamento (Teoria da Criação)
é uma indução a posteriori, baseada numa aplicação inexoravelmente consistente
da lógica e da analogia. Para ele, a conclusão pode ter implicações religiosas,
mas não depende de pressuposições religiosas. Essa última frase esclarece toda
a questão.
Na verdade, tanto
criacionistas quanto evolucionistas reconhecem a existência de um desenho
(design, ou planejamento) na natureza. Francis Crick, em seu livro What Mad
Pursuit, afirma que: “os biólogos devem constantemente ter em mente que o que
eles vêem não tem design intencional, mas evoluiu”. E Richard Dawkins, em O
Relojoeiro Cego, mostra que “a Biologia é o estudo de coisas complexas que dão
a impressão de ter um design intencional”. A questão não é se o design existe
ou não, mas se foi ou não intencional.
O que se pode concluir
dessa afirmativa?
Este é o ponto da
discussão científica. Aqui se encontra a fraqueza e a incoerência do
Evolucionismo contra a força e a coerência do Criacionismo.
A proposta de que todo o
universo, a vida e tudo o que existe são resultados da criação por uma
inteligência superior é tão evidente que o matemático e astrônomo inglês Dr.
Fred Hoyle, que juntamente com a Dra. Chandra Wickramasinghe, do Centro de
Astrobiologia do País de Gales, elaborou a teoria do steady-state do universo,
comentando sobre a teoria do Criacionismo, afirmou: “… tal teoria é tão óbvia
que ficamos imaginando por que não é largamente aceita como auto-evidente. As
razões são mais psicológicas do que científicas”
O Criacionismo, portanto,
é a ciência que estuda a origem do universo e da vida e, baseado na grande
quantidade de evidências, propõe que tudo foi criado. Como ciência, não está
interessado em estudar o Criador, mas somente a criação. A ciência criacionista
conta com muitos adeptos no mundo todo. Só nos Estados Unidos, mais de 300
pesquisadores com Ph.D. estão envolvidos com o Criacionismo. Sem dúvida, o
número é expressivo. É importante deixar claro que a grande maioria dos
criacionistas não é evangélica, não crê na Bíblia e não está afiliada a nenhum
grupo religioso.
Discute-se essa questão
nos meios científicos brasileiros?
Aqui no Brasil, temos
vários grupos envolvidos com o Criacionismo. Um deles é a Sociedade
Criacionista Brasileira, com sede em Brasília. Dr. Ruy Vieira, ex-professor da
USP e fundador da Academia de Ciências de São Paulo, é o atual presidente.
Também existem sociedades criacionistas em países como Austrália, Alemanha,
Espanha, Turquia, Itália, Canadá e Estados Unidos.
O que os criacionistas
conseguiram desenvolver até o presente?
Os criacionistas
trabalham e desenvolvem pesquisas em muitas áreas para confirmar o
posicionamento e a validade da Teoria da Criação. Podemos citar, entre outros,
os estudos sobre a datação dos fósseis com carbono-14 por meio da
espectrometria de aceleração de massa. Esses estudos comprovam uma terra jovem
e a realidade de um cataclismo mundial que deu origem aos fósseis. Também os
estudos do mtDNA (DNA mitocondrial) comprovam a origem da raça humana a partir
de uma única mulher. E os estudos dos três estágios de formação de supernovas
comprovam que a nossa galáxia não possui nem ao menos cem mil anos.
Hoje em dia fala-se muito
em Código Genético. Há estudos dos criacionistas nessa área também?
Há vários, e um dos mais
fascinantes é o que mostra, a partir de pesquisas com o DNA (ácido
desoxirribonucléico), como o código genético é uma das evidências mais
marcantes da necessidade de uma inteligência superior. Dentro da ciência da
informação, um dos teoremas principais afirma que: “um sistema de códigos é
sempre o resultado de um processo mental, isto é, requer uma origem inteligente
ou um inventor”. Outro teorema afirma que: “não existe nenhuma lei da natureza
e nenhuma seqüência de eventos conhecidos que possa fazer com que informação
possa originar-se por si mesma da matéria”.
O nosso material genético
está altamente codificado. A complexidade é tanta que mesmo após dez anos de
pesquisas, a ciência teve que reconhecer a sua humilde posição diante de
tamanha engenhosidade. Como explicar tal complexidade? O que se evidencia é que
sistemas deixados por conta própria tendem a perder complexidade utilizável, e
não a ganhá-la. Somente uma criação complexa, completa e diversificada poderia
explicar a enorme complexidade do código genético e as suas muitas diferenças
exemplificadas nas várias formas de vida.
Por falar em
complexidade, veja como o código do pequeno pássaro conhecido como East
Siberian golden plover (tarambola-dourada), apresenta um desafio imenso. Como
explicar o conhecimento desse pássaro, que migra do Alasca até o Havaí, voando
88 horas sobre o oceano Pacífico, numa formação em delta para economia de
“combustível” e refazendo os cálculos de orientação GPS (por não possuir
referências visuais para sua orientação), devido a ventos laterais? Como ele
sabe o quanto de gordura precisaria ter no seu corpo antes de começar a viagem
para ter “combustível” suficiente para chegar lá? Como poderia toda essa
complexa informação ter sido fruto apenas de processos cegos e aleatórios? Uma
crença em tais processos implicaria uma fé imensamente maior que a própria fé
que a Bíblia descreve!
Essa inteligência
superior é o Deus de que fala a Bíblia?
Não vejo por que não
associar essa Inteligência Superior com o Deus da Bíblia. Creio que a descrição
se encaixa muito bem. Quando menciono Deus, falo por mim e não pelos
criacionistas de forma geral. Cada um tem a sua fé. Até mesmo o ateu possui uma
fé, já que não pode provar empiricamente que Deus não existe. Sendo assim,
quando falo para grupos religiosos, procuro mostrar como o Criacionismo é
totalmente coerente com o relato bíblico.
Um exemplo é o próprio
dilúvio de Gênesis. Esse evento vem sendo estudado e esclarecido pelas
pesquisas da equipe do Dr. Walt Brown, e seus resultados podem ser conhecidos
pelo site: www.creationscience.com
Toda uma grande
quantidade de informação relevante e relacionada com o dilúvio foi trabalhada
cientificamente.
Levantaram-se questões
como: De onde veio toda a água? Para onde ela teria ido? Que aspectos resultaram
de um cataclismo mundial dessa ordem, formando fósseis, produzindo a deriva
continental, a crista (dorsal) oceânica, cadeias de montanhas, formações
rochosas, estratigrafia, etc.?
O senhor lê muitos livros
científicos. Lê também a Bíblia?
Além de pesquisar dentro
do Criacionismo, gosto muito do estudo da Bíblia. Acho que é o livro mais
fascinante. Não tenho a menor sombra de dúvida de que ela é o que diz ser: a
Palavra de Deus, o Criador de todas as coisas. Ela é coerente, consistente e
atual. Muitos, por não a conhecerem, fazem um julgamento totalmente errado
sobre a sua autenticidade. Um deles, por exemplo, é sobre a afirmação de que a
Bíblia fala de uma Terra plana, não esférica. Como o texto bíblico usa
expressões como “os quatro cantos da terra” ou “o sol parado”, esses críticos
confundem essa linguagem simbólica com erros, o que não é verdade. Para ficar
nesses dois exemplos, nós até hoje usamos os quatro pontos cardeais para
direcionamento, mas não queremos dizer com isso que a Terra seja quadrada. E
quando dizemos que o Sol nasce e que o Sol se põe, não estamos afirmando que o
Sol gira em torno da Terra. Assim também, a Bíblia não disse que a Terra é
quadrada nem que o Sol gira em torno da Terra.
Quer dizer que as
afirmações bíblicas sobre nosso planeta estão corretas?
A Bíblia é coerente ao
utilizar como plano de referência o planeta Terra. Há muitas referências
bíblicas à redondeza da Terra. Jó, por exemplo, viveu cerca de 2000 anos antes
de Cristo, e falava da redondeza da Terra (Jó 26.10). Isaías viveu 700 anos
antes de Cristo e também já havia dito a mesma coisa (Is 40.22). O que tenho
procurado mostrar é que a Bíblia afirmou isso muito antes de qualquer outra
fonte de informação mostrar que a Terra é redonda. Ela também afirmou que a Terra
paira sobre o nada (Jó 26.7). Uma proposta de que a Terra seria redonda foi
feita pelos gregos Pitágoras, por volta de 530 a.C., e Eratóstenes (que
calculou o diâmetro da Terra), em 200 a.C. Procuro também aqui, nesta
questão de Bíblia e ciência, lembrar que existe uma grande diferença entre um
fenômeno e um milagre. Os dois podem, até certo ponto, ser explicados
cientificamente. Mas com os milagres, geralmente, podemos apenas dizer quais
leis da natureza foram quebradas. No caso da evolução, a quantidade de leis que
teriam de ser violadas para que tal processo acontecesse é tão grande que se
classificaria não como um milagre, mas quase como uma sucessão de milagres.
O Criacionismo é,
portanto, uma teoria científica, e não religiosa?
O Criacionismo ou, mais
especificamente, a Teoria do Desenho Inteligente, não precisa da Bíblia ou de
algum outro livro religioso para se manter em pé. A teoria depende única e
exclusivamente da ciência. Entretanto, o que observamos nesse debate Criação versus
Evolução é um interesse não saudável, claramente tendencioso, em preservar a
Teoria da Evolução a todo o custo. Recentemente, a National Geographic Brasil
(novembro de 2004) publicou o seguinte artigo: “Darwin estava errado?”. Este
artigo representa, no sentido mais claro, um exemplo de “propaganda”
evolucionista. O autor do artigo, David Quammen, estudou na Yale University,
mas não tem formação em Biologia. Esse é um fato interessante porque, quando há
críticos de Darwin sem formação acadêmica da área, eles são imediatamente
desconsiderados pelos editores científicos. Essa é uma atitude encontrada
constantemente na literatura de divulgação, sendo muito tendenciosa para o
evolucionismo. Mais uma vez, Richard Dawkins, em seu livro O Relojoeiro Cego,
afirma: “Se eu estou correto, isso significa que mesmo que não exista qualquer
prova factual para a teoria de Darwin, é certamente justificável aceitá-la
acima de todas as outras teorias”.
Nota-se, portanto, uma
inclinação tendenciosa por parte dos darwinistas?
Uma das coisas que tenho
procurado mostrar em palestras e seminários é que o ensino da Teoria da
Evolução tem sido “compartimentado”, isto é, ensina-se a origem da vida
(Biologia, Genética, Paleontologia) sem verificar se as demais áreas (Geologia,
Astronomia, Astrofísica) de conhecimento humano concordam com as propostas
feitas, e sem a preocupação se elas entrarão em confronto umas com as outras.
Deixe-me exemplificar.
Somos informados que, numa suposta atmosfera ou oceano primitivo, formaram-se
aminoácidos que deram origem às primeiras formas básicas de vida no planeta. De
aminoácidos para as tais formas básicas de vida, é necessário ocorrerem por
vários processos que precisam ser claramente provados como válidos e possíveis.
Um deles é justamente a formação de proteínas a partir de aminoácidos. Logo
nesse estágio, a evolução encontra dois problemas que não são tratados nos
livros. Fala-se do trabalho de Oparin e do modelo pré-biótico de Miller, mas
não são mencionados esses dois problemas cruciais, relacionados com a seqüência
aminoácido-proteína.
O primeiro é que
proteínas, em processos naturais e espontâneos, desfazem-se em aminoácidos, e
não o contrário (aminoácidos formando proteínas). Essa informação vem da
Bioquímica nos estudos da Biologia molecular. Essa “caixa” geralmente não é
aberta na aula de Biologia. O segundo é que aminoácidos não se recombinam na
presença de oxigênio para formar proteínas. Nesse ponto, os alunos são
informados que a atmosfera primitiva do planeta não possuía oxigênio, contrário
ao que a Geologia nos mostra. As rochas do período pré-cambriano (aquelas que,
segundo a evolução, precederam o aparecimento da vida) possuem óxido de ferro
na sua estrutura, o que implica diretamente em oxigênio na atmosfera. Essa
caixa também não é aberta nas aulas de Biologia. É o que eu chamo de “caixinhas
fechadas”. Fala-se apenas o que é favorável.
Esse tipo de
comportamento é altamente prejudicial para o avanço da ciência. Para se ensinar
uma afirmação que algo aconteceu, primeiramente tem-se que demonstrar que o tal
processo é possível e que não existem evidências apontando na direção
contrária.
Por que muitos cristãos
evitam essa discussão, como se tivessem medo de ser contestados?
Muitos cristãos,
consciente ou inconscientemente, adotam uma atitude de inferioridade diante dos
intelectuais que zombam dos relatos bíblicos, como sendo fábulas, histórias
infundadas, sem qualquer relevância para as pessoas instruídas e desenvolvidas
da nossa geração. Não precisamos pensar assim. A Teoria da Evolução possui
muito mais incoerência e requer muito mais “fé” diante da ausência de provas
verdadeiras do que a história bíblica da criação. Precisamos entender a
“operação do erro” e a verdadeira razão que está por trás do predomínio da
mentira nas mentes da humanidade. Procuro sempre pensar que, na minha vida,
como pesquisador na ciência e estudioso da Palavra de Deus, existe uma grande
coerência e consistência.
Não estou sozinho nesse
pensamento. O próprio James P. Joule, um dos fundadores da ciência da Termodinâmica,
disse: “O próximo passo, após o conhecimento e a obediência à vontade de Deus,
deve ser conhecer algo sobre os seus atributos de sabedoria, poder e bondade
manifestos nas obras das suas mãos”.
Adauto Lourenço reside em Limeira,SP, junto com sua esposa e três filhas, onde participam ativamente da Igreja Presbiteriana.
Adauto Lourenço reside em Limeira,SP, junto com sua esposa e três filhas, onde participam ativamente da Igreja Presbiteriana.
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VERDADES SOBRE A MENTIRA
“Por meio de uma mentira,
o homem anula sua dignidade como homem”
(Immanuel Kant, 1724-1804, filósofo alemão).
(Immanuel Kant, 1724-1804, filósofo alemão).
“O maior inimigo da
verdade, muitas vezes, não é a mentira, deliberada, tramada e desonesta, mas o
mito, persistente, persuasivo e fantasioso”
(John F. Kennedy, 1917-1963, presidente dos Estados Unidos de 1961 a1963).
(John F. Kennedy, 1917-1963, presidente dos Estados Unidos de 1961 a1963).
“Não é porque a verdade é
difícil de ser percebida que cometemos erros… Cometemos erros porque o caminho
mais fácil e confortável para nós é procurar percepção no lugar onde ela se
harmoniza com nossas emoções – especialmente as emoções egoístas” (Aleksander
Solzhenitsyn, autor e pensador russo).
“Hipocrisia em qualquer
coisa que seja pode enganar a pessoa mais esperta e apercebida, mas a criança
menos atenta consegue reconhecê-la e se revoltar com ela, por mais engenhoso
que seja seu disfarce”
(Leon Tolstoy, 1828-1910, autor russo).
(Leon Tolstoy, 1828-1910, autor russo).
“Contamos mentiras quando
estamos com medo… medo do que não sabemos, medo do que os outros vão pensar,
medo do que será descoberto a nosso respeito. Mas cada vez que mentimos, aquilo
que tememos se torna mais forte”
(Tad Williams, autor norte-americano).
(Tad Williams, autor norte-americano).
“Não diga: ‘Achei a
verdade’, mas antes: ‘Achei uma verdade”
(Kahlil Gibran, 1883-1931, artista e poeta libanês).
(Kahlil Gibran, 1883-1931, artista e poeta libanês).
Fonte revista impacto
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