APOLOGETICA DEFINIÇÃO
O termo é derivado do verbo grego apologeomai, significando
“dar uma resposta”, '"responder”, “defender a posição de alguém”, e do
substantivo grego apologia. Em seu sentido mais estrito, significa a defesa da
fé do cristão individual. Em um sentido mais amplo, é a resposta do cristão a
ataques sobre si, sua doutrina e sua fé, e toda a revelação dada nas
Escrituras. Em seu sentido total, a apologética é a defesa e a justificação da
fé cristã e da revelação dada nas Santas Escrituras contra o ataque dos
duvidosos e incrédulos, mais o desenvolvimento de uma apresentação evangélica
positiva dos fatos mostrados na Bíblia, a racionalidade da revelação de Deus ao
homem nas Escrituras, e a sua ampla suficiência para atender as necessidades
espirituais completas do homem. A apologética é, então, não apenas um exercício
negativo e defensivo, mas também positivo e ofensivo. Não é apenas para ser
usada na defesa do Evangelho, mas também em sua propagação, O estudo da
apologética. Este pode ser dividido em três períodos como encontrado em três
eras da história da igreja.
1. Apologética do Novo Testamento.
O verbo grego apologeomai é usado para expressar a idéia de
autojustificação e autodesculpa (Rm 2.15; 2 Co 12,19) e também o substantivo
apologia (2 Co 7.11); mas particularmente no sentido de responder aos ataques
sobre a fé e a convicção de alguém, e de oferecer uma defesa. Atos 7 é
frequentemente chamado de apologia de Estêvão quando ele respondeu ao Sinédrio
judeu às acusações de falso testemunho (At 6.11-15). Paulo fala em ser colocado
para “a defesa do evangelho” (Fp 1.6,17), Ele fez duas “apologias” para a sua
posição, a primeira diante de Festo (At 24.10; 25.8; cf. v. 16), e a segunda
diante de Agripa (At 26.2). Quando apelou para o privilégio de fazer o mesmo
diante de César (At 25.8-16), seu pedido foi finalmente concedido. Cada uma
destas apologias contém tanto uma defesa negativa como um elemento
evangelístico positivo. Por exemplo, Paulo usou sua defesa como uma introdução
ao Evangelho de uma maneira tão eficaz, que Félix ficou amedrontado (At 24.25),
enquanto Agripa exclamou: “Por pouco me queres persuadir a que me faça
cristão!” (At 26.28). Mesmo considerando uma outra interpretação deste último
versículo. “Você tão facilmente me persuadiria a ser um cristão?”, o Evangelho
positivo na apologia de Paulo ainda pode ser claramente visto no efeito
produzido em Agripa.
2. Apologética na igreja primitiva e medieval.
Justino Mártir escreveu sua obra Dialogue With Trypho (em
aprox. 150 d.C.), Orígenes respondeu a muitos argumentos anti-cristãos em sua
obra Kata Kelsou (Contra Celsus) (em aprox. 235), e Atanásio publicou sua obra
Contra Gentes (em aprox. 315), Mas a apologia mais importante de todas foi City
of God de Agostinho (426 d.C.). Até a igreja ser reconhecida por Constantino o
Grande, ela era acusada de canibalismo e promiscuidade sexual por ter de se
reunir em segredo em lugares como as catacumbas. Porém, após ser reconhecida
imperialmente, ela teve que enfrentar acusações de mundanismo. Foi para
explicar este último que Agostinho escreveu e tomou como sua tese a “Cidade de
Deus” em contraste com a cidade do mundo. Na Idade Média a apologética lutou
com as questões da fé - com relação a fatos tais como a Trindade e a encarnação,
conhecíveis apenas pela fé - versus a razão, e os fatos da ciência e do mundo
material que é receptivo á razão. Aquinas fez uma síntese parcial que se tornou
a posição oficial do romanismo. Pela razão o homem pode argumentar quanto à
existência de Deus e até conhecer a Deus; mas a Trindade e a encarnação são
inacessíveis à razão, dadas pela revelação e recebidas somente pela fé.
3. Apologética moderna.
Para o propósito de estudo e de uma análise útil, é valioso
considerar a apologética católica romana e a protestante.
(a) A apologética católica romana é caracterizada pelo fato
de atribuir tanto a origem quanto a (infalível) interpretação das Escrituras à
igreja; e pelo fato de ensinar que a teologia racional é possível e existe
tanto
quanto a teologia revelada, pelo uso da razão humana o homem
pode chegar ao conhecimento da pessoa e da existência de Deus e até à salvação.
A razão pela qual o homem falha em chegar à verdade pela teologia racional não
é a sua condição decaída, mas sim a indolência daqueles qne sâo mentalmente
capacitados a atingi-la por este meio, e a inabilidade racional dos demais. Por
causa desta preguiça por parte de alguns e da inabilidade dos outros, Deus
escolheu, em sua graça, dar a revelação. A igreja católica romana desenvolveu uma
apologética própria muito completa. Começando em 1908, o papa indicou comissões
contínuas para investigar completamente e emitir relatórios sobre o problema
Deutero- Isaías, a teoria J.E.D.P., form-Geschiehte etc. Habilidosos escritores
da igreja produziram livros eficazes sobre a apologética como The Faith of Our
Fathers (do cardeal James Gibbons), uma defesa da igreja católica romana; e
Katkolieke Geloofsverdediging (do cardeal Brocardus Meijer), uma obra muito
completa e habilidosa sobre a apologética em geral, em holandês. Como resultado
das comissões eruditas de Roma e de uma obra tão completa em apologética como a
de Meijer, os católicos romanos estão apresentando uma defesa convincente de
sua fé, que está ganhando muitos da ala modernista, onde não foi expressa
nenhuma defesa semelhante da fé cristã.
(b) Apologética protestante.
Há um forte elemento de apologética presente na obra
Institutes, de Calvino, onde ela é apresentada em combinação com a teologia. As
obras mais famosas e eficientes de apologética propriamente dita, no entanto,
antes da nossa época, são Analogy of Religion, de Joseph Butler (1736) e
Apologetics or Christianity Defensively Stated - de A, B. Bruee (1892). Esta
última foi a obra ortodoxa padrão em inglês durante muitos anos. Grande parte
de seu lugar foi tomado, ultimamente, pelos escritos de Edward John Carnell. An
Intro Introduction to Chrístian Apologetics e A Phílosophy ofthe Chrístian
Religion, e de Bemard Ramm, Protestant Chrístian Evidences, Types of Apologetic
Systems, e The Chrístian View of Science and Scripture. Enquanto Carnell e Ramm lideraram a
causa evangélica em apologética com um trabalho admirável em muitas áreas deste
campo, ambos tiveram dificuldades em certos pontos, particularmente no que diz
respeito à absoluta infalibilidade da Bíblia na escrita original, a ponto de
outros terem que vir em seu auxílio neste ponto.
O valor e o lugar da apologética.
Considerando sua extensão, o AT faz relativamente pouco uso
da apologética. Em Jó 32-37, no entanto, está uma repreensão de Eliú às falsas
ou inadequadas opiniões de Jó e de seus três amigos a respeito de Deus e da
teodicéia que é a doutrina da justiça divina). O próprio Senhor responde a Jó
para convencê-lo de sua soberania, e, ao
mesmo tempo, da incapacidade de Jó (Jó 38-41). Vários Salmos recorrem à
atividade de Deus, ao seu cuidado providencial (por exemplo, Salmos 104 e 107)
e histórico (Salmos 105 e 106), para evocar o louvor e a confiança, e mostrar a
loucura da idolatria (Salmo 115). Dentre os profetas, especialmente Isaías
proclamou a apologia de Deus contra as divindades pagãs, desafiando os gentios
adoradores de ídolos a provarem a realidade e o poder de seus deuses por meio
do teste das profecias e seus respectivos cumprimentos (Is 41.21-29; 43.813; 44.6-20;
45.18-25; 46.1-11; 48.1-6), O NT dá à apologética um lugar muito mais
importante. Os patriarcas da igreja primitiva eram constantemente chamados a
defender a sua fé contra filósofos pagãos, agnósticos e hereges. Na
apologética, somos chamados a mostrar a racionalidade da fé cristã e sua
revelação como dada na Bíblia. Isto é realizado por meio de comparação da
ciência com as Escrituras, uma consideração da arqueologia com a história e
fatos bíblicos, um apelo ao cumprimento de profecias preditas, um estudo das
provas da inspiração e infalibilidade da Bíblia, e uma aplicação da razão à
questão da existência e da natureza de Deus.
Os apologistas protestantes não
ensinam que uma teologia completamente natural seja possível meramente pela
aplicação da razão humana na formulação de cinco ou mais provas teísticas
(provas da existência necessária e real de Deus). Antes, tão longe quanto possa
ir a razão humana - e isto inclui a formulação de argumentos teísticos, ou
seja, o cosmológico (a existência do mundo), ontológico (a existência de uma
ideia de Deus), o teológico (a existência e a manifestação da criação e
propósito no mundo e no homem) - é apenas racional concluir que uma Pessoa
racional, intencional e moral exista e seja a causa tanto do universo quanto do
homem. A Bíblia declara por revelação que tal é o caso e, em Romanos 1.18ss,
aprendemos que Deus considera o homem como o responsável por chegar à conclusão
de que Ele existe. Portanto, o apologista protestante nem se baseia
completamente na razão - como os católicos romanos com a sua teologia natural,
nem rejeita completamente o lugar da razão - como alguns aos protestantes
extremamente ortodoxos (por exemplo, Abraham Kuyper em sua obra Principles of
Sacred Theology e Cornelius Van Til em sua obra The Defense of the Faith, que
enfatizam a impotência da mente humana em pecado e a necessidade do poder
renovador do Espírito Santo), Ao invés disso, reconhecendo a fragilidade da
razão humana desde a queda do homem, ele dá uma função comprobatória, subsidiária
à revelação. Em outras palavras, as leis da lógica, os fatos da vida e do
cosmos, e as revelações proposicionais encontradas na Bíblia devem receber seu
lugar próprio na obtenção da verdade
final e na formulação do nosso sistema apologético.
Métodos apologéticos.
Torna-se muito importante desenvolver um método apologético
completo e satisfatório. Isto é de tudo o mais necessário, uma vez que o
cristão deve se defender não apenas contra as teorias passageiras da ciência,
mas também contra os erros da filosofia mundana. Nenhuma defesa bem-sucedida é
possível até que alguém seja capaz não apenas de enxergar o erro ou os erros
contra os quais discute, mas também compreender seus fundamentos filosóficos.
Portanto, a nossa causa é grandemente fortalecida quando insistimos no fato de
que temos uma filosofia cristã de existência, ou seja, uma explicação para (a)
a origem da realidade, consistindo do mundo e do homem; (b) a realidade em si,
consistindo de objetos (res extensa), ideias ou pensamentos res cogitata) -
duas das quais claramente definimos e distinguimos; (c) o destino do mundo e do
homem. Todos os filósofos são chamados a dar suas próprias explicações sobre
estas três questões. Uma defesa praticável e completa do ponto de vista cristão
sobre qualquer opinião procurada, portanto, inclui o seguinte: (1 ) uma
descrição justa e completa da opinião de um adversário; (2) uma apresentação do
valor da opinião que alguém tenha; (3) uma consideração de sua base filosófica
e uma apresentação clara de suas falácias, com bases tanto lógicas quanto
filosóficas; (4) um exame da opinião à luz das confissões e credos da igreja;
(5) um exame para ver que vantagens teológicas ela pode oferecer e que
problemas teológicos ela pode levantar; (6) uma apresentação da opinião bíblica
sobre o assunto em discussão e a prova de sua racionalidade, e uma descrição
clara de como a opinião bíblica foge dos problemas filosóficos e teológicos
levantados por uma visão errada. Além das obras principais em apologética já
mencionadas, houve muitos livros muito valiosos
sobre aspectos específicos da fé, tais como o nascimento virginal, a
ressurreição, milagres, a infalibilidade das Escrituras etc. Estes podem ser
prontamente encontrados em extensas bibliografias anexadas por Carnell e Ramm
aos livros mencionados acima.
O objetivo da apologética.
Este inclui: (1) fazer contato com aqueles que tenham uma
opinião errada ou perigosa, ou que ataquem a revelação e fé cristãs; (2)
encontrar uma área na qual o problema possa ser discutido imparcialmente, e
provar a fraqueza da opinião em questão primeiro em alguma área neutra comum a
todos, tais como a filosofia ou a lógica; (3) mostrar os problemas teológicos
levantados; (4) expor as convicções da igreja em suas confissões e credos, e
interpretar o que as Escrituras ensinam, enquanto se apresenta a racionalidade
de tudo isso, A base comum buscada para o diálogo com o adversário, não tem de
impor qualquer transigência, tal como
tentado por alguma apologética recente, nem forçar as Escrituras sobre o
duvidoso ou o agnóstico. Considerar cada aspecto de um problema antes de entrar
no mérito das próprias Escrituras, abre a mente do adversário para considerar a
própria posição e respostas de Deus.
Bibliografia:
A. B. Bruce, Apologetics, Edinburgh. T. & T.
Clark, 1892.
E. J.Carnell,
An Introduction to Chrístian Apologetics, Grand Rapids. Eerdmans,1952;
A Philosophy
of the Chrístian Religion, Grand Rapids. Eerdmans, 1952.
Robert Flint,
Agnosticism, New York, Scribner’s, 1903;
Anti-Theistic
Theories, Edinburgh. Blackwood. 1879.
BrocardusMeijer,
Katholieke Geloofsverdediging, Roermond. Romen & Zonen, 1946.
Bernard Ramm,
Protestant Chrístian Evidences, Chicago. Moody Press, 1953;
Types of
Apologetic Systems, Wheaton, III.. VanKampen Press, 1953;
The Chrístian
View of Science and Scripture, Grand Rapids. Eerdmans, 1954.
fonte Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, págs. 158-16
fonte www.sigogospel.blogspot.com
Você é vulnerável as seitas?
3. Seu senso de comunidade dentro da igreja local
A desintegração da união familiar tradicional e o conflito das gerações na sociedade moderna não estão limitados aos não-crentes. A migração populacional dos meios rurais para os grandes centros urbanos tem colaborado para acelerar este processo. O colapso da família está se tornando cada vez mais proeminente entre os cristãos, tornando os jovens mais vulneráveis.
Quanto tempo você passa com sua família? Qual a sua melhor maneira de se comunicar e escutar os membros de sua família? Eles sabem que você os ama incondicionalmente, tanto com suas palavras como com suas ações? Pais, vocês mostram amor determinando regras e disciplina? Suas ações em casa refletem aquilo que vocês professam crer?
Exame para a liderança da igreja:
Você é vulnerável as seitas?
Todo ano,
milhares de pessoas estão se filiando a uma nova seita. Um número surpreendente
deles se dirá crentes evangélicos. Eles poderão ser amigos, parentes ou membros
de sua igreja. E… é até possível que você esteja entre eles!
Nem sempre os crentes estão
imunes às atividades e satisfação que as seitas oferecem. Contudo, as deserções
poderão ser evitadas se estivermos alerta acerca das áreas vulneráveis e
procurarmos dar alguns passos positivos no sentido de fortificar essas áreas. Um
estudo sobre as seitas proeminentes, do ponto de vista das necessidades
humanas, que elas preenchem, revela várias fraquezas entre os cristãos e suas
igrejas, que colocam os crentes frente à sedução das seitas. Para descobrir se
você é vulnerável a se tornar membro de uma seita, faça os seguintes testes:
1. Seu conhecimento bíblico e
apologético
Depois de ouvir uma preleção
introdutória da Igreja da Unificação (a seita do Rev. Moon), é possível
entender como os crentes que ainda não conhecem o conteúdo e os princípios de
interpretação da Bíblia possam ser fisgados facilmente. O preletor fazia
citações ou referências a um ou outro versículo bíblico, a maioria das vezes
retiradas do seu contexto, fazendo uma preleção que soava com uma lógica
aparentemente válida.
Cristãos que são biblicamente
ignorantes, ou que têm uma compreensão meramente superficial da Bíblia, são os
primeiros candidatos para esses tipos de explicações.
Exceto a maioria dos grupos
orientais, tal como Hare Krishna, muitos membros das seitas citam numerosos
“textos de prova” da Bíblia – retirados do contexto – para afirmar suas
doutrinas.
As testemunhas de Jeová são
famosas por sua habilidade de confundir seus oponentes, citando dezenas de
versículos que parecem apoiar sua teologia estranha. Todavia, freqüentemente,
os crentes não são hábeis para sustentar biblicamente suas próprias convicções
e confrontar os falsos ensinamentos e interpretações impróprias. Outros são
atraídos por “novas revelações” de seitas como a Igreja Apostólica da “Santa Vó
Rosa” ou o profeta William Soto Santiago.
Exame individual:
O que você crê a respeito das
doutrinas básicas (Bíblia, Trindade, Deus, Homem, Salvação, Espírito Santo,
Igreja, Escatologia, Anjos), e por que crê assim? Você consegue sustentar suas
convicções usando a Bíblia? Você está envolvido pessoalmente com um estudo
diário e sistemático da Bíblia? Você conhece os princípios de uma sólida
interpretação bíblica? Você lê livros e toma aulas de teologia, apologética e
exposição bíblica?
Exame para a liderança da
igreja:
Na sua pregação, o que tem mais
ênfase e autoridade: a Bíblia ou as experiências espirituais? Você ensina as
doutrinas básicas da fé cristã aos novos convertidos? Você tem planos de
ensinar teologia, métodos de estudo bíblico, hermenêutica (interpretação
bíblica) e apologética (a defesa da fé), nos sermões, Escola Dominical, escola
bíblica de férias, ou outras aulas especiais?
2. Sua doutrina no dia-a-dia
A maior atração do Templo do
Povo de Jim Jones era a aparente integração dos fiéis e o estilo de vida, que
resultou em ação na ajuda para suprir as necessidades da comunidade. A igreja
também demonstrava unidade com a integração racial. O Rev. Moon e a Igreja da
Unificação têm atraído milhares de jovens em idade universitária porque ele promete
aos seus seguidores uma maneira revolucionária para resolver os problemas do
mundo e vencer o comunismo – o qual havia profetizado que suplantaria a
democracia – como sabemos essa profecia falhou. Outros incontáveis jovens
seguem a Igreja Mórmon porque ela oferece uma sociedade cooperativa que cuida
das necessidades de seus adeptos através dos seus serviços de “bem-estar”.
Muitas pessoas procuram centros espíritas e terreiros de umbanda para resolver
seus problemas particulares pelos conselhos que recebem das entidades
espirituais.
Em contraste, as verdadeiras
igrejas cristãs têm muitas vezes se desviado para uma doutrina divorciada da
vivência prática do dia-a-dia. Em muitos casos, os cristãos falham em aplicar
as verdades da Bíblia aos problemas do povo de uma maneira prática. Estamos tão
inquietos quanto ao caminhar para um “evangelho social”, que muitas vezes
acabamos perdendo o equilíbrio entre a pregação do Evangelho e o socorro
àqueles que passam necessidades.
Exame individual:
Você aplica o ensino bíblico à
sua vida diária? Você já desenvolveu uma ética social cristã baseada na Bíblia?
De que maneira você está envolvido em ajudar a suprir as necessidades de outra
pessoa ou grupo – por exemplo: favelados, crianças abandonadas, ou viciados? Os
seus amigos não crentes e vizinhos o conhecem como alguém que se preocupa com
suas vidas e não apenas com suas almas?
Exame para a liderança da
igreja:
Você ensina que a vida cristã é
uma maneira completa de viver, que não enfatiza apenas o aspecto espiritual? Você
encoraja as pessoas a demonstrar a fé ajudando outras pessoas? Você encoraja
pessoas de outras raças ou níveis sociais a frequentar sua igreja, ou não as
recebe?
3. Seu senso de comunidade dentro da igreja local
Os crentes ex-membros do Templo
do Povo testemunham que a amizade e o senso de comunidade os atraíram para
aquela seita. Os moonistas demonstram tanta intimidade, polidez e amizade, que
muitos jovens solitários querem aderir ao grupo. Outros são seduzidos pelos
Meninos de Deus, atualmente conhecidos como A Família, por causa das promessas
de segurança e relacionamentos íntimos – e até sexuais – sem aparentes
compromissos.
Os mórmons aprendem vários
métodos de ganhar novos adeptos pela amizade usando o folheto “Preciso de um
Amigo”. Ao menos na aparência, muitas seitas oferecem amor fraterno, sustento e
aceitação. Achando sua igreja fria, e que não se preocupa com seus membros, ele
se volta para outros grupos onde se sentirá mais confortável, íntimo e
reconhecido.
Exame individual:
Com que freqüência você dá as
boas-vindas aos visitantes de sua igreja e os contata durante a semana? De que
forma você procura demonstrar amor fraternal às pessoas solitárias, com
problemas, e doentes de sua igreja? Você convida pessoas ou famílias com quem
você raramente mantém comunhão para jantar em sua casa, ou os visita caso
faltem ao culto? Você compartilha seus conflitos e falhas com membros de sua
igreja? Os irmãos de sua comunidade podem contar com você para enfrentar as
duras provas da vida?
Exame para a liderança da
igreja:
Você reserva tempo toda semana
para que os membros da igreja possam compartilhar suas alegrias e necessidades
uns com os outros? O que você está fazendo para promover um ambiente onde os
membros sintam-se à vontade para compartilhar seus conflitos e falhas? Você
incentiva as pessoas a comunicar suas dúvidas e procura ajudá-las a
resolvê-las? Você conhece as necessidades do seu povo? O que você está fazendo
para suprir estas necessidades?
4. Imaturidade ou amortecimento
espiritual
Muitos crentes professos, que
acabam entrando para uma seita, são crentes novos que não foram discipulados,
ou são crentes antigos que se tornam bebês espirituais. A imaturidade os fez
presas fáceis de seitas que usam a Bíblia e possuem um linguajar evangélico.
Crentes que estão vivendo para
si mesmos em vez de se submeterem ao senhorio de Cristo podem ser fisgados por
qualquer grupo que for simpático aos seus desejos carnais. Outros crentes são
enganados por seitas como o Tabernáculo da Fé de William Branham. Muitas vezes,
nossa ênfase acerca da sã doutrina tem tido a tendência de extinguir a alegria
da fé cristã. Alguns têm perdido o equilíbrio da Igreja do primeiro século
entre a ortodoxia e o gozo da nova vida em Cristo.
Exame individual:
Você está crescendo em sua fé?
É Cristo o Senhor de sua vida, ou você está vivendo para si mesmo? Há
equilíbrio entre doutrina e prática em sua vida? Você expressa a alegria de ser
salvo?
?
5. Diminuição da ênfase da
doutrina do sacerdócio do crente
Quase não existem ministros
profissionais remunerados no mormonismo, qualquer membro tem pelo menos uma
responsabilidade na seita. De fato, muitos milhares de seus jovens sentem-se
honrados em gastar dois anos em serviço missionário de tempo integral. Todas as
testemunhas de Jeová batizadas são ministros, e fazem visitas de porta em porta
e ‘doutrinam’ nas praças várias horas por semana. Os novos moonistas são usados
quase que imediatamente nas ruas para levantar fundos e fazer recrutamento. Nas
seitas mais populares, cada pessoa individualmente faz parte do ministério, ela
é importante e necessária.
Muitas igrejas evangélicas, em
contraste, perderam a visão da doutrina do sacerdócio do crente. De acordo com
a Bíblia, os cristãos são iguais perante Deus, e cada um tem a responsabilidade
de servi-lo. Mas, em vez de todos os membros se envolverem no trabalho,
freqüentemente apenas um pequeno número está exercendo o ministério. Os jovens,
procurando por meios de expressar o seu idealismo, podem ser forçados a fazê-lo
fora de suas igrejas.
Novos convertidos, geralmente
não são solicitados para ajudar nos trabalhos da igreja. Há, também, uma
tendência entre os cristãos de fazer os pastores e líderes de seminários de
“gurus”. Não exercendo seus privilégios e responsabilidades de estudar
diretamente a Bíblia, eles aceitam sem raciocinar o que é pregado e ensinado.
Alguns crentes habitualmente citam o que disseram outros homens, substituindo a
Bíblia por suas palavras, como autoridade final. Esta atitude fortalece os meios
para que um líder de uma seita possa dominar uma pessoa ou até uma congregação
inteira.
Exame individual:
Você sabe qual é o seu dom
espiritual? Como você o está usando? Você tem pelo menos uma responsabilidade
na igreja? Você compara aquilo que lhe ensinam com a Bíblia? Você está
centralizado na Bíblia ou num líder eclesiástico?
Exame para a liderança da
igreja:
Como você está ajudando cada
membro a descobrir e usar o seu dom espiritual? Todos os seus membros têm
deveres e responsabilidades na igreja? Quais oportunidades de participação nos
serviços da igreja estão à disposição para serem feitos por jovens ou novos
convertidos? Quantas oportunidades você oferece para o seu povo tirar dúvidas
sobre seus sermões e palestras?
6. Colapso da família
A desintegração da união familiar tradicional e o conflito das gerações na sociedade moderna não estão limitados aos não-crentes. A migração populacional dos meios rurais para os grandes centros urbanos tem colaborado para acelerar este processo. O colapso da família está se tornando cada vez mais proeminente entre os cristãos, tornando os jovens mais vulneráveis.
Os pais frequentemente estão
muito ocupados com seus empregos e atividades sem fim na igreja, para poder
gastar tempo com a família. Em alguns lares cristãos, a comunicação e o saber
ouvir entre os membros da família são raros. As crianças observam os seus pais
falando de forma mais “bondosa” no templo do que em casa, e imediatamente os
classificam de hipócritas.
Adolescentes e jovens em idade
escolar, que recebem pouca atenção em casa, tendem a seguir grupos que possuem
uma imagem de família. A seita Moon, a Família, e muitas seitas
afro-brasileiras são grupos ávidos para compadecer-se por alguém nessa
situação. Eles falam de seus grupos como famílias que oferecem tudo a uma
pessoa que não está recebendo a devida atenção em casa. Com ênfase num forte
programa de união familiar, o mormonismo atrai crentes que estão desiludidos
devido à hipocrisia e a secularização que observam nas famílias cristãs.
Exame individual:
Quanto tempo você passa com sua família? Qual a sua melhor maneira de se comunicar e escutar os membros de sua família? Eles sabem que você os ama incondicionalmente, tanto com suas palavras como com suas ações? Pais, vocês mostram amor determinando regras e disciplina? Suas ações em casa refletem aquilo que vocês professam crer?
Exame para a liderança da
igreja:
Você procura reservar pelo
menos uma noite livre de todas as atividades e reuniões da igreja? Você
incentiva as famílias de sua igreja a passarem tempo juntas? Que estímulo você
oferece para que as famílias façam o culto doméstico?
7. Ignorância sobre as seitas
Muitas seitas são falsificações
do Cristianismo. Num contato inicial com um membro da seita “A Família”, ou
outras seitas pseudocristãs, você concluiria facilmente que estaria falando com
crente evangélico. Se um moonista bem doutrinado sabe que você
é um cristão, ele vai tecer sua conversa de tal forma que soe como se fosse um
cristão.
Outros, por falta de
conhecimento, não percebem que certas entidades não sectárias – tais como a
Ordem Rosa Cruz (AMORC), a Maçonaria, a Cultura Racional etc. – são de fato,
religiões não cristãs. Algumas seitas orientais, como a Seicho-no-ie, e Arte
Mahikari, aceitam pessoas de qualquer religião, facilitando assim o
envolvimento de cristãos. Outras pessoas, até evangélicas, se envolvem com a
astrologia, o “Método Silva”, o uso de pirâmides, ou ioga, ignorando a origem
ocultista delas. Contudo, a familiaridade com as doutrinas das seitas e seus
métodos de recrutamento vai ajudá-lo a detectá-los e a livrar-se de ser
enganado por eles.
Exame individual:
O que você sabe acerca das
crenças e práticas das seitas mais destacadas? Você sabe como abordar os
membros das seitas a fim de ganhá-los para Cristo? Você procura alertar seus
familiares e amigos sobre o perigo das seitas para protegê-los?
Exame para a liderança da igreja:
Você dá aulas, ao menos uma vez
por ano, aos membros de sua igreja sobre as doutrinas das seitas e como
evangelizar os seus adeptos? Você informa ao seu rebanho sobre os novos grupos
de seitas que estão ativos em sua região? Em que nível o alertar os santos está
em seu ministério?
O Novo Testamento e os
encontros fechados
Jesus levou seus discípulos
para um retiro espiritual e cerca de 500 pessoas o acompanharam. Ele lhes
ensinou as mesmas coisas. Não tinham eles grandes verdades conhecidas só por um
grupo seleto. Paulo menciona que descrentes estavam presentes nas reuniões do
Novo Testamento. I Co 14.16: “E se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá
o indouto o amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que
dizes.”
Não há evidência de Paulo ser
doutrinado por meio de grupos de células. Não há evidências de que eles se
sentaram com Paulo e lhe disseram que ele se submetesse à autoridade deles. Não
há evidência de qualquer “programa de supersubmissão”.
CRISTIANISMO
VERSUS NATURALISMO
Qual é o maior desafio hoje? Nas categorias mais amplas, o
conflito de nosso dia é o teísmo contra o naturalismo. Teísmo é a crença de que
há um Deus transcendente que criou o Universo; naturalismo é a crença de que
causas naturais sozinhas são suficientes para explicar tudo o que existe. As
questões mais fundamentais reflectem essas categorias: A realidade última é
Deus ou o cosmos? Há um reino espiritual, ou a natureza é tudo o que existe?
Deus falou e revelou sua verdade a nós, ou a verdade é algo que temos que
achar, ou até inventar para nós mesmos? Há um propósito para as nossas vidas,
ou somos acidentes cósmicos emergindo da lama?
Esses dois
sistemas principais são, em última instância, diametralmente opostos; e se
vamos defender nossa fé efectivamente, devemos entender suas implicações por
completo. Naturalismo é a ideia de que a natureza é tudo o que existe, que a
vida surgiu de uma colisão de átomos por acaso, evoluindo mais tarde para a
vida humana como a conhecemos hoje. No sentido mais amplo, naturalismo pode até
incluir certas formas de religião – aquelas em que o espiritual é concebido
como totalmente inerente à natureza, como as religiões neopagãs e a Nova Era.
Em contraste, o Cristianismo ensina que há um Deus transcendente que existe
antes de o mundo vir a existência, que Ele é a origem última de todas as
coisas. O universo é dependente a todo o momento de seu governo e cuidado
providencial.
Relativismo
Moral. Na moralidade, o naturalismo resulta em relativismo. Se a natureza é
tudo o que há, então não há uma fonte transcendente de verdade moral, e podemos
construir nossa própria moralidade. Todo princípio é reduzido a uma preferência
pessoal. Em contraste, os cristãos acreditam em um Deus que tem falado, que
revelou um padrão absoluto e imutável de certo e errado, baseado, em última
instância, em seu próprio carácter santo.
Multiculturalismo.
Como consequência do relativismo, os naturalistas tratam todas as culturas como
moralmente equivalentes, cada uma meramente reflectindo sua própria história e
experiência. Tendências contemporâneas como pós-modernismo e multiculturalismo
estão profundamente enraizadas no naturalismo, pois se não há nenhuma força
transcendental de verdade ou moralidade, então achamos nossa identidade somente
em nossa raça, género ou grupo étnico. Mas os cristãos jamais poderiam igualar
a verdade com a perspectiva limitada de nenhum grupo. A verdade é a perspectiva
de Deus, como revelada nas Escrituras. Por essa razão, enquanto apreciamos a
diversidade cultural, insistimos na propriedade de julgar práticas particulares
de culturas como certas ou erradas. Além do mais, os cristãos consideram a
tradição e a herança ocidentais como dignas de serem defendidas; isto é, na
medida em que elas tenham sido historicamente formadas por uma cosmovisão
bíblica.
Pragmatismo.
Desde que os naturalistas negam quaisquer padrões transcendentes de moral, eles
tendem a fazer uma abordagem pragmática da vida. O pragmatismo diz: O que
funcionar melhor é o certo. Acções e métodos são julgados somente sob base
utilitária. Em contraste, o cristão é um idealista, julgando acções não pelo
que dá certo, mas pelo que deve ser, baseado em padrões objectivos.
Utopia. Os
naturalistas geralmente abraçam a noção iluminista de que a natureza é
essencialmente boa, o que leva ao utopismo. O utopismo diz: Se tão somente
criarmos as estruturas sociais e económicas certas, podemos ser conduzidos a
uma era de harmonia e prosperidade. Mas os cristãos jamais poderão legitimar os
projectos utópicos. Sabemos que o pecado é real, que tem distorcido a natureza
humana profundamente, e que nenhum de nossos esforços pode criar o céu aqui na
terra. O céu é uma esperança escatológica que será cumprida somente com a
intervenção divina no fim da história. Nesse meio tempo, a tendência humana
para a maldade e a desordem deve ser controlada por lei e tradição.
Perspectiva
deste mundo. Os naturalistas só consideram o que acontece neste mundo, nesta
época, nesta vida. Mas os cristãos vêem as coisas sob perspectiva eterna. Tudo
o que fazemos agora tem significado eterno, porque um dia haverá julgamento, e
então se tornará evidente que nossas escolhas na vida tiveram consequências que
durarão por toda a eternidade.(E Agora,
Como Viveremos?; Charles Colson & Nancy Pearcey; CPAD; pp. 38-40)
Os
contornos de um sistema de vida cristão se tornarão claros nas quatro secções
que se seguem: criação – Deus trouxe o mundo à existência através da sua
palavra e criou a humanidade à sua imagem; queda – a condição humana é
desfigurada pelo pecado; redenção – Deus em sua graça proveu uma maneira de nos
reconciliar consigo mesmo; e restauração – somos chamados a trazer esses
princípios a todas as áreas da vida e criar uma nova cultura. Equipados deste
entendimento, podemos mostrar não somente que a cosmovisão cristã oferece as
melhores respostas – respostas que concordam com o senso comum e com a mais
avançada ciência – mas também que cristãos podem tomar as armas espirituais na
grande luta cósmica entre cosmovisões conflitantes.
(E Agora,
Como Viveremos?; Charles Colson & Nancy Pearcey; CPAD; pp. 58)
Da
Cosmovisão Centrada em Deus para a Cosmovisão Centrada no
Homem
Duzentos
anos depois da Reforma do século XVI, a Europa conheceu o iluminismo. Em
Weimar, Alemanha, visitei a casa de Goethe e fiquei impressionado com os
artefactos provenientes do mundo inteiro, particularmente da Grécia e Roma, mas
também da China e Japão. É óbvio que Goethe apreciava a arte, mas ele também
queria fazer uma declaração teológica: outras religiões, até as religiões
pagãs, podem produzir uma cultura tão avançada quanto o cristianismo. Portanto,
o cristianismo não deve ser considerado como tendo lugar especial na história
da raça humana, mas estudado como uma entre muitas religiões que realmente
ajudam.
Quando o
homem viu-se como o centro de todo o conhecimento, ele definiu religião de
acordo com suas próprias expectativas e desejos. A religião não era mais
estimada como busca do homem para correctamente ajustar sua vida às exigências
de Deus, mas como um sistema de crenças que o ajuda a atingir seu pleno
potencial.
Joseph
Haroutunian, destacado historiador, comentou:
Antes, a
religião era centralizada em Deus. Antes, tudo o que não conduzia à glória de
Deus era infinitamente mau; hoje, o que não contribui para a felicidade do
homem é mau, injusto e impossível de atribuir à deidade. Antes, o bem do homem
consistia basicamente em glorificar a Deus; hoje, a glória de Deus consiste no
bem do homem. Antes, o homem vivia para glorificar a Deus; hoje, Deus vive para
servir o homem.
O
iluminismo não era contra a religião; apenas declarava que nosso conhecimento
de Deus não deveria vir da Bíblia, mas pela luz universal da natureza. Como
tais, todas as religiões do mundo eram essencialmente iguais, fundamentadas
como estavam na observação natural e na experiência. A Bíblia foi vista como um
livro proveitoso, mas não considerada a revelação de um Deus pessoal. A razão
humana foi elevada acima da revelação.
O
iluminismo foi uma benção mesclada. Por um lado, enfatizou a liberdade
religiosa e a tolerância no melhor sentido da palavra. Dois séculos antes, a
Reforma tinha inspirado nova vida espiritual em regiões da Europa. Esta luz,
porém, era frequentemente oculta, senão extinta, pelas controvérsias religiosas
que se seguiram anos mais tarde. Podemos entender por que as pessoas foram
alimentadas com a intolerância da era. Ele deu ênfase muito necessária na
liberdade de aprendizagem e na liberdade de consciência.
Infelizmente,
o iluminismo também introduziu densas trevas. Quando a Alemanha (e toda a
Europa, no que diz respeito ao assunto) resolveu optar por aquela teologia mais
amável e gentil, referida anteriormente, o Evangelho de Cristo ficou
obscurecido. O homem tornou-se o juiz da religião e da moralidade, e apesar dos
ideais nobres, as trevas – profundas trevas – desceram.
Crimes
cometidos em nome da religião (e houve muitos) empalideceram de insignificância
em comparação com os crimes cometidos em nome de uma visão ateísta do homem e
do mundo. Não é apenas um acidente histórico que Buchenwald, um dos campos de
concentração de Hitler, esteja situado a somente seis quilómetros de Weimar –
uma ironia que evidentemente não passou despercebida pelo Fuhrer. Contaram-me
que ele teve o pervertido prazer de estabelecer um campo da morte bem junto aos
limites da cidade que era o orgulho da tolerância e da glória do homem.
É um
escândalo, além de irónico, que quando os homens se livram das disciplinas da
religião revelada, a liberdade acabe em escravidão. A tirania religiosa deve, é
claro, ser abominada; mas quando o género humano usa a ambicionada liberdade
para negar Deus, segue-se uma tirania pior.
Quando
perguntaram a Solzenitsyn como poderia tantos milhões de pessoas serem
brutalmente assassinadas sob a bandeira do ateísmo, ele respondeu: “Nós nos
esquecemos de Deus”. Dostoiévski tinha razão: “Quando Deus não existe, tudo é
permitido”.
Falando
dos falsos mestres, Pedro escreve: “Prometendo-lhes liberdade, sendo eles
mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do qual faz-se
também servo” (2 Pedro 2.19).
Esta troca
de pensamento levou a outras óbvias mudanças no modo como a verdade (se é que
ela existe) foi vista. Ideias trazem consequências. Quando subimos a bordo de
um trem ideológico, temos de ir até o seu destino final.(Erwin E.
Lutzer; Cristo Entre Outros Deuses; CPAD; pp. 34-36)
A maneira
como vemos o mundo pode mudar o mundo.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Nossas
escolhas são formadas pelo que acreditamos ser real e verdadeiro, certo e
errado, bom e bonito. Nossas escolhas são formadas pela nossa cosmovisão ou
“visão de mundo”.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Nossa
maior tarefa na vida é descobrir o que é verdadeiro e viver de acordo com essa
verdade. Como vimos anteriormente, toda cosmovisão pode ser analisada pela
maneira como responde a três perguntas básicas: De onde viemos, e quem somos
(criação)? O que deu errado com o mundo (queda)? E o que podemos fazer para
consertar isso (redenção)? Estas três perguntas formam uma grade que podemos
usar para quebrar a lógica interna de todo o sistema de crença ou filosofia que
encontrarmos, dos livros escolares em nossas salas de aula até as filosofias
implícitas que dão forma à mensagem que ouvimos no programa de auditório de
Ophra Winfrey.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
A base da
cosmovisão cristã, é calro, é a revelação de Deus nas Escrituras. Ainda assim,
tristemente, muitos crentes não conseguem entender que as Escrituras são
intencionadas para ser a base de toda a vida. Nos séculos passados, o mundo
secular estabeleceu uma dicotomia entre ciência e religião, entre facto e
valor, entre conhecimento objectivo e sentimento subjectivo. Como resultado, os
cristãos costumam pensar em termos da mesma falsa dicotomia, permitindo que
nosso sistema de crença seja reduzido a pouco mais que sentimentos e
experiências privados, completamente divorciado dos factos objectivos.(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Mas a
ênfase demasiada no relacionamento pessoal pode ser também a maior fraqueza de
todos nós, evangélicos, porque pode impedir-nos de ver o plano de Deus para a
nossa vida além do ponto da salvação pessoal. O Cristianismo genuíno é mais do
que relacionamento com Jesus, tanto quanto se expressa em piedade pessoal,
frequência à igreja, estudo da Bíblia e obras de caridade. É mais do que
discipulado, mais do que acreditar em um sistema de doutrinas sobre Deus. O
Cristianismo genuíno é uma maneira de ver e compreender toda a realidade. É uma
cosmovisão, uma visão do mundo.
A base
bíblica para esse entendimento é a narrativa da criação, onde nos é dito que
Deus falou e tudo veio a existir do nada (ver Génesis 1 e João 1:1-14). Tudo o
que existe veio à existência mediante o seu comando, e é por essa razão sujeito
a Ele, encontrando propósito e sentido nEle. A implicação é que em todo o
assunto que investigamos, desde ética económica até ecologia, a verdade só é
encontrada em conexão com Deus e sua revelação. Deus criou o mundo natural e as
leis naturais. Deus criou os nossos corpos e as leis morais que nos mantêm
saudáveis. Deus criou as nossas mentes e as leis da lógica e da imaginação.
Deus nos criou como seres sociais e nos deu princípios para instituições
sociais e políticas. Deus criou um mundo de beleza e princípios de criação
estética e artística. Em toda área da vida, conhecimento genuíno significa
discernir as leis e ordenanças pelas quais Deus estabeleceu a criação, e então
permitir que essas leis modeles a maneira pela qual devemos viver.Como
diziam os pais da igreja, toda verdade é verdade de Deus. (…)
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 33)
A guerra
cultural não é sobre aborto, direitos dos homossexuais, ou o declínio da
educação pública. Esses são apenas os conflitos. A verdadeira guerra é uma luta
cósmica entre a cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e
espirituais que estão em ordem de combate contra ela. Isso é o que devemos
entender se vamos ser efectivos tanto em evangelizar nosso mundo hoje, como em
transformá-lo para reflectir a sabedoria do Criador.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 36)
Huntington
predisse um conflito entre as cosmovisões das três mais tradicionais
civilizações: o mundo ocidental, o mundo islâmico e o leste confucionista. Mas
um de seus ex-alunos, o cientista político James Kurth, discordou dele
afirmando que o conflito mais significativo seria na própria civilização
ocidental – entre os adeptos do modelo judaico-cristão e aqueles a favor do
pós-modernismo e do multiculturalismo.
(Charles Colson
& Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 37)
Devemos
saber não só qual é a nossa cosmovisão e porque acreditamos nela, mas também
como defendê-la. Também devemos ter algum entendimento das cosmovisões
contrárias e porque as pessoas acreditam nelas. Somente então poderemos
defender a verdade de maneira encantadora e persuasiva.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 45)
Os
contornos de um sistema de vida cristão se tornarão claros nas quatro secções
que se seguem: criação – Deus trouxe o mundo à existência através da sua
palavra e criou a humanidade à sua imagem; queda – a condição humana é
desfigurada pelo pecado; redenção – Deus em sua graça proveu uma maneira de nos
reconciliar consigo mesmo; e restauração – somos chamados a trazer esses
princípios a todas as áreas da vida e criar uma nova cultura.
Equipados
deste entendimento, podemos mostrar não somente que a cosmovisão cristã oferece
as melhores respostas – respostas que concordam com o senso comum e com a mais
avançada ciência – mas também que cristãos podem tomar as armas espirituais na
grande luta cósmica entre cosmovisões conflitantes.
Ousaríamos
acreditar que o Cristianismo pode ainda prevalecer? Devemos acreditar nisso.
Como afirmamos no começo, este é um momento histórico de oportunidade, e quando
a Igreja é fiel ao seu chamado, isso sempre leva a uma reforma da cultura.
Quando a Igreja é verdadeiramente Igreja, uma comunidade vivendo em obediência
bíblica e contendendo pela fé em toda área da vida, ela certamente reavivará a
cultura em volta ou criará uma nova.
Religião
não é reflexo ou produto da cultura, mas justamente o contrário. Como
argumentou o grande historiador do século XX, Christopher Dawson, o culto está
na raiz da cultura (considerando “culto” em seu sentido básico como um sistema
de adoração religiosa). O já falecido filósofo político Russell Kirk concordou:
“É a partir da associação em um culto, um corpo de adoradores, que a comunidade
humana cresce”.
A ostra
oferece uma boa analogia. Ostras fazem suas próprias conchas, de forma que se
uma concha é mal formada, o problema não está na concha, mas na ostra. Da mesma
forma, quando a cultura se deforma e degenera, não pergunte o que aconteceu de
errado com a cultura; pergunte o que deu errado com o culto – o cerne
religioso. “Quando a crença no culto tiver sido completamente enfraquecida, a
cultura degenerará rapidamente”, escreveu Kirk. “A ordem material repousa na
ordem espiritual.”
A
esperança para o mundo de hoje é uma ordem espiritual renovada e vibrante, um
culto criador de cultura, homens e mulheres de outra estirpe, em disposição de
batalha para a grande guerra de princípios contra princípios. Uma batalha que
coeça assim: “No princípio…”
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 58,59)
FILED
UNDER DEFESA DA FÉ
A defesa
da fé cristã na era pós-moderna
Por:
Valmir Nascimento
Em todos
os períodos da história humana o cristianismo tem sido atacado. Do tempo dos
apóstolos, passando pelo iluminismo até chegarmos aos dias atuais o pensamento
cristão têm sido posto à prova e refutado pelos diversos tipos de
culturas/pensamentos que se opõem ao evangelho.
Freqüentemente
os cristãos, inclusive os evangélicos, são – convidados – a darem razões acerca
da sua fé. Compungidos a argumentarem sobre a evidência de Deus, de Cristo e
das sagradas escrituras. Desafiados a defenderem a razão da esperança que têm
nas promessas bíblicas.
A essa
defesa denominamos – apologia -, que do grego significa “resposta” ou “discurso
de justificação”. Constitui um conjunto de respostas razoáveis às perguntas
efetuadas sobre Deus, Jesus e o pensamento cristão. A apologia, tipicamente, é
uma resposta a uma pergunta ou desafio.
Nos tempos
de Paulo teve ele que tirar os obstáculos da cruz de Cristo do pensamento dos
judeus. No segundo século, os cristãos tiveram que defender não só as doutrinas
cristãs, mas também os próprios cristãos das acusações do ateísmo e do
agnosticismo. Depois, tiveram que defender a fé dos ataques dos desafios do
islamismo. Na era da iluminação e por muitas décadas depois, defenderam a fé
dos ataques do racionalismo e cientificismo. Hoje, o desafio maior é defender a
afirmação que existe um conhecimento certo da verdade absoluta e que tal
verdade se encontra na Escrituras Sagradas. Assim como nossos antepassados
temos sido chamados para darmos respostas racionais e certas pela esperança que
temos em Cristo. Nos compete lidar com assuntos contemporâneos por mais que
sejam difíceis e incômodos para nós.
O texto
áureo da defesa da fé cristã encontra-se em I Pedro 3:15: “Antes santificai a
Cristo em vossos corações, e estejais sempre preparados para responder com
mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em
vós”.
Pedro,
nessa passagem, dá-nos as bases da defesa da apologia cristã. Em relação à
pessoa de Cristo é necessário “santificá-lo em nossos corações”; em relação a
nós mesmos: “estarmos preparados”; e em relação aos nossos oponentes:
“responder com mansidão e temor”.
Finalidade
da defesa da fé
Não é
objetivo da apologia tão somente ganhar debates/discussões no âmbito
filosófico, científico ou teológico; antes pretende cumprir o Ide do Senhor
Jesus, de forma a pregar o evangelho a toda a criatura, que no caso em questão
será corroborado por um estudo minucioso da Palavra de Deus e das doutrinas
cristãs, para destruir todas as cosmovisões que sejam antagônicas ao
cristianismo.
Charles
Colson afirma que “debater pode ser algumas vezes desagradável, mas pelo menos
pressupõe que há verdades dignas de serem defendidas, idéias dignas de se lutar
por elas. Em nossa era pós-moderna, todavia, as suas ‘verdades’ são as suas
‘verdades’, as minhas ‘verdades’ são as minhas, e nenhuma é significativa o
suficiente para alguém se apaixonar por ela. E se não há verdade, então não
podemos persuadir um ao outro através de argumentos racionais. Tudo o que resta
é puro poder”.
E esse
poder mencionado por Colson não é outro senão aquele mencionado por Moody: “Se
quisermos trabalhar… tendo em vista um propósito definido, precisamos ter o
poder do alto. Sem esse poder, nossos esforços não passarão de mero e enfadonho
trabalho. Com esse poder, nossa labuta se transformará numa tarefa alegre, num
serviço agradável.”
Para
Moody, “a proclamação do evangelho não pode estar divorciada do Espírito Santo.
A menos que Ele dê poder à palavra, infrutíferas serão nossas tentativas em
pregá-la. A eloqüência humana – ou a persuasão da linguagem – não passam de
mera aparência exterior de um morto, se o Espírito vivo não estiver presente. O
profeta pode pregar aos ossos no vale, mas tem de haver o sopro do céu para que
tornem a viver.”
Quem deve
utilizar a apologia?
Embora
muitos cristãos pensem que a apologética seja de uso estrito aos pastores e
intelectuais, ela deve ser utilizada por todo cristão consciente. Hank
Hanegraaf assevera que “a responsabilidade pela apologética não é limitada aos
pastores cristãos ou aos intelectuais. Quando desafio pessoas a aprenderem a
defesa da fé é pensar como cristãos”, freqüentemente respondem: “Oh, eu não
estou pronto para isso”, ou: “É muito profundo para mim”. Mas Deus criou cada
um de nós com uma mente, com a capacidade de estudar, pensar e fazer perguntas.
Ninguém é expert em toda as áreas, mas cada um de nós pode dominar os assuntos
nos quais tem alguma experiência.”
Hanegraaf
também argumenta que “um número demasiadamente grande de pessoas acredita que a
apologética é do domínio exclusivo dos eruditos e teólogos. Não é verdade ! A
defesa da fé não é algo opcional; é um treinamento básico par todo crente.”
Pós-modernismo
A
importância da apologia da fé cristã é percebida na medida em que observa a
sociedade pós-moderna em que estamos inseridos. Sendo ela caracterizada por um
pensamento secular e materialista, o qual exclui Deus da vida cotidiana e o
relega à mitologia.
O inicio
do século XXI têm sido caracterizado por movimentos filosófico-teológicos que
romperam com tudo o que, historicamente, tem sido crido como verdade
fundamental, da qual não se poderia abrir mão. Esses movimentos têm tomado
vários nomes como: secularismo, relativismo, pós-modernismo e pluralismo.
Para os
pluralistas não existe a verdade absoluta, nem existe uma religião verdadeira.
Os pós-modernistas rejeitam não somente as leis objetivas de moral, como as
leis morais interiores gravadas por Deus em nossos corações. Fé e sexualidade
tornarem-se questão de gosto e não de verdade. A Ética é regida pelo querer
predominante da sociedade. O aborto tornou-se não somente legal em muitos
países, como também uma prática aceitável, como um direito constitucional que a
mulher tem sobre o seu corpo.
Nesse
contexto, cumpre a cada cristão levantar a bandeira do evangelho e defender as
verdades bíblicas. Precisando, para tanto, reporta-se de um estudo sólido da
Palavra de Deus bem como se atentar para as novas ideologias que sãos criadas,
afim de batalhar pela fé que uma vez foi dadas aos santos.
fonte valmir nascimento , www.cacp.org
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